quarta-feira, 22 de abril de 2020

PANDEMIA DE ATAQUES AOS SERVIDORES PÚBLICOS: GUEDES NEGOCIA COM “CENTRÃO” CONGELAMENTO DE SALÁRIOS DO FUNCIONALISMO EM TROCA DE “SOCORRO” AOS GOVERNOS ESTADUAIS E PREFEITURAS


O estafeta dos rentistas, o ministro Paulo Guedes, defendeu mais uma vez o congelamento de salários de servidores públicos por dois anos. Segundo o canalha neoliberal, a medida é para compensar as despesas extras para combater a crise do coronavírus. Disse Guedes: “o salário do funcionalismo cresceu 50% acima da inflação por anos seguidos. Será que o funcionalismo podia dar uma contribuição? Será que podia ficar esse ano e o ano que vem inteiro sem aumento de salários? Será que isso poderiam contribuir com o Brasil?”. O pilantra vem tentando negociar com o Congresso para incluir o congelamento de salários no projeto de socorro da União a estados e municípios. Segundo ele, a suspensão de reajustes é necessária para conter o que considera ser a terceira torre de despesa, depois de juros e gastos com Previdência Social. O ministro já vem defendendo há tempos o congelamento dos vencimentos dos servidores. No Fórum Econômico de Davos, em janeiro, disse que a iniciativa, que consta da proposta de Emenda à Constituição (PEC) Emergencial, que tramita no Congresso, seria importante para controlar a situação fiscal do País. Na conversa com os parlamentares, Guedes afirmou que a economia com o congelamento de salários por dois anos seria a mesma que a obtida com eventuais cortes salariais. A diferença é que não haveria o risco deflacionário. No Congresso, ganharam força nas últimas semanas propostas de corte de salários do funcionalismo público. Cinicamente, o próprio presidente da Câmara, deputado federal Rodrigo Maia (DEM), defendeu que todos os poderes dessem sua "contribuição" neste momento de crise. O pretexto é que uma redução de 30% no salário do funcionalismo federal, estadual e municipal bancaria um programa de renda mínima para 55 milhões de pessoas. Guedes alertou para o risco de deflação. Os dados mais recentes do Banco Central mostram que, no mercado financeiro, a projeção média para o IPCA (o índice oficial de preços) para 2020 já está em 2,94%. Há pelo menos uma instituição, no entanto, que já projeta inflação de apenas 1,17% este ano e, com a redução da atividade econômica, a tendência é que as revisões para baixo continuem. Por outro lado, as negociações de Bolsonaro com os partidos que sua propaganda considera como da "velha política" têm em mira o presidente da Câmara, Rodrigo Maia (DEM-RJ), e formar uma base que lhe garanta vitórias no Parlamento. Além do comando do FNDE (Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação) ao PP e o da Funasa (Fundação Nacional de Saúde) ao PSD, o governo está oferecendo também postos em estatais importantes. Segundo parlamentares, alguns desses partidos reivindicam um posto estratégico - o Ministério da Agricultura, Abastecimento e Pecuária, hoje comandado por Tereza Cristina, deputada licenciada do DEM. Em troca, Guedes deseja ver o congelamento do funcionalismo aprovado pelo Congresso Nacional. Com se vê o Centrão, PSDB e até mesmo os governadores do PT, assim como o neofascista Bolsonaro-Guedes, tem uma mesma receita neoliberal: jogar a conta da crise econômica em plena pandemia nas costas dos servidores públicos e dos trabalhadores!