sábado, 11 de abril de 2020

VALAS COMUNS EM NOVA YORK: “PRIMEIRO” E “TERCEIRO” MUNDO NO SEIO DO IMPERIALISMO IANQUE


Na sexta-feira, o mundo passou por um marco sombrio de 100.000 mortes pela pandemia do COVID-19. Com mais de 20.000 os Estados Unidos agora têm mais mortes por Coronavírus do que qualquer outro país, superando a Itália e a Espanha. Pela primeira vez na sexta-feira, mais de 2.000 pessoas morreram nos Estados Unidos. Em Nova York, dezenas de cadáveres são enterrados todos os dias em valas comuns não marcadas no campo de Hart Island, no Bronx. Caminhões refrigerados estão empilhados com corpos fora dos hospitais da cidade. O Hospital Sinai Grace, em Detroit, está ficando sem sacos para cadáveres.  "Todos os três refrigeradores estão cheios", disse o enfermeiro Jeff Eichenlaub ao Detroit News: "O necrotério e a sala de observação ao lado do necrotério estão cheios, e agora estamos levando corpos para o laboratório do sono para armazená-los”. O vírus está começando a se espalhar mais rapidamente em vários estados, além dos centros iniciais da pandemia. Na sexta-feira (10/04), o insuspeito New York Times informou que dados internos do governo Trump afirmam que uma reversão precoce das medidas de distanciamento social poderá levar a morte de aproximadamente 140.000 pessoas. Os médicos e cientistas alertaram que o “poderoso” EUA carecem da infraestrutura de saúde necessária para conter a pandemia. Os departamentos de saúde estão testando apenas aqueles doentes com os sintomas mais graves e não há medidas sistemáticas de proteção social na quarentena por parte do governo central. O objetivo de Trump e da classe dominante ianque como um todo é "naturalizar" a pandemia, isto é, acostumar a população ao fato de que um grande número de pessoas morrerá por algum tempo. Existe uma lógica de classe profundamente sinistra em ação. Os trabalhadores devem ser tratados como dispensáveis. Se eles morrerem, isso é apenas um custo para fazer negócios, com aqueles que sucumbem à doença sendo substituídos por outros. Além disso, em termos práticos, significa que os trabalhadores que se recusam a trabalhar correm o risco de serem demitidos, tornando-os inclassificáveis para o seguro-desemprego. O desemprego em massa , com 16,8 milhões nas últimas três semanas, será usado como uma barganha para forçá-los a arriscar suas vidas retornando ao trabalho sem a menor segurança. As grandes empresas, que antes da pandemia enfrentavam escassez de mão-de-obra, terão novamente o chicote em mãos para disciplinar sua força de trabalho. Na medida em que a pandemia mata os mais velhos, inválidos e os mais vulneráveis, isso significa que menos recursos sociais são desviados para cuidar de idosos e enfermos e podem ser usados ​​para financiar o déficit público e a “ajuda” financeira aos grandes trustes. A  pandemia de COVID-19 somente poderá ser contida e erradicada através de um investimento estatal maciço em cuidados de saúde. Mas para implementar esta política os trilhões de dólares entregues a Wall Street devem ser cancelados com a mobilização revolucionária dos trabalhadores. Por mais incrível que parece na nação imperialista mais rica do mundo, convivem a Africa e os EUA, “Primeiro e Terceiro” mundo em só país, com milhares de pessoas sendo jogadas como lixo em valas comuns e ao mesmo tempo burgueses  recebendo trilhões de dólares do FED para recuperarem suas empresas da crise capitalista.