sábado, 23 de maio de 2020

GIGANTE MUNDIAL AUTOMOTIVO AMEAÇADO DE QUEBRAR: BOLSA DE PARIS SUSPENDE COTAÇÃO DAS AÇÕES DA RENAULT/NISSAN


No pregão da manhã desta sexta-feira (22/05) a bolsa de valores de Paris suspendeu a cotação de ações da gigante automotiva Renault/Nissan após as declarações do ministro da Economia, Bruno Le Maire, anunciando que o monopólio multinacional de origem francesa não obteve um empréstimo garantido pelo Estado, colocando que sua sobrevivência estava em risco. Assim que a bolsa abriu, o preço das ações do monopólio caiu vertiginosamente. "A Renault pode desaparecer", afirmou o ministro francês. A montadora que detém uma parcela considerável do mercado automobilístico mundial, e que solicitou apoio do Estado Burguês, está considerando o fechamento de várias fábricas. Bruno Le Maire reconheceu que era essencial que a Renault pudesse reduzir sua capacidade de produção para garantir sua competitividade.“É claro que os funcionários não devem ser a variável do ajuste da Renault, mas a Renault também deve ter a oportunidade de ajustar sua ferramenta de produção, para ser mais competitiva, porque, caso contrário, a Renault será ameaçada", diz Le Maire. O governo Macron prometeu que assinará um empréstimo garantido pelo Estado de 5 bilhões de euros solicitado pela Renault assim que a nova estratégia de reformulação produtiva do monopólio for conhecida. A iminente falência da Renault não é consequência somente da pandemia do coronavírus, nem do confinamento social. O monopólio evidenciou seu colapso financeiro desde que seu ex-CEO Carlos Ghosn caiu em “desgraça” no Japão no final de 2018. No ano passado, a Renault  teve sua primeira perda líquida em dez anos devido à sua própria crise de superprodução e de seu parceiro Nissan. Antes do final deste mês, o governo francês exigiu que a montadora deve desenvolver um plano de economia de 2 bilhões de Euros em três anos. Além de fechar a fábrica da Nissan na Espanha, ​planeja fechar outros três grandes centros de produção na França. O parceiro japonês planeja demitir 20.000 trabalhadores em todo o mundo, principalmente na Europa e em países periféricos. No início da próxima semana, o presidente Macron anunciará um plano econômico para apoiar o setor automotivo francês(Renault, Pegeout e Citröen) um mercado que caiu quase 80%, com o fechamento de fábricas em todo o mundo. Como já vínhamos afirmando em nossas publicações, a crise de superprodução capitalista é bem anterior aos três meses da “quarentena global” decretada pela OMS, que teve o objetivo de “maquiar” o colapso do regime capitalista. Em todos os países imperialistas o Estado entra resgatando empresas falidas, com empréstimos trilionários retirados no mercado financeiro, dando como contrapartida a emissão de mais títulos públicos. Neste novo cenário mundial, todos os segmentos da vida humana, Estado e corporações privadas, aprofundam ainda mais a dependência do capital financeiro, o verdadeiro “dono do mundo”... Parece que na nova ordem mundial, o único setor imune a esta “dependência” dos rentistas será, não por coincidência, a indústria pharmaceutica, porque mesmo?