sexta-feira, 3 de julho de 2020

A FALÊNCIA NÃO É SÓ DA BOEING (EUA): AIRBUS EUROPEIA ANUNCIA DEMISSÃO DE 15 MIL TRABALHADORES POR CONTA DA CRISE CAPITALISTA


A crise econômica capitalista, agravada com a quarentena global forçada pelo trustes financeiros que estão se beneficiando da pandemia, levou  a indústria da aviação civil quase a falência. Situação análoga atravessa o setor de transportes aéreo. As companhias aéreas estão em vias de desaparecer, ou estão sobrevivendo com pesados subsídios  estatais, aumentando a dívida pública das nações com os rentistas internacionais. É a pior crise de sua história. A Lufthansa alemã estima que o número de passageiros em 2019 não será atingido até 2023 e demitirá 26.000 trabalhadores. A Airbus europeia perdeu 40% de sua atividade, o que significa cair no nível em que estava há cerca de 10 a 15 anos atrás, só “decolará” às custas da força da intensificação do trabalho operário e demissões em massa. Não esconde a causa da crise: é uma crise de superprodução capitalista que existia muito antes do confinamento e da pandemia do coronavírus. Como noticiou o jornal espanhol “Les Echos”: Em agosto de 2019, antes da crise dos coronavírus, a política dos últimos anos era escolher aeronaves de corredor único, aeronaves de médio porte capazes de transportar de 150 a 250 passageiros com progresso suficiente.  para não ficar à sombra de aeronaves de corpo largo, como o Airbus A350 ou o Boeing 787”.  A Airbus já construiu um modelo de companhia aérea comercial para se adaptar à crise que segue o modelo de aeronave menor e com menor consumo de combustível, às custas é claro da demissão em massa de trabalhadores.  Antes da pandemia, a Airbus tinha planos de pelo menos manter a produção. Agora, o que você tem são planos de redução. Em todo o mundo, a força de trabalho do setor aéreo é de cerca 150 mil trabalhadores(construção e transporte)mas hoje só o complexo Airbus anunciou a demissão de 15 mil entre agora e o verão do próximo ano. É apenas parte dos cortes que também serão estendidos a fornecedores e companhias aéreas.  A sobrevivência de toda uma indústria está em risco. As companhias aéreas de todo o mundo anunciam cortes na força de trabalho ou novas estratégias adaptadas à realidade do mercado: menos viagens, menos empresas de turismo,menores aviões de transporte de passageiros e de cargas. O CEO da Airbus afirmou que a crise ainda pode piorar: “De qualquer forma, a empresa não levantará a cabeça até 2025 e nunca recuperará o nível anterior”. O governo francês declarou que deseja cortar os voos internos "drasticamente" se houver uma alternativa ferroviária de menos de duas horas e meia. A única alternativa para os trabalhadores diante das demissões em massa no mundo inteiro é a revolução socialista, mobilizando com reivindicações transitórias para exigir a expropriação de cada fábrica ou empresa que demita ou declare falência.