sábado, 4 de julho de 2020

CHINA RESPONDE A GUERRA HÍBRIDA CONTRA SEU TERRITÓRIO: “EM HONG KONG OS DIAS COLONIAIS SE FORAM”


Hong Kong foi arrancada literalmente a canhonaços da China continental na Guerra do Ópio, movida pelo imperialismo britânico para impor seu tráfico de droga à maior nação asiática. São hoje estes bandidos imperialistas (ianques e bretões) que pretendem dar “lição de democracia” ao antigo Estado Operário. “Longe vão os dias em que Hong Kong estava sob o domínio colonial britânico”, reagiu indignado o embaixador do governo chinês em Londres, Liu Xiaoming, à ameaça do reacionário primeiro-ministro Boris Johnson de conceder passaporte britânico a “três milhões” de moradores de Hong Kong, se for mantida a Lei de Segurança Nacional, aprovada na semana passada pela Assembleia Popular Nacional da China, que proíbe a secessão, a conivência com forças estrangeiras, a sedição e o terrorismo internacional. A China consquistou a devolução de Hong Kong em 1997, que integrava seu território desde 200 AC. Na última terça-feira (30/06) a mais alta instância do poder legislativo na China, a Assembleia Popular Nacional (APN) aprovou a lei que objetiva defender Hong Kong da infiltração estrangeira, como visto no ano passado, em que líderes políticos das “manifestações pela democracia” se reuniam com uma ‘conselheira’ da CIA para receber instruções, e até foram flagrados em vídeo divulgado amplamente. Não foi ocultado para ninguém quando os “rebeldes” de Hong King exibiam bandeiras norte-americanas e britânicas para cima e para baixo, cantavam o hino de Tio Sam e o “God save the Queen”, e adaptavam o ‘Glória à Ucrânia’ dos nazistas da Praça Maidan para “Glória a Hong Kong”. 

Os protestos de Hong Kong começaram em maio do ano passado, coincidentemente com o agravamento da guerra tarifária de Trump, tendo como pretexto a extensão, aos demais países do mundo, inclusive a China continental, da lei de extradição que já funcionava em relação aos EUA e mais 19 países, depois de um grave crime de feminicídio. As manifestações foram precedidas pela ida de uma ‘delegação de Hong Kong’ para receber as bênçãos do Departamento de Estado. Sabe-se agora que o arrivista e guru de Trump, Steve Bannon, também estava fazendo a sua parte junto a oligarcas de extrema direita de Hong Kong. Entretanto os protestos já haviam sido “preparados” com um ano de antecedência, com a “generosa” ajuda financeira de uma ONG, fachada da CIA, com o treinamento de 1.000 “lideranças democráticas”. Na quarta-feira passada(01/07) já com a nova lei em vigor, Hong Kong festejou 23 anos da reintegração à pátria chinesa, sob o lema “um país, dois sistemas”, uma tremenda concessão do Partido Comunista chinês ao imperialismo quando da reintegração histórica. O governo neofascista de Trump, que adotou uma retórica racista contra a China chegando ao ponto de chamar o coronavírus de “vírus chinês” e a Covid-19, de “Kung Flu, impulsionou no Congresso dos EUA (com apoio dos Democratas como Bernie Sanders) a aprovação da chamada “Lei da Autonomia de Hong Kong”. A draconiana lei norte-americana ameaça impor sanções sobre as entidades ou pessoas chinesas que “ajudem a violar a  ‘autonomia de Hong Kong” e os bancos que façam negócios com eles”. Por sua vez, o Secretário de Estado Mike Pompeo anunciou a revogação do estatuto de tratamento preferencial no comércio que Hong Kong detinha. No complexo processo de abertura política e criação das zonas econômicas especiais, Hong Kong acabou funcionando durante muito tempo como uma “interface” entre o Estado Operário burocratizado e o Ocidente capitalista, onde sua condição de porto e centro financeiro de primeira grandeza era o aspecto central de interesse do imperialismo. 

Com o gigantesco salto que levou a China à condição de segunda maior economia do mundo, Hong Kong teve, relativamente, sua importância diminuída. No momento da restituição à pátria chinesa, o PIB de Hong Kong era 18% do PIB da China, hoje é de apenas 3%. Para o regime de Pequim, o negociado com Margareth Thatcher, para dar fim ao roubo do território chinês na Guerra do Ópio, poderia assegurar uma “convivência pacífica” por 50 anos com os interesses da City londrina (centro financeiro inglês),um gravíssimo “equívoco” da burocracia stalinista, que hoje paga um alto preço pela política de suas concessões ao imperialismo. Entretanto a plataforma defendida pela esquerda revisionista e seus “rebeldes”manifestantes em pregar a “separação de Hong Kong da China” tem tanto fundamento quanto a de separar Manhattan dos EUA, por conta da posição direitista do presidente Trump. Os Marxistas Leninistas não integram o bloco político de apoio incondicional ao governo do Partido Comunista chinês, mas de forma alguma esta posição significa participar do conluio da guerra híbrida do imperialismo contra a China. Os revisionistas do Trotskismo que apoiam as “manifestações democráticas” que desfraldam a bandeira ianque em seus protestos pela separação de Hong Kong, recebendo a “ajuda” financeira da Casa Branca, enlameiam a bandeira da IV Internacional no movimento operário mundial!