quinta-feira, 16 de julho de 2020

QUEBRADEIRA GERAL NA PANDEMIA: MAIS DE 700MIL EMPRESAS FECHARAM, AFIRMA PESQUISA DO IBGE. DESEMPREGADOS VÃO ARCAR COM O MAIOR ÔNUS DA CRISE CAPITALISTA...


Na primeira quinzena de junho de 2020, estima-se que o país tinha 4 milhões de empresas, sendo 2,7 milhões (67,4%) em funcionamento total ou parcial, 610,3 mil (15,0%) fechadas temporariamente e 716,4 mil (17,6%) encerradas em definitivo no período da pandemia. 

Quatro em cada dez empresas estavam fechadas, temporária ou definitivamente, na primeira quinzena de junho, por não suportarem o impacto da pandemia do coronavírus e a falta de acesso ao crédito público ou privado. Os dados são da pesquisa inédita “Pulso Empresa: Impacto da Covid-19 nas empresas” divulgada na manhã desta quinta-feira (16/07)pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Desse total de 1,3 milhão de empresas fechadas temporariamente ou em definitivo, 522,7 mil (39,4%) tiveram de encerrar suas atividades por conta da necessidade de fechamento de serviços não essenciais e da falta de ajuda financeira por parte do governo durante o período de pandemia. Mas, “muitas empresas relataram que já vinham em dificuldades desde 2019”, ponderou o coordenador de Pesquisas Estruturais e Especiais em Empresas, Flávio Mangheli, o que explica a medida drástica de encerrar o negócio diante da pandemia“.

Entre 1,3 milhão de empresas que na primeira quinzena de junho estavam com atividades encerradas temporária ou definitivamente, 39,4% apontaram como causa as restrições impostas pela pandemia do novo coronavírus. Esse impacto no encerramento de companhias foi disseminado em todos os setores da economia, chegando a 40,9% entre as empresas do comércio, 39,4% dos serviços, 37,0% da construção e 35,1% da indústria”, constatou a pesquisa do IBGE. Linha de crédito para a folha salarial só chega a 13% das empresa.Das 716,4 mil das empresas que encerraram definitivamente suas atividades, 99,8% eram de pequeno porte, as que mais denunciaram não conseguir o acesso à crédito durante a pandemia para pagamento de folha e capital de giro.Entre os setores, a maior proporção de empresas que fecharam veio de serviços – 334,3 mil. 

A pesquisa também apurou que 87% das empresas que paralisaram ou encerraram as suas atividades no período relataram não ter tido acesso à linha de crédito emergencial para o pagamento da folha salarial dos trabalhadores ou capital de giro. Quanto à manutenção do emprego, pouco mais de seis em cada dez empresas em funcionamento (61,2%) mantiveram o número de trabalhadores em comparação ao início de março, porém 34,6% indicaram redução no quadro e somente 3,8% aumentaram o número de empregados. Os dados sinalizam que a Covid-19 impactou mais fortemente segmentos que, para a realização de suas atividades, não podem prescindir do contato pessoal, como os serviços prestados às famílias, onde se incluem atividades como as de bares e restaurantes, e pequenas hospedagens. 

Em resumo o que o IBGE acaba de revelar é o efeito econômico devastador da pandemia para as pequenas e microempresas, além da geração de uma enorme onda de desemprego neste setor. O governo neofascista de Bolsonaro abriu os cofres do Tesouro para grandes corporações, e os bancos públicos ou privados “socorreram” apenas grandes empresas que tampouco estavam ameaçadas de falência, mas que seguiram o cardápio das demissões, apesar de terem sido resgatadas pela generosidade do Estado capitalista.