quarta-feira, 19 de agosto de 2020

GOVERNO MADURO ENTRE O CERCO IMPERIALISTA E SUA POLÍTICA DE COLABORAÇÃO DE CLASSES: PARTIDO COMUNISTA DA VENEZUELA ROMPE COM O PSUV NAS ELEIÇÕES PARLAMENTARES


O Partido Comunista da Venezuela (PCV), e o Pátria Para Todos (PPT) romperam a aliança eleitoral com o bloco do governo de Nicolás Maduro, e conjuntamente com movimentos sociais e outros setores de esquerda, lançaram um movimento eleitoral próprio chamado Alternativa Popular Revolucionária – APR, para participar das eleições parlamentares marcadas para o próximo 6 de dezembro. Delimitando-se politicamente do Polo Patriótico, frente composta por partidos políticos burgueses chavistas, liderada pelo governista Partido Socialista Unido da Venezuela (PSUV), a APR (PCV) se define como: “Uma aliança anti-imperialista e verdadeiramente socialista, dirigida a proporcionar uma nova referência de esquerda para os venezuelanos”.

O secretário-geral do PPT, Rafael Uzcátegui, afirmou que: “Não farão aliança eleitoral com o PSUV porque têm diferenças com suas políticas econômicas, seu tratamento ao problema do salário, os benefícios sociais, a luta pela terra e na questão, decisiva para um país independente, de como construir uma economia socialista”. O PPT, que sequer pode ser caracterizado como uma organização Marxista Revolucionária, aponta o centro da questão na Venezuela, a ruptura por parte do imperialismo ianque para estrangular a economia, deveria ser seguida nacionalmente com a expropriação de todo o capital privado no país, implementando o planejamento socialista de reconstrução do país sob novas bases, decididas pela classe operária. “Existe a pressão de Donald Trump sobre um país com bilhões de barris de petróleo em reservas, aos quais não se lhe permite comercializar, com expropriação de ativos, dinheiro em bancos, ouro, problema que é tratado de uma forma equivocada, cedendo frente ao neoliberalismo”, afirmou Uzcátegui.

Muito atrás desta avaliação crítica acerca do Chavismo, existem os grupos da esquerda revisionista, como a LIT e o PTS argentino, que insistem em atacar o governo Maduro pela direita, fazendo coro reacionário com organismos colaterais do imperialismo, como a OMS. Frente a uma grave crise econômica e social, que afeta a vida de milhões de proletários e camponeses, como o desemprego e o desabastecimento, elegeram o “bordão” da Big Pharma para fazer a típica oposição Social Democrata, afirmam que é absurda a recomendação da utilização de medicamentos de larga comprovação científica contra o coronavírus: “No portal do governo Albaciudad, o ministro do Poder Popular para a Saúde, Dr. Carlos Alvarado, recomenda os remédios que devem ser aplicados contra o Covid-19: Pacientes assintomáticos, sem doenças adicionais de risco, se aplica a ivermectina e a cloroquina, vejam que irresponsabilidade!”.

Os papagaios de esquerda da OMS, que fazem campanha furiosa contra a cloroquina, omitem o fato deste medicamento utilizado na Venezuela e Cuba, estar salvando milhares de vidas e garantindo que o país tenha uma das menores taxas de óbitos da região, menos de 300 mortes contra 15000 da vizinha Colômbia, cujo governo neofascista de Ivan Duque seguiu a determinação do organismo sanitário do imperialismo e proibiu o uso da cloroquina em seu território. 

O justo combate que os Marxistas Leninistas travam na Venezuela, é por uma ação independente das massas em relação à política de colaboração de classes do chavismo, convocando para a luta direta contra a chamada “boliburguesia”, um entrave capitalista para a extensão das conquistas operárias. Somente a construção de um verdadeiro poder revolucionário, será capaz de conduzir à vitória da Venezuela, cercada criminalmente pelo imperialismo ianque e os correlatos europeus. Não se ganhará a confiança da classe operária venezuelana, com a demagogia da esquerda revisionista, que replica os “apelos democráticos” da mídia imperialista, acusando o governo Maduro de “Ditadura sanguinária”. É preciso explicar pacientemente as massas que as limitações nacionalistas do chavismo são produto de sua própria natureza burguesa de classe, e que a consequente luta antiimperialista deve ser permanente, desembocando no Estado Operário, como primeira fase da transição socialista.