quinta-feira, 17 de setembro de 2020

MIKE POMPEO ORGANIZA AGRESSÃO A VENEZUELA: DUQUE E BOLSONARO SÃO PEÕES DE TRUMP CONTRA MADURO! FORA O IMPERIALISMO DO BRASIL E DA AMÉRICA LATINA!     

O secretário de Estado dos Estados Unidos, Mike Pompeo, visitará nesta semana o Brasil e a Colômbia durante uma viagem oficial do governo norte-americano a América Latina. O objetivo é organizar a agressão imperialista a Venezuela. Morgan Ortagus, porta-voz do Departamento de Estado, disse em nota que a visita vai destacar “a importância do apoio dos EUA e do Brasil ao povo venezuelano que foge do desastre causado pelo governo do ditador Nicolás Maduro”. Após a passagem por Boa Vista (Roraima), o secretário de Estado ianque segue para Bogotá onde vai se reunir com o presidente colombiano Iván Duque. Eles tratarão da “ofensiva contra regime ilegítimo de Maduro” segundo declara o próprio representante ianque. Como um naufrago afogado pelo próprio Estado imperial, em busca de sua reeleição cada vez mais distante, Donald Trump poderia ordenar uma agressão militar contra a Venezuela, como última cartada diante do Deep State, executada a partir de solo colombiano e com o apoio de Bolsonaro.

O presidente colombiano, Iván Duque, em meio a uma grave crise política , econômica e financeira, está à frente de um governo de extrema direita, que mais fustigou a Venezuela na história. São os exércitos da Colômbia, do Brasil e de alguma governos da América Central que farão o trabalho sujo, contra o regime Chavista, tendo em vista que Trump não pode contar agora com o apoio institucional e militar do Pentágono, envolvido até a medula na campanha de Biden.

O fato de Pompeo visitar dos dois presidentes direitistas dos principais vizinhos da Venezuela e alinhados aos EUA é um claro indício de que a Washington está preparando uma nova escalada de ataques contra o governo Maduro antes da eleição norte-americana.

Na primeira escala da viagem, ele se reunirá com os novos governantes de Guiana e Suriname, que têm sido cortejados pela China. A ExxoMobil anunciou em 2015 a descoberta de uma das maiores reservas de petróleo do mundo nas costas da Guiana e a empresa também está muito envolvida no Suriname. Pompeo chega no momento em que Guiana está revisando o acordo com a Exxon, segundo o qual o país ficaria com quase 50% da receita do petróleo e fará lobby a favor da Exxon.

Como alertamos anteriormente, a forte presença do moderno equipamento bélico russo (mísseis, jatos, bombardeiros, tanques etc..) em solo venezuelano tem sido uma garantia para desencorajar possíveis aventuras militares de Trump e seus marionetes regionais como Bolsonaro e Iván Duque contra o regime nacionalista burguês. 

As recorrentes ameaças do Pentágono em um ataque de suas forças militares, apoiado por tropas brasileiras e colombianas, até agora se esfumaçaram por completo diante da imensa superioridade operacional do regime comandado por Maduro em relação aos governos direitistas.

Nós Trotskistas defendemos o pleno direito do regime chavista armar-se “até os dentes”, inclusive com artefato nuclear, para dissuadir os chacais imperialistas e seus vassalos latino-americanos de atacarem as conquistas sociais instauradas pelo regime nacionalista chavista.

Com a mesma lógica Marxista condenamos o boicote e a sabotagem econômica promovida pelos trustes capitalistas internacionais contra o povo pobre e os trabalhadores da Venezuela. Porém se os Bolcheviques acertam ao estabelecer uma justa frente única de ação com o regime chavista contra o imperialismo ianque que pretende espoliar as riquezas minerais da Venezuela, não podemos nos abster de caracterizar esta situação como extremamente contraditória e dual, como defina Trotsky. Se ao mesmo tempo em que os Marxistas arregimentamos forças ao lado de Maduro e Putin em oposição as investidas da Casa Branca, nos colocamos na linha de frente do combate contra a “boliburguesia” e suas medidas de opressão e exploração do proletariado venezuelano.

Para a fração capitalista que sustenta o regime chavista, basta fiar-se no poderio militar russo para estabilizar a situação política e buscar um acordo com os fascistas ligados a Trump. Por outro lado a pesada ajuda logística do Kremlin a Maduro está orientada no sentido da manutenção da ordem capitalista, assim como atua na Síria e Irã evitando qualquer ruptura revolucionária com o sistema. Ao impulsionar o movimento de massas à expropriação dos grupos capitalistas, inclusive a “boliburguesia” que hoje controla o mercado interno, lutamos pelo armamento popular e das milícias chavistas.  

Saber caminhar sobre a tênue linha programática de lutar por uma frente única com Maduro contra o imperialismo sem capitular ao Chavismo é a principal arma política e militar dos Trotskistas na prova de fogo da crítica realidade venezuelana.