quinta-feira, 24 de setembro de 2020

VOLKSWAGEN E SUA JOGADA DE MARKETING: INDENIZAÇÕES TEATRAIS PELOS CRIMES NA DITADURA, AO PASSO QUE DEMITIRÁ 5 MIL OPERÁRIOS CONGELANDO SALÁRIOS 

A multinacional Volkswagen declarou nesta última quarta-feira (23/09) que vai pagar cerca de R$ 36 milhões em indenizações e doações a ex-empregados perseguidos ou torturados durante a ditadura militar no Brasil, de 1964 a 1985. O dinheiro das indenizações será repartido entre os ex-operários que foram alvo de perseguições por suas orientações políticas, muito dos quais já estão mortos e nem sequer tem herdeiros declarados, seguindo critérios definidos por um “árbitro independente” e sob a supervisão do MPT (Ministério Público do Trabalho), em resumo um grande teatro, montado como uma operação de marketing da empresa, apoiada pela esquerda reformista e corrompida por qualquer migalha lançada pelo capital. A Volkswagen assinou um acordo com o Ministério Público que inclui o pagamento de R$ 16,8 milhões a uma associação de ex-funcionários e seus dependentes, entidade controlada pela burocracia sindical lulista, o restante do valor será doado a organizações de “defesa dos direitos humanos”, a critério é claro da Justiça burguesa e do mafioso Ministério Público.

A jogada de marketing da multinacional faz parte de uma estratégia comercial que tenta revitalizar o nicho de mercado da Volkswagen, como uma empresa que tem alguma “preocupação social”, em uma conjuntura de ofensiva neoliberal em que os trabalhadores começam a perceber que existe um antagonismo irreconciliável entre o interesse do lucro capitalista e a vida da classe operária.  

Ao mesmo tempo em que revela ao mundo sua pseudo face “humanista”, a Volkswagen fechará mais de 5 mil postos de trabalho no Brasil, congelará os salários por alguns anos, reduzirá seu valor nominal e extinguirá direitos históricos de seus operários. Isso quando a multinacional alemã foi generosamente agraciada com medidas governamentais de subsídios ao capital do setor automobilístico nacional. 

Obviamente que todo esta manobra de demagogia social, acompanhada de um cardápio de agressivos ataques aos direitos dos operários, contou com a cumplicidade da burocracia sindical corrompida da CUT/PT, que dirige o sindicato dos metalúrgicos do ABC paulista. Há várias décadas que única plataforma política levada a cabo pela burocracia lulista é a da colaboração de classes. Os burocratas sindicais, também contam com apêndices degenerados da esquerda revisionista, como o PCO e PSTU, que falam de “classismo” em suas páginas na internet, mas que no cotidiano prático da luta sindical e política, avalizam sem dar um “pio” as traições descaradas dos petistas.