quinta-feira, 15 de outubro de 2020

“DINHEIRO NA CUECA” COM VICE-LíDER DE BOLSONARO NO SENADO... ANTES FOI COM ASSESSOR DO PT NO GOVERNO LULA: TODOS OS GERENTES BURGUESES SE BENEFICIAM DA CORRUPÇÃO INERENTE AO ESTADO CAPITALISTA 

A Polícia Federal de Roraima apreendeu R$ 30 mil na casa do senador e vice-líder do governo, Chico Rodrigues (DEM-RR), neste dia 14, parte dos quais entre as nádegas do parlamentar. A grana que o senador escondeu no traseiro deveria ir para a Secretaria de Saúde de Roraima para o combate à pandemia. O total roubado da saúde pode chegar a R$ 20 milhões. O senador flagrado pela polícia emprega em seu gabinete Léo Índio, primo dos filhos de Bolsonaro. Esse escândalo muito lembra o comandado pelo deputado federal José Guimarães (PT-CE), ex-líder do PT na Câmara dos Deputados no governo Dilma e irmão do ex-presidente do PT, Genoíno Neto. Em 2005, quando era deputado estadual, José Guimarães ficou conhecido nacionalmente quando o seu assessor foi flagrado no aeroporto de Congonhas-SP com R$ 200 mil em uma maleta e US$ 100 mil dentro da cueca. O dinheiro era parte do recebimento de propinas de empresas que conseguiam empréstimo a fundo perdido no Banco do Nordeste do Brasil (BNB) através da intermediação (autorização) do então assessor especial da presidência do banco, Kenedy Moura, indicado para o cargo por Guimarães. Em resumo, todos os governos burgueses e seus operadores vivem como parasitas da corrupção inerente do Estado capitalista!

A atual operação da PF longe de uma tentativa de moralização da “coisa pública” e do Estado burguês, corrompido por essência, já que não passa de um comitê de negócios dos capitalistas, acontece como parte da luta pelo controle do botim estatal entre as diversas frações da burguesia e seus gerentes de plantão em nível nacional. Os marxistas revolucionários sabem perfeitamente que os cofres do Estado burguês não são nada públicos, os recursos acumulados pertencem a uma elite capitalista que os utiliza como uma espécie de “fundo de reserva” para seus interesses, que faz da corrupção parte inerente essencial do regime político.

As tão decantadas "propinas" para a definição dos Marxistas não passam de comissões (corretagem) que envolvem qualquer transação comercial ou financeira no regime capitalista, seja esta transação realizada na esfera estatal mais ampla ou não. As comissões ("propinas") pagas a gestores públicos ou privados são portanto uma engrenagem intrínseca ao modo de reprodução e circulação do capital e nada tem de "imorais", sendo uma forma de pagamento por serviços prestados que auferiram lucros aos capitalistas.

Estas "propinas", embora ilegais no regime jurídico brasileiro (ao contrário de vários países imperialistas que normatizaram o recebimento de comissões por parte de gestores públicos ou políticos institucionais) podem ser pagas de várias formas desde o numerário cambial (cash) até mesmo o recebimento de cargos na própria estrutura do Estado burguês, sempre lembrando que o objetivo final do pagamento das comissões será o atendimento de interesses financeiros das grandes corporações capitalistas ou mesmo empresas de menor porte no mercado.

Lamentavelmente a esquerda reformista aceitou a imputação moral feita pela burguesia de que as "propinas" (comissões) eram a causa da "miséria nacional" e que a crise do capitalismo teria como fundamento a "corrupção estatal", nada mais falso e enganador para a consciência das massas populares.

A corrupção estatal não é um "demônio moral" do capitalismo, representa um mecanismo endógeno e historicamente indissociável do modo de produção hegemonizado pela burguesia financeira, compreender este fundamento básico da teoria marxista é elementar para a elaboração de uma plataforma política de ação direta das massas para desnudar a suposta "ética e moral" do regime da democracia dos ricos.