segunda-feira, 23 de novembro de 2020

LIBERDADE IMEDIATA DOS PRESOS POLÍTICOS NA GUATEMALA! TODO APOIO A REBELIÃO POPULAR PARA COLOCAR ABAIXO O GOVERNO GIAMMATTE, SEU AJUSTE NEOLIBERAL E O REGIME CAPACHO DO IMPERIALISMO!

A tomada e o incêndio do parlamento da Guatemala resultaram em 42 presos políticos, que o governo e a justiça burguesa acusam de “terrorismo”. O ministro do Interior, Gendri Reyes, classificou os "terroristas que atentam contra a ordem pública" burguesa. O governo busca vingança e bodes expiatórios, ordenando o indiciamento dos crimes mais graves dos lutadores sociais detidos, como "ataque" e anunciou neste domingo que invoca a Carta Democrática da Organização dos Estados Americanos (OEA), o ministério das colônias ianques, “em face dos gravíssimos acontecimentos ocorridos nos últimos dias”, ou seja, deseja o apoio do imperialismo ianque e seus satélites para deter a rebelião popular. 

Cinicamente, o Conselho de Ministros afirma que “os atos de violência que de forma coordenada alteraram a paz pública colocam em sério risco a institucionalidade democrática [...], bem como o exercício legítimo do poder pelas autoridades eleitas democraticamente”. Quanto aos objetivos desses atos, as autoridades asseguram que eles representam "um meio através do qual grupos minoritários procuram forçar um verdadeiro golpe de Estado. A burguesia subserviente ao imperialismo apressou-se a pedir ajuda à OEA, cujo secretário-geral Luis Almagro, capacho dos EUA, se colocou à disposição, aterrorizado, como toda a burguesia regional, com o caráter cada vez mais radicalizado das rebeliões que se desenvolvem em todo o continente.


O parlamento acaba de reverter o orçamento, o que constitui uma primeira vitória parcial do protesto:” Para manter a governança do país e a paz social, concordamos em suspender o processo orçamentário do Estado e do Organismo Legislativo 2021, por meio do respectivo processo legislativo, consequentemente, o referido decreto não será encaminhado ao Organismo Executivo ”, afirmou Allan Rodríguez, presidente do Congresso da República. (La Hora, Guatemala, 23 de novembro).

Essas rebeliões, que aparecem justamente quando o dono do "quintal", os Estados Unidos, está passando pela maior crise política e social de sua história, se deslocam da periferia para o centro, se aproximando cada vez mais dos maiores países, onde o movimento operário é importante não só do ponto de vista numérico, mas também em termos de combatividade e experiência, que logo se juntará à tendência geral frente ao ajuste neoliberal.

As manifestações exigem a renúncia do presidente Giammattei, que assumiu o cargo em janeiro deste ano. Lutamos pela liberdade de todos os presos políticos na Guatemala. A crise do regime guatemalteco acontece em um contexto de polarização política internacional, onde são cada vez mais frequentes as rebeliões populares espontâneas contra os ataques de governos e da burguesia, como aconteceu há poucos dias no Peru. Porém a ausência de uma direção revolucionária para as massas, vem permitindo a burguesia alguma margem de manobra, sempre explorando as ilusões democráticas da classe trabalhadora, que acaba sendo desviada do seu curso histórico pela tomada do poder político.