quarta-feira, 25 de novembro de 2020

MARADONA MORRE NO MESMO DIA DE FIDEL: ESTE 25 DE NOVEMBRO MARCA O ADEUS AO REBELDE CRAQUE ANTI-IMPERIALISTA 

Neste 25 de novembro, o magistral e lendário craque futebolista, Diego Armando Maradona, sofreu uma parada cardiorrespiratória após ter sido operado de hematoma subdural, na casa do Tigre onde se instalou após a operação. Segundo relatos, ele sofreu descompensação após enfraquecer com a intervenção cirúrgica. Sua saúde estava delicada devido a doenças já enraizadas após uma vida agitada de “acertos e descaminhos”. Em uma trajetória marcada pela genialidade em campo e pelas polêmicas fora dele, o ex-jogador atuou pela seleção da Argentina em 91 jogos e jogou quatro Copas do Mundo: 1982, 1986, 1990 e 1994. Na última destas edições, nos EUA, viveu um dos piores momentos de sua carreira, quando foi pego no exame antidoping ainda na primeira fase da competição. Há uma grande comoção mundial com a notícia e uma grande tristeza em amplos setores da população na Argentina, no último dia 30 de outubro Maradona completou 60 anos.

 

Maradona foi uma figura muito controversa com muitos aspectos a serem observados. Por um lado, não há dúvida de que foi um dos melhores (senão o melhor) futebolista das últimas gerações. Por ser um jogador tão genial, uma lenda viva, sua personalidade de líder, suas origens humildes e a enorme popularidade que o futebol goza na Argentina (e também em toda a América Latina) Diego tornou-se um dos ídolos mais populares em seu país e em grande parte do mundo. Maradona era universalmente conhecido por suas posições progressistas e marcadamente anti-imperialistas. Um amigo do Estado Operário cubano desde o primeiro momento, quando adotou a figura de Fidel Castro como sua maior referência política. Também se tornou muito próximo do comandante Hugo Chavez, participando de todas as campanhas em defesa da Venezuela, sabotada sistematicamente pelo imperialismo ianque.

Por outro lado, Maradona sempre teve uma atitude rebelde no mundo do futebol. Ele expressou algum desconforto com certas regras do mercado futebolístico nacional e internacional, particularmente os negócios das máfias corporativas do esporte. Suas polêmicas e batalhas contra a AFA e a FIFA são conhecidas, travando uma batalha contra a comercialização ao extremo, onde jogadores são comprados e vendidos aos milhões de dólares, como uma commoditie das mais valorizadas do mercado financeiro global.

Maradona também tinha posições políticas claras em seu país, ele defendeu os governos burgueses progressistas como Nestor e Cristina Kirchner. Não podemos deixar de apontar que sua “figura midiática” transcendeu seus problemas familiares e escândalos, como os de sua trágica dependência química. Com todas suas contradições e limitações de sua rebeldia, que nunca chegou a assumir um caráter revolucionário, lamentamos profundamente ao lado de milhões de trabalhadores em todo o mundo, a morte do ídolo popular, uma lenda viva que hoje saiu do nosso plano e entrará definitivamente na história da humanidade, muito além de sua carreira futebolística, como uma das maiores referências da esquerda anti-imperialista internacional.