sexta-feira, 11 de dezembro de 2020

GOLPE CONTRA A EDUCAÇÃO PÚBLICA: ACORDO ENTRE BOLSONARO E MAIA IMPÕE QUE FUNDEB FINANCIE ENSINO PRIVADO... LUTAR PELA ESTATIZAÇÃO SOB O CONTROLE DOS TRABALHADORES! 


O Fundeb foi totalmente desconfigurado no Projeto de Lei (PL) 4.372/2020 votado ontem na Câmara dos Deputados em acordo entre o governo Bolsonaro e o presidente da casa, Rodrigo Maia, do DEM e da direita neoliberal batizada de "centro civilizatório". O texto aprovado por 311 votos a 131 ameaça o cumprimento do piso nacional do magistério, representando sério risco ao ensino público brasileiro já tão fragilizado. A proposta segue para votação do Senado. O PL permite parcerias com a iniciativa privada que, na prática, não passam de transferência de recursos do próprio fundo para financiar a rede particular de ensino técnico, infantil e escolas “pifilantrópicas”.

O PL permite convênios irrestritos com creches, pré-escolas e instituições privadas que oferecem educação especial. E autoriza a reserva de 10% das vagas do ensino fundamental e médio para a rede particular, inclusive as mantidas por entidades confessionais (ligadas a igrejas) e beneficentes. Além disso, passa para a iniciativa privada atividades extracurriculares oferecidas no contraturno escolar. Por essa medida inédita na educação brasileira, organizações comunitárias, confessionais e filantrópicas poderão abocanhar mais 30% do custo-aluno do Fundeb.

Ao abrir espaço para convênios e o aprofundamento de privatizações, o PL fortalece a educação privada. Com o financiamento da rede privada com verbas do Fundeb, faltarão recursos para o pagamento dos profissionais das redes públicas, que já ganham salários 24% menores que os com a mesma formação, mas trabalham na rede privada. Assim, a regulamentação da emenda amplia a precarização da educação. É um avanço a galope para a privatização da educação, um retrocesso absurdo que diminuirá o acesso da população mais pobre à educação pública e gratuita. Aos jovens de periferia restará o trabalho precário cada vez mais análogo ao trabalho escravo.

O núcleo dos professores da LBI aponta a necessidade de convocar uma verdadeira greve geral nacional da categoria, visando ao atendimento do conjunto de nossas reivindicações e para barrar a sanha privatista do Fundeb! A tarefa colocada para os lutadores classistas em todo o país é superar a política da direção da CNTE e seus sindicatos e aprovar nas assembleias gerais já a paralisação em todo país no começo de janeiro em greve nacional por tempo indeterminado por aumento de salário e fundeb somete para a educação pública! Como parte da luta pela independência política dos trabalhadores, os setores classistas da categoria não podem abrir mão das reivindicações históricas pela implantação de um verdadeiro piso salarial, devendo estas demandas estarem sempre presentes nas pautas das campanhas salariais e nas principais manifestações da categoria nos municípios, estados e em nível nacional como parte da luta por uma nova direção combativa e revolucionária para os trabalhadores em educação em nível nacional contra a frente popular e os governos burgueses nos estados. Por tudo isso, uma verdadeira greve nacional da educação como instrumento de luta tem se tornado uma necessidade premente da categoria.