quinta-feira, 15 de abril de 2021

BIDEN ANUNCIOU A RETIRADA DOS EUA DO AFEGANISTÃO: FOI O RECONHECIMENTO DE UMA DERROTA HISTÓRICA DO IMPERIALISMO IANQUE

O Democrata presidente, Joe Biden, anunciou nesta quarta-feira (14/04) a retirada de todas as tropas do imperialismo ianque do Afeganistão. "É hora de encerrar a guerra mais longa nos Estados Unidos. É hora de as tropas americanas voltarem para casa do Afeganistão", afirmou o presidente genocida em seu discurso melancólico. Mas na realidade, Biden estava anunciando o reconhecimento explícito de uma derrota histórica de suas forças de ocupação: sair de forma “ordenada” para não passarem pelo mesmo vexame do Vietnã, onde fugiram humilhados diante da ofensiva final dos vietcongues. Biden anunciou formalmente a retirada na Sala de Tratados da Casa Branca, mesmo local onde o carniceiro George W. Bush anunciou o início da guerra em 7 de outubro de 2001, poucas semanas após os atentados de 11 de setembro, que humilharam os EUA em seu próprio território.

"Fomos ao Afeganistão por causa dos horríveis ataques de 11 de setembro que ocorreram há 20 anos", declarou o Democrata,acrescentando que "isso não explica por que deveríamos permanecer lá em 2021. Em vez de voltar à guerra com o Taleban, Washington precisa se concentrar nos desafios do futuro”. É uma verdadeira declaração de rendição do Pentágono e também da OTAN. O plano da Casa Branca é retirar todas as forças americanas, atualmente 2.500, até 11 de setembro deste ano, o simbólico 20º aniversário dos ataques de 11 de setembro. O presidente ianque esclareceu que tanto as tropas norte-americanas como as forças de seus aliados e parceiros operacionais da OTAN, "estarão fora do Afeganistão" antes do "vigésimo aniversário” da derrubada das Torres Gêmeas.

O presidente títere afegão, Ashraf Ghani, anunciou no Twitter na mesma quarta-feira que conversou com Biden e que "respeita" a decisão dos Estados Unidos. Ghani acrescentou que o Afeganistão trabalhará com Washington "para garantir uma transição suave" e que continuará a cooperar com os EUA e a OTAN nos esforços de paz em andamento. O governo fantoche sabe que não conseguirá se sustentar muito tempo sem as tropas imperialistas, por isso mesmo joga todas suas fichas na celebração de um “Pacto Nacional”.

Por sua vez, o Taleban alertou que se o acordo alcançado em fevereiro de 2020 em Doha (Catar), que prevê a retirada antes do prazo final de 1º de maio, não for cumprido, isso causará "problemas" para as tropas imperialistas."Se o acordo for violado e as forças estrangeiras não deixarem nosso país na data especificada, os problemas certamente aumentarão e aqueles que não cumprirem o acordo serão responsabilizados", tuitou o porta-voz do Taleban, Zabihullah Mujahid.

O Pacto que os EUA e o Taleban firmaram em fevereiro de 2020 estabelece que Washington deve retirar os militares dos EUA do território afegão antes de 1º de maio de 2021. Por sua vez, o Taleban se comprometeu a entrar em negociações com o governo do Afeganistão para chegar a uma “solução pacífica” à prolongada guerra no país. Por solução pacífica entende-se o Taleban exigirá que o atual governo afegão, completamente desmoralizado diante da população, renuncie “pacificamente”. Em 26 de março, o Taleban avisou que retomaria as “hostilidades”(leia-se ataques)contra os militares estrangeiros presentes no Afeganistão se eles não cumprissem o prazo para deixar aquele país. A ameaça foi uma reação às declarações de Biden, que na véspera disse que seria "difícil" para Washington retirar as tropas americanas naquela data.

A guerra no Afeganistão matou 2.400 militares dos EUA e custou aos cofres do país aproximadamente 2 trilhões de dólares. O maior número de contigente de soldados dos EUA no Afeganistão foi alcançado em 2011 com mais de 100.000. Mesmo assim não conseguiram dobrar a resistência taleban, colhendo uma série de derrotas estratégicas. Como hoje a OTAN concentra todas suas forças em um possível ataque a República de Donetsk, na região de Donbass no território que pertenceu à Ucrânia, decidiram reconhecer a derrota, com ares de “retirada”, para tentar amenizar a humilhação do imperialismo.