segunda-feira, 19 de abril de 2021

LULA NÃO DESCARTA SER VICE EM 2022: APROFUNDAR A COLABORAÇÃO DE CLASSES RUMO A FRENTE AMPLA... 

Lula confidenciou a aliados muito próximos, como o senador Renan Calheiros (MDB),que não descarta a possibilidade de ser candidato a vice-presidente em 2022 em uma chapa do PT em coligação com outros partidos do “centro”. A prioridade, segundo o ex-presidente, é “derrotar Jair Bolsonaro, caso outro nome surja com maior chance de vitória, este candidato deverá se candidatar como o nome principal do partido”. É o que afirmou em nota a colunista Bela Megale, do jornal O Globo, nesta última sexta-feira (16/04). A posição de Lula como vice-presidente seguiria o caminho político da ex-presidente argentina Cristina Kirchner, que é a atual vice de Alberto Fernández, o que já foi sugerido pelo oligarca reacionário Ciro Gomes, obviamente apontando que o cabeça da chapa seria ele próprio. Para o neopedetista, a ex-presidente argentina, mesmo "tendo uma força grande, deu um passo pra trás e ajudou a Argentina a se reconciliar".

Certamente o PT não cogita ceder sua liderança eleitoral de oposição no país para Ciro Gomes, apesar de terem alguns “empreendimentos políticos comuns”,  como o governo do Ceará, porém Lula sabe muito bem que Ciro carece de cacife nacional, e ainda por cima tem grande rejeição no seio da burguesia paulista. O novo aceno de “desprendimento” de Lula não está voltado na direção de Ciro Gomes, tem um alcance muito mais profundo do ponto de vista das classes dominantes.

Lula já deu sinais de que faria uma aliança com partidos de “centro”para derrotar Bolsonaro nas urnas: "Se for preciso chegar ao centro para ganhar as eleições, a gente vai procurar", afirmou Lula no último dia 10 de abril. Também afirmou em entrevista ao jornalista Reinaldo Azevedo, atualmente um  entusiasta de uma fórmula “Lula Light”, que pretende reeditar a tática de 2002, ou seja procurar um nome de peso da burguesia nacional, para oferecer uma vaga na chapa petista. O foco da busca petista no momento passa pela empresária Luiza Trajano.

A tática assumida pela esquerda reformista no país, de impulsionar a formação de uma Frente Ampla de oposição ao presidente neofascista, nada mais é do que a continuidade da política de colaboração de classes da Frente Popular, desta vez defendendo o mesmo programa do imperialismo, redigido pelo Fórum Econômico Mundial. A plataforma política da Frente Ampla tem os mesmos pontos redigidos em Davos (Suíça): vacinas em massa, isolamento social e a promoção estatal do Grande Reset, sob a sórdida justificativa do “Controle Sanitário”. Com este programa na mão, Lula conseguiu atrair novamente a simpatia da burguesia nacional, que hoje debate como utilizará o líder petista para defenestrar Bolsonaro. Essa posição do imperialismo e seus lacaios tupiniquins não significa que apostarão na vitória de Lula em 2022, ainda é muito cedo para “bater o martelo”. Porém o “resgate” de Lula (as decisões do STF seguem este comando) já serve para “emparedar” Bolsonaro, fazendo com que o neofascista termine seu mandato cumprindo à risca (apesar dos estrebuchos) a pauta imposta pela OMS e a governança global do capital financeiro.