quarta-feira, 28 de abril de 2021

RÚSSIA DENUNCIA PRESSÃO DOS EUA CONTRA O USO DA SPUTINK V NO BRASIL: EXPRESSÃO DA DISPUTA VISCERAL PELO CONTROLE DO MERCADO DA VACINA QUE MOVIMENTA TRILHÕES DE DÓLARES

O ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, revelou que os Estados Unidos não escondem que exercem pressão sobre o Brasil na questão da vacina russa Sputnik V como parte do jogo bruto em busca do controle comercial e político do mercado trilionário da vacina para a Covid-19. Comentando o fato de os EUA terem confirmado que estão fazendo esforços em relação ao Brasil para este rejeitar a vacina russa Sputnik V, o chanceler russo disse que não está surpreendido: “Não estou surpreendido com isso. Os norte-americanos não se acanham de estar fazendo este trabalho. Eles não estão escondendo isso”. 

Lavrov afirmou ainda que a administração anterior fez algo similar, quando o então secretário de Estado norte-americano Mike Pompeo viajou pela África e apelou publicamente nas coletivas de imprensa a seus colegas para não cooperarem e negociarem com a Rússia e China, afirmando cinicamente que estes países “têm objetivos egoístas”, enquanto os americanos negociam com os países africanos “para o bem dos povos”. Segundo o dirigente Russo, “No Brasil surgiu agora um movimento contra esta privação. E se os norte-americanos admitiram que estão por trás deste resultado, então, é porque são fiéis à sua lógica de que tudo é permitido para eles e já não se acanham de dizer isso publicamente”. O chanceler da Rússia lembrou que o presidente francês, o capacho do imperialismo ianque, Emmanuel Macron, disse que estava acontecendo no curso da pandemia uma nova guerra contra a China e a Rússia.

O pretexto “técnico” para a decisão da Anvisa foi a de que o imunizante usa como vetor um adenovírus que, segundo os gerentes da agência, poderia se replicar a provocar danos às pessoas que recebessem a vacina. Em nenhum lugar do mundo esse problema foi apresentado. A tecnologia usada na Sputnik V foi elogiada por toda a comunidade científica internacional e é também a mesma utilizada na vacina desenvolvida pela AstraZeneca em parceira com a Universidade de Oxford. Até agora o imunizante russo já foi aprovado em 60 países, a segunda vacina mais adotada por órgãos sanitários no mundo. Diversos países sul-americanos já aprovaram o seu uso, incluindo México, Argentina, Bolívia, Venezuela e Paraguai. 

É importante registrar que a vacina da AstraZeneca, que usa a mesma técnica da Sputnik V, foi aprovada sem problemas pela Anvisa, e muito diferente da Sputnik V, apresentou gravíssimos eventos adversos, provocando milhares de óbitos. A vacina da AstraZeneca chegou a ser interrompida em vários países, principalmente na própria Europa, sendo até cancelada definitivamente em alguns deles, como na Hungria e Itália. 

Atualmente os EUA, que também suspenderam temporariamente a AstraZeneca, querem se “livrar” de um lote de quase 100 milhões de doses da vacina inglesa, que estranhamente é fabricada na Coréia do Sul.


O questionamento técnico-científico da Anvisa, dessa maneira rasa, sobre a segurança e eficiência de uma vacina russa, desenvolvida pelo prestigiado Instituto de Pesquisa Gamaleya, e que já vacinou cerca de 30 milhões de pessoas em todo o mundo, sem a o registro de nenhuma ocorrência de eventos adversos, não parece uma medida que deva ser levada a sério. Está muito mais para uma decisão de caráter comercial do que uma decisão embasada em critérios científicos.

É evidente que as corporações imperialistas da Big Pharma, de olho nos contratos bilionários de venda dos imunizantes para o governo neofascista, acionaram seus ventríloquos “especialistas”, como a asquerosa Pasternak, para impedirem a entrada da Sputinik no Brasil. 

Os diretores da Anvisa, após receberem “suculentas gorjetas” para flertarem com a compra da vacina russa, acabaram mesmo seguindo as ordens do capital financeiro, que financiou a elaboração dos imunizantes da Big Pharma, e agora tem o melhor retorno comercial da história da humanidade. 

Para os midiotas da esquerda reformista, que fizeram do programa político do Fórum de Davos a sua própria plataforma, deve ficar a lição de que a questão da vacinação em massa, com imunizantes pouco eficientes, é apenas uma questão de comércio internacional e não de ciência e muito menos “defesa da vida”.