sábado, 10 de abril de 2021

SOB A AMEAÇA DE UMA NOVA GUERRA NA UCRÂNIA: REPÚBLICA DE DONETSK COMPLETA 7 ANOS

Há 7 anos começava a Guerra de Donbass, quando a minoria russa da Ucrânia, perseguida e oprimida após a “revolução colorida” da praça Maidan, na verdade uma ofensiva da OTAN contra as forças da esquerda, pegou em armas para lutar por sua liberdade política e identidade nacional, proclamando a República de Donetsk. Não obstante, diversos e graves erros foram cometidos pelo governo russo à época, e que hoje pagam um alto custo na divisão da unidade territorial da Ucrânia. Em 2014, Moscou cometeu um grave erro, Putin perdeu a oportunidade que lhe foi dada pelos acontecimentos após a ofensiva de Maidan, quando da tomada do poder da reacionária junta de Kiev e da fuga de Yanukovych (líder ucraniano) para Moscou.

Podemos sintetizar assim os profundos equívocos políticos do governo russo, em relação a contrarrevolução ocorrida na Ucrânia, em consequência da sua própria herança restauracionista e do seu caráter de classe burguês. Em primeiro lugar, não se deveria reconhecer a junta pró-imperialista de Kiev, que chegou ao poder através de um golpe de extrema direita. Na sequência Putin apoiou o chamado de Yanukovych para restaurar a ordem constitucional, uma tolice sem precedentes, posto que as forças da reação estavam armadas para a guerra, patrocinada pela OTAN. E por último, Putin teria que enviar tropas para o país em apoio a resistência da esquerda (que ficou isolada sem armas), restaurando o presidente legítimo, como aconteceu com Assad na Síria. Porém nada disso foi feito, e a OTAN consolidou o governo fantoche da Casa Branca, selando assim a divisão da Ucrânia.

Em vez disso, Moscou simplesmente se reunificou com a Crimeia e pouco se empenhou em fornecer alguma assistência militar na manutenção do exército de Donbass: “Graças a Deus, não deixamos de fazer algo”, afirmou laconicamente, o presidente Putin.

Durante esses sete anos o reacionário exército ucraniano se preparou, equipando-se com armamento fornecido pelo Pentágono, concordou em fazer parte da OTAN e agora toda uma geração de “russófobos” neofascistas ucranianos radicais estão rufando os “tambores de guerra” para atacar a República de Donetsk. Obviamente que o objetivo estratégico da Casa Branca é provocar e acuar a Rússia, grande fornecedora de tecnologia bélica e armamentos para a China. Como Putin irá reagir ao avanço da OTAN contra as forças de Donbass, ainda é uma incógnita política, o certo é que de ceder ao imperialismo, como fez em 2014, estará assinando sua própria sentença de morte.