sexta-feira, 7 de maio de 2021

“PEREGRINAÇÃO” BURGUESA DE LULA: AGORA FOI A VEZ DE ENCONTRAR... SARNEY, EUNÍCIO E JADER BARBALHO DO “VELHO MDB” DAS CARCOMIDAS E CORRUPTAS RAPOSAS OLIGÁRQUICAS

Lula (PT) e Sarney (MDB) se reuniram ontem em Brasília. O encontro aconteceu uma semana após Bolsonaro visitar a velha raposa oligárquica burguesa, que foi presidente entre 1985 e 1989 em um mandato de ataques sistemáticos aos trabalhadores na chamada “Nova República”, a transição acordada pelo grande capital entre a ditadura militar e o regime da democracia dos ricos. Lula em sua “peregrinação burguesa” começou na última segunda-feira (03.05) uma série de encontros políticos com representantes dos capitalistas para a criação de uma frente aliança para 2022, buscando fechar apoios nos estados. Na segunda, ele se reuniu com Marcelo Freixo (PSOL) e o senador Jáder Barbalho (MDB-PA) além de manter contato com o também senador Renan Calheiros (MDB-AL). Os dois emedebistas são pais dos governadores Helder Barbalho e Renan Filho, respectivamente. Na terça, o petista convidou o senador Fabiano Contarato (Rede-ES) para se filiar ao PT e ainda se encontrou com os senadores Otto Alencar (PSD-BA), Kátia Abreu (Progressistas-TO), além do ex-presidente do Senado Eunício Oliveira (MDB-CE). No dia seguinte, Lula se reuniu com o ex-prefeito de São Paulo e presidente do PSD, Gilberto Kassab e com Rodrigo Maia (DEM). Lula propõe que os capitalistas deixem de apoiar o governo neoliberal de Bolsonaro e apresenta seu nome para ser novamente o gerente do comitê de negócios da burguesia em 2022 ancorado em uma frente ampla que vai do PCO, PSOL, passando pelo PT, PCdoB, PSB, Rede até o MDB, PSD e Cidadania... 

Não por acaso, o petista fala de “unir todos os brasileiros para vivermos em harmonia” e apresenta o “voto” como o instrumento político para celebrar o pacto social. Esta é a síntese da ditadura do capital travestida em democracia, uma formulação que os reformistas não se cansam de repetir! 

O chamado à “reconstrução nacional” passaria necessariamente por um governo de centro-esquerda burguesa como as gestões passadas da Frente Popular. Essa utopia do “Brasil de todos, para todos” não passa de demagogia pré-eleitoral para demonstrar que o PT se compromete a respeitar o calendário eleitoral e se manter como guardião da democracia burguesa.

O petista fala que o alicerce desse contrato social é o Estado de direito burguês, ou seja, a manutenção das instituições da república capitalista que se assenta sobre a miséria e a exploração dos trabalhadores. Não por acaso, Lula encobre que os interesses sociais imediatos e históricos entre o proletariado e capitalistas são irreconciliáveis como nos explicou Marx, uma tese revolucionária que a esquerda reformista e até grupos que se dizem trotskistas satélites do PT tentam esconder com todo o malabarismo político, lançado em nome da necessidade de “derrotar a direita” nas urnas.

A tática assumida pela esquerda reformista no país, de impulsionar a formação de uma Frente Ampla de oposição ao presidente neofascista, nada mais é do que a continuidade da política de colaboração de classes da Frente Popular, desta vez defendendo o mesmo programa do imperialismo, redigido pelo Fórum Econômico Mundial. A plataforma política da Frente Ampla tem os mesmos pontos redigidos em Davos (Suíça): vacinas em massa, isolamento social e a promoção estatal do Grande Reset, sob a sórdida justificativa do “Controle Sanitário”. Com este programa na mão, Lula conseguiu atrair novamente a simpatia da burguesia nacional, que hoje debate como utilizará o líder petista para defenestrar Bolsonaro. 

Essa posição do imperialismo e seus lacaios tupiniquins não significa que apostarão na vitória de Lula em 2022, ainda é muito cedo para “bater o martelo”. Porém o “resgate” de Lula (as decisões do STF seguem este comando) já serve para “emparedar” Bolsonaro, fazendo com que o neofascista termine seu mandato cumprindo à risca (apesar dos estrebuchos) a pauta imposta pela OMS e a governança global do capital financeiro.

Ainda que não tenha surgido no Brasil uma alternativa revolucionária de massas a direção política do PT e Lula, é necessário organizar molecularmente uma via de independência de classe resgatando para o proletariado os valores da moral operária e seu programa genuinamente comunista.