sexta-feira, 11 de junho de 2021

FUNDAÇÃO GETÚLIO VARGAS CONCLUIU: RENDA DO TRABALHADOR BRASILEIRO CAIU 10% SOMENTE ESTE ANO. É NECESSÁRIO ORGANIZAR UMA GREVE GERAL!

O Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getulio Vargas (Ibre-FGV) apresentou dados mostrando que a renda média domiciliar dos trabalhadores brasileiros está em queda livre. No primeiro trimestre de 2021, período em que a variação de 1,2% do Produto Interno Bruto (PIB) em relação ao trimestre anterior foi motivo de comemoração na mídia corporativa, a renda média domiciliar per capita dos brasileiros caiu 10% em relação ao mesmo período de 2020 – o quarto trimestre consecutivo de queda na renda.

O levantamento da FGV  mostrou que a renda média domiciliar per capita caiu de R$ 1.185 no primeiro trimestre do ano passado, para R$ 1.065 neste início de ano. Isso depois de consecutivas retrações de 12% no segundo trimestre de 2020 e de 11% nos terceiros e quarto trimestres, todos comparados com idêntico período do ano anterior. É por isso que a variação positiva de 1,2% no PIB no trimestre, praticamente pautada pela exportação de produtos primários, não é nenhum reflexo da recuperação da economia capitalista interna.

O consumo das famílias, um dos maiores motores da economia, caiu 0,1%. Neste período, a taxa de desemprego do país medida pelo IBGE alcançou o recorde de 14,7% da população em idade de trabalhar – ou um total de 14,8 milhões de desempregados. Não são contabilizados os trabalhadores informais, que naturalmente ganham menos, mas que na pandemia tiveram que paralisar as suas atividades e viver com muito menos.

O levantamento da pesquisa do Ibre-FGV, realizado com base na Pnad Contínua (Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios) do IBGE, considera o rendimento efetivamente recebido pelas pessoas em todos os trabalhos por elas exercidos, ou seja, não contabiliza benefícios como o auxílio emergencial e bolsa-família.

Para os que conseguiram manter seus empregos formais, a compressão da renda também é uma realidade. Segundo o boletim “Salariômetro” da Fipe-USP, de janeiro a abril deste ano, 61,6% das negociações salarias coletivas entre patrões e empregados resultaram em reajustes abaixo da inflação.Como há muitas pessoas procurando emprego, isso diminui as pressões salariais.  Há também o fato de que as empresas não estão reajustando salários acima da inflação pela própria situação geral da economia do país.

Segundo a FGV, a alta inflação também é um fator importante que diz sobre as atuais condições de vida dos brasileiros, pois ao mesmo tempo em que os reajustes não alcançam a variação dos preços, ela corrói a renda já deprimida. Até março, o Índice Nacional de Preços ao Consumidor (INPC) – que mede a inflação para as famílias que recebem de um a 5 salários mínimos, havia acumulado alta de 6,94% em 12 meses. E a situação piorou nos meses seguintes, com o índice avançando para 8,90% até maio, conforme divulgado na última quarta-feira (09/06) pelo IBGE.

Para a classe trabalhadora não ser consumida pela completa desagregação social da crise capitalista, que impulsiona o Grande Reset com arrocho salarial e desemprego, a única alternativa é a luta direta pelas suas reivindicações. Não podemos apostar em um caminho de reforma do capital, pela via das eleições como nos aponta a esquerda domesticada. A hora é começar a organização da greve geral, passando por cima da burocracia sindical que é um mero apêndice da política de colaboração de classes do PT e de Lula.