segunda-feira, 26 de julho de 2021

CRISE HÍDRICA: O QUE FALTOU NÃO FOI CHUVA, FOI O INVESTIMENTO ESTATAL QUE “RAREOU” NO SETOR DURANTE OS GOVERNOS NEOLIBERAIS DE DILMA, TEMER E BOLSONARO 

No capitalismo periférico do Brasil, quando tragédias são vislumbradas no horizonte, além das tardias medidas atenuantes, os dedos do governo burguês de plantão apontam vários culpados. Primeiro se tenta a estratégia do exagero climático: “pior seca da história”, para depois apresentar a solução neoliberal: “a saída é a privatização total”. Apesar de estar relacionada a uma mudança do clima do planeta, e isso pouco tem a ver com o “aquecimento global” tanto difundido pela Nova Ordem Mundial, a chance (cada vez mais alta) de termos um racionamento de energia é tratada do mesmo modo.

Primeiro, tenta-se negar o evento da crise energética e, culpando o consumidor, faz-se propaganda tentando nos convencer que somos esbanjadores. Depois, a falsa informação catastrófica de que a atual crise hidrológica é inédita, culpando São Pedro. Muitos culpam o operador nacional do sistema (ONS). Só nos resta aguardar para ver se, outros técnicos neoliberais do setor reconhecem que o que está faltando é a falta do investimento estatal, que passou em branco desde os governos Dilma, Temer e o atual presidente neofascista.

Para apontar a mentira da frase “a pior crise hídrica de 91 anos”, basta consultar os dados históricos das “energias naturais” (afluências dos rios em unidades energéticas) do sistema sudeste e centro-oeste. Como se vai ver, esse triste “campeonato” de mentiras precisa de um exame do “VAR”, mas é claro não o da CBF. Utilizando os dados históricos do período 1950 – 1956 (7 anos seguidos) sobre o sistema de geração atual, a situação é pior do que a “inédita” crise hídrica 2014 – 2020 (7 anos). Em outras palavras, se ocorresse o dado histórico, a situação seria mais grave.

Não  dá mesmo para culpar a “hidrologia de São Pedro”. Vejamos que a década de 1950 não tinha o desmatamento recente e, mesmo assim há evidencia uma crise pior do que a atual. Além disso, nos “softwares” de simulação da geração aprovados pelo sistema, utiliza-se um modelo estocástico que estende a amostra de energias naturais para 2.000 anos! Nessa série, ocorrem situações piores do que o período crítico. Como parece que 2021 será ainda pior, pode ser que esse indesejado “campeonato” seja vencido pela “crise inédita”.

Na realidade, o que falta é investimento estatal em novas fontes de energia. Se nossos rios não são mais como eram, hipótese até agora ainda por demonstrar, precisamos de mais usinas em outros rios. Ou eólicas e solares, onde estamos completamente atrasados. O que não precisamos é de mais usinas térmicas (a base de diesel importado) pois de 1995 até 2020 multiplicamos por 6 nossa capacidade e, em função do alto preço. Será que é preciso “lembrar” para a esquerda reformista que a Eletrobras vai ser privatizada pelo governo neofascista, vendendo usinas prontas e faturando alto? Está na hora de organizarmos, movimento dós urbanitários e população pobre juntos na construção da greve geral contra a privatização, o apagão e o alto preço das tarifas de luz, que de um jeito ou de outro vai deixar todo mundo no escuro...