sexta-feira, 15 de outubro de 2021

ORIGEM DO COVID-19: CHINA SE OPORÁ A MANIPULAÇÃO POLÍTICA NA NOVA "INVESTIGAÇÃO" DA OMS ORQUESTRADA PELA CASA BRANCA   

Pequim tomará uma posição firme contra qualquer forma de “manipulação política” que possa surgir durante a nova sondagem recentemente anunciada pela Organização Mundial da Saúde (OMS) para determinar as origens do coronavírus que ocorre devido a pressão da Casa Branca. Falando na quinta-feira, o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Zhao Lijian, disse que o governo espera que todas as partes envolvidas na investigação "adotem uma atitude objetiva, científica e responsável ... adotem uma perspectiva global, desempenhem suas funções de maneira objetiva e justa e verdadeiramente fazer uma contribuição positiva para o rastreamento das origens globais e a cooperação antiepidêmica.” Ele insistiu que embora a China continua a apoiar e participar no rastreamento das origens da Covid-19, ela "se opõe firmemente a qualquer forma de manipulação política". 

Os comentários de Zhao vieram um dia depois que a OMS revelou uma lista de especialistas propostos em seu Grupo de Aconselhamento Científico para as Origens de Novos Patógenos, conhecido pela sigla SAGO, para determinar onde o vírus começou.

O Diretor Executivo da OMS, Dr. Michael Ryan, enfatizou a importância da investigação, dizendo que era nossa “melhor chance” - e potencialmente a última - de compreender as origens da Covid. Maria van Kerkhove, líder técnica da OMS na Covid-19, observou que “mais de três dezenas de estudos recomendados” ainda devem ser realizados e indicou que as missões podem ser necessárias em solo chinês, exigindo a cooperação de Pequim.

Em agosto, a agência de saúde da ONU emitiu um comunicado no que parecia ser um apelo para que a China divulgasse dados de seu Instituto de Virologia de Wuhan, necessários para determinar as origens do vírus. A OMS disse que o acesso a essas informações é “extremamente importante para desenvolver nossa compreensão da ciência e não deve ser politizado de forma alguma”, mas o vice-ministro das Relações Exteriores de Pequim recuou , dizendo que a China se opõe ao “rastreamento político”.

A OMS havia inicialmente concluído em seus relatórios de março que a teoria que Covid-19 vazou de um laboratório em Wuhan era “extremamente improvável” e, em vez disso, provavelmente se espalhou de morcegos para humanos. Poucos meses depois, no entanto, o secretário-geral da organização, Tedros Adhanom Ghebreyesus, reconheceu que “acidentes de laboratório acontecem” e que houve um “impulso prematuro” para descartar essa origem.

A OMS pretende continuar o estudo das origens da COVID-19 e do que levou à sua disseminação pelo mundo todo, bem como de "patógenos emergentes de potencial epidêmico e pandêmico".

A Organização Mundial da Saúde (OMS) criou uma equipe de 26 especialistas para continuar a busca das origens da pandemia da COVID-19, relatou na quarta-feira (13) a agência de saúde da Organização das Nações Unidas (ONU).

Os especialistas terão como objetivo estabelecer uma nova estrutura global para a realização de estudos sobre "as origens de patógenos emergentes de potencial epidêmico e pandêmico", entre os quais está o SARS-CoV-2, o vírus que causa a COVID-19.

Segundo Maria Van Kerkhove, líder técnica da OMS sobre a COVID-19, a estrutura, chamada Grupo Consultivo Científico para as Origens de Patógenos Novos (SAGO, na sigla em inglês), avaliaria de forma urgente o que é conhecido agora, o que ainda é desconhecido, e o que precisa ser feito rapidamente.

"Prevejo que o SAGO [...] recomendará mais estudos na China e potencialmente em outros lugares. Não há tempo a perder com isto", referiu, citada na quinta-feira (14) pela agência francesa AFP.

Por sua vez, Michael Ryan, diretor de emergências da OMS, disse que "esta é nossa melhor chance, e pode ser nossa última chance de entender as origens deste vírus".

Os 26 especialistas, que foram escolhidos entre mais de 700 candidaturas, estarão agora sujeitos a uma consulta pública de duas semanas. Eles incluem Christian Drosten, diretor do Instituto de Virologia de Berlim, Alemanha; Yungui Yang, do Instituto de Genômica de Pequim, China; Jean-Claude Manuguerra, do Instituto Pasteur da França; e Inger Damon, dos Centros de Controle e Prevenção de Doenças (CDC, na sigla em inglês) dos EUA.

Em março de 2021, uma investigação conjunta da OMS e da China sobre as origens do SARS-CoV-2 concluiu que o vírus não podia ter vazado do Instituto de Virologia de Wuhan, e apontou como a teoria mais provável que tenha saltado de morcegos a humanos.

Desde então, Tedros Adhanom Ghebreyesus, diretor-geral da OMS, e alguns países ocidentais, têm criticado as conclusões do relatório. Já a China apelou para que os resultados fossem respeitados, exortou os países a não politizarem o processo, e pediu que Fort Detrick, uma instalação militar dos EUA com programas de defesa biológica, e que sofreu pelo menos duas "violações de contenção de toxinas" em agosto de 2019, também fosse investigado.