segunda-feira, 22 de novembro de 2021

CRISE NO PSDB: MORO É O GRANDE BENEFICIADO COM FRACASSO DA “TERCEIRA VIA” TUCANA... EX-JUSTICEIRO SE CACIFA COMO PRINCIPAL NOME DA DIREITA ALTERNATIVO A BOLSONARO 

A eleição tucana para escolher seu candidato a presidente foi paralisada neste domingo após uma suposta falha no aplicativo que impediu que diversos filiados do partido votassem nos seus candidatos para disputar ao cargo de presidente, nas eleições de 2022. Os problemas ocorreram principalmente no momento do reconhecimento facial, que deveria ser feito por meio da plataforma virtual. A crise no tucanato beneficia diretamente a candidatura do ex-ministro Sergio Moro (Podemos) à Presidência, desmoralizando a já tumultuada campanha de prévias do PSDB. A defesa por um representante da "terceira via" mesmo que fora do PSDB cresceu após a filiação partidária de Moro, que vem recebendo amplo espaço na mídia e acaba por agrupar a direita “civilizatória” que não apoia Bolsonaro e não vê no PSDB nomes de peso. Moro aparece com 11% das intenções de voto em pesquisa feita pela Ponteio Política claramente manipulada para beneficiar o ex-chefe da Operação Lava-jato. É o primeiro levantamento lançado na mídia após o ex-juiz ter se filiado ao Podemos. Moro fica com o terceiro lugar das intenções de voto, atrás de Lula (37%) e Jair Bolsonaro (24%), deixando Ciro Gomes (8%) para trás. Esse cenário aponta claramente que um setor da burguesia deseja catapultar Moro como opção a Bolsonaro que não tem a simpatia dos representantes do imperialismo.

Nesse processo a candidatura de Dória perde força. Tanto que o ex-prefeito de Manaus, Arthur Virgílio, culpou o governador do Rio Grande do Sul, Eduardo Leite, e seu principal cabo eleitoral, o deputado Aécio Neves (PSDB-MG), pelo fracasso das prévias do PSDB, que foram adiadas depois de uma suposta falha no aplicativo de votação.

Não por acaso, o vice-presidente Hamilton Mourão (PRTB) disse, em entrevista ao jornal O Globo, que considera o ex-juiz Sergio Moro um "nome forte" para as eleições de 2022, mas que no momento apenas Jair Bolsonaro (sem partido) e Luiz Inácio Lula da Silva (PT) "empolgam as massas" com Moro precisando de mais espaço na mídia. Como se sabe Mourão representa justamente este setor da direita que busca um alternativa eleitoral a Bolsonaro.

A Casa Branca impulsiona a candidatura de seu funcionário, o ex-justiceiro Sérgio Moro, que mesmo queimado até a medula e sem chance alguma de vitória, irá cumprir a função de dividir os votos do campo bolsonarisra na eleição presidencial do ano que vem. Biden tem a missão de tentar alinhar o mundo com a Nova Ordem do fascismo sanitário, e Bolsonaro com sua demagogia vazia contra as vacinas e o uso de máscaras se torna uma referência “indesejável” para os planos do imperialismo ianque. Moro será um coadjuvante do triunfo eleitoral da Frente Ampla capitalista, encabeçada pelo PT na medida que agora está alinhado ao chamado “Centro Civilizatório”.

Seu nome também serve também par dividir a base da direita e das FFAA. No rastro de Moro, oficiais como Santos Cruz e Paulo Chagas também vão se filiar ao Podemos, abrindo caminho para uma disputa que possa garantir candidaturas militares aos governos estaduais, Congresso e, o mais importante, na formação de uma chapa híbrida com o ex-juiz na cabeça e um oficial como vice. O general Paulo Chagas junto com Santos Cruz, participou do evento de filiação de Moro ao Podemos.

Para esse operação recebeu o aval da Globo, como confirma Merval Pereira “"Desmentindo grande parte dos políticos, e mesmo eleitores, que não viam nele condições de se sair bem numa disputa à Presidência da República, o ex-ministro e ex-juiz Sergio Moro teve uma boa largada no primeiro discurso público como pré-candidato, na assinatura de sua filiação ao Podemos. A manhã já fora de boas notícias para ele, com a pesquisa Quaest/Genial o colocando como terceira opção dos eleitores no momento, à frente numericamente de Ciro Gomes, mas empatado tecnicamente”.

Em resumo, a Casa Branca mandou Moro se lançar candidato a presidente porque é um nome que divide os votos do campo bolsonarista.