terça-feira, 30 de novembro de 2021

VITÓRIA DE XIOMARA ZELAYA EM HONDURAS: MAIS UM FRÁGIL GOVERNO DA CENTRO-ESQUERDA VOLTA A GERÊNCIA DOS NEGÓCIOS DA BURGUESIA

Xiomara Zelaya, do Partido Liberdade e Refundação (Libre), reivindicou a vitória nas eleições presidenciais de Honduras, com quase 20 pontos de vantagem para o candidato governista, após a apuração de 42% das urnas. Caso o resultado seja confirmado a esposa do presidente destituído Manuel Zelaya (que governou o país entre 2006 e 2009) será, aos 62 anos, a primeira mulher a governar o país. Seu principal rival é o candidato governista de direita Nasry Asfura, do Partido Nacional (PN), que governa o país desde a destituição de Zelaya, em um golpe de Estado apoiado pela direita. Essa vitória representa o retorno da centro-esquerda burguesa ao governo de Honduras, em um quadro de completa dependência dos acordos burgueses que fez para volta a gerência dos negócios da burguesia no país.

"Boa noite, ganhamos", afirmou Castro em um discurso na noite de domingo (29), quando prometeu um "governo de reconciliação". "Estendo a mão a meus opositores porque não tenho inimigos", disse a candidata em um claro sinal do pacto social que deseja estabelecer com a futura oposição de direita. "Vou convocar um diálogo com todos os setores de Honduras".

Castro tem 53,52% dos votos até o momento, contra 33,95% de Asfura, segundo o Conselho Nacional Eleitoral (CNE). Em terceiro lugar aparece o candidato do Partido Liberal, Yani Rosenthal, com 9,20%. Aguirre considerou "histórica" a participação de 62% dos eleitores, após 3,2 milhões de hondurenhos compareceram às urnas para escolher não só o(a) próximo(a) presidente como também 128 deputados, 298 prefeitos e 20 representantes do Parlamento Centro-Americano.