domingo, 9 de janeiro de 2022

02 ANOS DO ASSASSINATO DE SOLEIMANI: IRÃ SANCIONA 51 NORTE-AMERICANOS PELA MORTE DE SEU GENERAL... MARXISTAS DEFENDEM ENÉRGICA RESPOSTA DO REGIME DOS AIATOLÁS CONTRA O IMPERIALISMO IANQUE!

Ao completar 2 anos do assasinato do general Soleimani, o Ministério das Relações Exteriores iraniano divulgou um comunicado neste sábado listando os envolvidos no assassinato de Soleimani e as ações que o governo persa tomará contra eles. Com a medida, os norte-americanos incluídos na lista terão seus bens confiscados em território iraniano, o que é medidas extremamente limitada e ineficaz. O Irã sancionou 51 outros norte-americanos por sua relação com o ataque de drones que o general Qasem Soleimani e seus companheiros sofreram em janeiro de 2020 em Bagdá e que acabou com suas vidas. Como Marxistas Revolucionários denunciamos o ataque militar do imperialismo ianque e defendemos que o regime de Teerã deveria responder energicamente a agressão que levou à morte um herói nacional de seu povo. Defendemos mobilizar os trabalhadores do mundo árabe, particularmente do Iraque, Irã e Síria, em rechaço ao bombardeio ianque. Lembremos que sob liderança de Soleimani, o Irã reforçou o apoio ao Hezbollah no Líbano, expandiu a presença militar do Irã no Iraque e na Síria e organizou a ofensiva da Síria contra grupos terroristas rebeldes durante a guerra civil patrocinada pela OTAN e a Casa Branca.

A lista dos sancionados inclui o Chefe do Estado-Maior Conjunto das Forças Armadas dos Estados Unidos, Mark Milley; o ex-Conselheiro de Segurança Nacional, Robert Charles O´brien Jr.; o Secretário Adjunto para a Segurança Nacional, Mathew F. Pottinger e o chefe do Comando Central. (Centcom), General Keneth Mckenzie. Entre as 51 novas sanções estão também o fundador da empresa militar privada Blackwater, Erik Dean Price, e a ex-representante dos Estados Unidos nas Nações Unidas, Nimarta Nikki Haley. 

Esse ataque demonstra que o objetivo central do Pentágono continua sendo retomar o controle do Iraque, desestabilizar a Síria para neutralizar o regime da oligarquia Assad, debilitar o Hezbollah no Líbano, acabar com a resistência palestina e seguir sem maiores obstáculos em seu plano de atacar Irã.

O imperialismo ianque e Israel exigem a rendição completa do Irã, perspectiva que sofre grande resistência interna, particularmente pelas massas iranianas que viram a barbárie imposta à Líbia e a destruição em curso na Síria. Frente a esta situação, defendemos integralmente o direito deste país oprimido a possuir todo arsenal militar para responder a agressão ianque. 

Como Marxistas Revolucionários não dissimulamos em um só momento o caráter burguês e obscurantista do regime nacionalista do Irã. Sempre declaramos que os revolucionários não são partidários do Regime dos Aitolás no Irã, embora reconheçamos os avanços anti-imperialistas conquistados pelas massas em 1979. Mas estes fatos em nada mudam a posição comunista diante da agressão imperialista contra uma nação oprimida. Não nos omitimos em estabelecer uma unidade de ação com o Regime dos Aiatolás, diante do ataque imperialista. Por esta mesma razão, chamamos o proletariado persa a construir uma alternativa revolucionária dos trabalhadores que possa combater consequentemente o imperialismo. É bom lembrar que os Marxistas já estabeleceram uma frente única com os aiatolás na derrubada do Xá Reza Pahlevi e seu regime pró-imperialista, apesar de conhecermos o caráter de classe da direção religiosa muçulmana. A agressão desferiada ontem, mesmo com todas as concessões feitas pelo regime dos Aiatolás e o governo Rohani, embutem uma vingança contra a humilhação sofrida pelos EUA na desastrosa tentativa de intervenção militar no Irã, ainda sob o governo democrata de Jimmy Carter. 

Não temos nenhuma dúvida que o império pretende somar para suas empresas transnacionais as reservas de petróleo do Irã às da Líbia e do Iraque para, desta forma, deter a hegemonia absoluta do controle energético do planeta. Somente idiotas úteis à Casa Branca podem ignorar estes fatos e declarar “solidariedade” às ações militares da OTAN contra os “bárbaros ditadores” que se recusam a aceitar a “democracia made in USA”. Os Marxistas Revolucionários defendem integralmente o direito do Irã a possuir todo arsenal militar atômico ao seu alcance para se defender do imperialismo e do sionismo. Porém, compreendem que a tarefa de defender o Irã inclusive contra sua burguesia nativa está, antes de tudo, nas mãos do proletariado mundial e das massas árabes. Somente elas podem lutar consequentemente pela derrota do imperialismo em todo o Oriente Médio, abrindo caminho para sepultar a exploração capitalista interna que condena a miséria os explorados da região.

De acordo com o comunicado do Ministério das Relações Exteriores iraniano, os sancionados participaram da tomada de decisão, planejamento, organização, financiamento, apoio, direção ou implementação do ato terrorista contra Soleimani ou “ao apoiar este crime hediondo, promoveram o terrorismo que é uma ameaça à paz e segurança internacionais”.

Entre outubro de 2020 e janeiro de 2021, o Irã sancionou várias autoridades dos Estados Unidos pelo ataque a seu general, incluindo o ex-presidente Donald Trump, seu secretário de Estado, Mike Pompeo e o ex-secretário de Defesa Mark Esper, entre outros.

Com as novas sanções, as propriedades ou bens dos listados no Irã serão confiscados, segundo nota divulgada neste sábado. "O ato terrorista dos Estados Unidos não vai minar a determinação séria e decisiva da República Islâmica de continuar o caminho glorioso de Sardar Shahid na luta contra o terrorismo e contra grupos terroristas, especialmente terroristas apoiados pelos Estados Unidos", disse a Chancelaria na rede social Twitter.

Soleimani era o general que estava à frente da Força Quds do Corpo da Guarda Revolucionária Islâmica (IRGC) e foi morto por um drone dos EUA em 3 de janeiro de 2020 perto do aeroporto internacional de Bagdá. As sanções são anunciadas em um contexto marcado pelas negociações em Viena para resgatar o Comprehensive Joint Action Pact (PIAC), onde Alemanha, França, Reino Unido, Rússia e Estados Unidos, sem atualmente fazer parte do pacto, estão tentando devolver o acordo de que limitava o programa nuclear iraniano em troca do levantamento das sanções americanas.