sexta-feira, 14 de janeiro de 2022

PT COSTURA ALIANÇA COM O GOLPISTA MDB DE TEMER: LULA BUSCA O APOIO DAS CARCOMIDAS E CORRUPTAS RAPOSAS OLIGÁRQUICAS

O golpista Michel Temer (MDB), que chegou ao Planalto após o impeachment da gerentona Dilma em 2016, disse nesta quinta-feira (13.01) que foi procurado por “uma pessoa muito elegante” ligada ao ex-presidente Lula (PT). Também admitiu que uma parcela do MDB deseja apoiar o petista nas eleições presidenciais deste ano como vem ocorrendo no Rio Grande do Norte por exemplo. A aliança entre os dois partidos começou a ser ventilada após a visita de Lula em Natal, em agosto passado, quando, na ocasião, ele convidou o MDB para subir no palanque de Fátima Bezerra e correr atrás da reeleição da governadora. Em contrapartida, o MDB teria carta branca para indicar o vice-governador e também participar das discussões para montar as nominatas para os cargos de senador, deputado federal e estadual. 

“O encontro foi um almoço informal sobre a aliança PT e MDB que está em andamento no Rio Grande do Norte”, declarou o deputado federal e líder do MDB no Estado, Walter Alves, sobre o encontro político em que ele participou, ao lado do seu pai, o ex-senador e ex-governador Garibaldi Alves Filho (MDB) e a senadora Simone Tebet, pré-candidata à presidência da República pelo partido emedebista, realizado na casa do senador Jean Paul Prates (PT), em Natal.

Há duas expectativas de acerto político em torno deste encontro: A primeira é que Jean Paul abra mão de sua reeleição e apoie Garibaldi para a vaga ao Senado; e a segunda, como já foi levantada pelo próprio Garibaldi em dezembro passado, que ele concorra à Câmara Federal e apoie Jean ao Senado. Assim, a aliança política entre as duas siglas no Rio Grande do Norte ganharia força e contorno, reforçando a composição da chapa Fátima (governadora) e Walter (vice-governador).

Sem dizer mais detalhes sobre o que foi conversado durante o almoço, Walter somente afirmou que o convite partiu do senador petista. E que foi um momento agradável, em companhia da senadora Simone Tebet e de seu esposo, o deputado estadual Eduardo Rocha (MDB-MS). Eles passaram alguns dias visitando as praias do litoral potiguar e estenderam o passeio à Capital.

A governadora Fátima Bezerra admitiu o fato. “Estamos conversando sim com o MDB, que é um partido importante, que tem mais de 30 prefeitos em todo o Estado. O ex-presidente Lula esteve aqui [em Natal], em uma conversa [com Garibaldi Alves Filho e Walter Alves] que, inclusive, eu também participei. Então, o PT tem uma ótima convivência e uma parceria administrativa muito boa com os prefeitos do MDB”, afirmou.

Lembremos que Lula (PT) e Sarney (MDB) se reuniram ontem em Brasília no ano passado. O encontro aconteceu uma semana após Bolsonaro visitar a velha raposa oligárquica burguesa, que foi presidente entre 1985 e 1989 em um mandato de ataques sistemáticos aos trabalhadores na chamada “Nova República”, a transição acordada pelo grande capital entre a ditadura militar e o regime da democracia dos ricos. 

Lula em sua “peregrinação burguesa” fez uma série de encontros políticos com representantes dos capitalistas para a criação de uma frente aliança para 2022, buscando fechar apoios nos estados. Ele se reuniu com o senador Jáder Barbalho (MDB-PA) além de manter contato com o também senador Renan Calheiros (MDB-AL). Os dois emedebistas são pais dos governadores Helder Barbalho e Renan Filho, respectivamente. 

Lula propõe que os capitalistas deixem de apoiar o governo neoliberal de Bolsonaro e apresenta seu nome para ser novamente o gerente do comitê de negócios da burguesia em 2022 ancorado em uma frente ampla que vai do PCO, PSOL, passando pelo PT, PCdoB, PSB, Rede até o MDB, PSD e Cidadania...

Não por acaso, o petista fala de “unir todos os brasileiros para vivermos em harmonia” e apresenta o “voto” como o instrumento político para celebrar o pacto social. Esta é a síntese da ditadura do capital travestida em democracia, uma formulação que os reformistas não se cansam de repetir!

O chamado à “reconstrução nacional” passaria necessariamente por um governo de centro-esquerda burguesa como as gestões passadas da Frente Popular. Essa utopia do “Brasil de todos, para todos” não passa de demagogia pré-eleitoral para demonstrar que o PT se compromete a respeitar o calendário eleitoral e se manter como guardião da democracia burguesa.

O petista fala que o alicerce desse contrato social é o Estado de direito burguês, ou seja, a manutenção das instituições da república capitalista que se assenta sobre a miséria e a exploração dos trabalhadores. Não por acaso, Lula encobre que os interesses sociais imediatos e históricos entre o proletariado e capitalistas são irreconciliáveis como nos explicou Marx, uma tese revolucionária que a esquerda reformista e até grupos que se dizem trotskistas satélites do PT tentam esconder com todo o malabarismo político, lançado em nome da necessidade de “derrotar a direita” nas urnas.

A tática assumida pela esquerda reformista no país, de impulsionar a formação de uma Frente Ampla de oposição ao presidente neofascista, nada mais é do que a continuidade da política de colaboração de classes da Frente Popular, desta vez defendendo o mesmo programa do imperialismo, redigido pelo Fórum Econômico Mundial. A plataforma política da Frente Ampla tem os mesmos pontos redigidos em Davos (Suíça): vacinas em massa, isolamento social e a promoção estatal do Grande Reset, sob a sórdida justificativa do “Controle Sanitário”. Com este programa na mão, Lula conseguiu atrair novamente a simpatia da burguesia nacional, que hoje debate como utilizará o líder petista para defenestrar Bolsonaro.