quarta-feira, 17 de agosto de 2022

CONTRA A INTRANSIGÊNCIA DOS BANQUEIROS E A PARALISIA DA CONTRAF-CUT, PREPARAR A GREVE NACIONAL DOS BANCÁRIOS! ROMPER COM A POLÍTICA DO CRETINISMO ELEITORAL DOS PELEGOS DA CONTRAF-CUT/CTB! 

Faz mais de dois meses que a pauta dos bancários foi entregue à Fenaban (15.06). Essa pauta, completamente rebaixada, foi aprovada nos fóruns viciados e virtuais da Contraf-CUT sem qualquer real participação da base. Mesmo assim, os banqueiros já participaram de pelo menos 10 rodadas de negociação, ou melhor, enrolação, e nada ofereceram de proposta. Por sua vez, em claro conluio com a Fenaban, a Contraf-CUT/CTB faz um grande teatro dizendo que vai “virar o jogo” mas não organiza a mobilização com assembleias presenciais, reuniões com delegados sindicais, paralisações, greve nacional, unificação com outras categorias em luta, ação direta... simplesmente porque a prioridade deles é o circo eleitoral da democracia dos ricos.

O acordo bianual do CCT dos bancários acaba em 31 de agosto. Se até lá não houver acordo com a Fenaban, os bancários podem perder seus direitos vigentes no contrato coletivo atual, conforme determinou a Reforma Trabalhista que acabou com o princípio da ultratividade. Desse modo, se a Contraf/CUT quer arrastar as negociações faz-de-conta até o dia 24.08, então o que querem, de fato, em 7 dias (até 31.08) é sabotar a campanha salarial, chantagear a categoria com uma proposta rebaixada dos banqueiros e enfiá-la goela abaixo dos bancários, não sem antes, dividir os bancários e atomizar a decisão em assembleias por banco para que, depois, a burocracia venda derrota por “vitória”. 

Os quatro maiores bancos (Itaú Unibanco, Bradesco, Santander e BB) tiveram um lucro líquido conjunto de R$ 26,6 bilhões no segundo trimestre de 2022, um crescimento de 20,5% na comparação com o mesmo período do ano passado. Apesar de lucros milionários recordes, os banqueiros e o governo do fascista Bolsonaro promoveram demissões em massa, fechamento de agências, PDV’s, arrocho salarial, aumento das tarifas, privatizações, assédio moral institucionalizado etc. Por outro lado, os pelegos da CUT/CTB amparados pela oposição domesticada da Conlutas/Intersindical justificam, covarde e criminosamente, sua própria paralisia política frente à ofensiva patronal, defendendo não uma política de enfrentamento baseado em um plano de lutas unificado por reposição de perdas inflacionárias reais, aumento real, estabilidade, estatização sob controle dos trabalhadores mas simplesmente impondo sua surrada política de acordos bianuais vergonhosos, abonos/PLR e índices irrisórios, com métodos burocráticos empregados para atomizar a luta: divisão da categoria em assembleias virtuais por banco, ausência de um comando de base etc.

Como se vê, as direções sindicais tratam apenas de negociar alguma esmola para etiquetá-la como conquista. É assim, com declarações demagógicas e métodos artificiais que as entidades sindicais pelegas estão a serviço de conter as tendências de luta das massas, de abortar qualquer iniciativa de ação direta (greves, piquetes, ocupações) e independente dos trabalhadores.

O único objetivo dos bancos é incrementar sua alta lucratividade às custas dos trabalhadores e contando com a paralisia das direções sindicais, embriagadas pelo cretinismo eleitoral. O fenômeno da burocratização dos sindicatos e do movimento operário está diretamente vinculado à política de conciliação de classes, adotada pelas direções reformistas, que canalizam a insatisfação das massas para o terreno institucional da burguesia: parlamento, lobbies, CPI’s, eleições, etc., e apresentam a cédula eleitoral como único instrumento de mudança, transformando os sindicatos em meros cabos eleitorais do PT e de sua ampla frente burguesa.

Esta é uma política de colaboração de classes que desarma politicamente os trabalhadores e promove a ideia de que os fascistas e seus ataques podem ser derrotados  pelo pacifismo frouxo e simples diplomacia política nos marcos do regime e não com ação direta nas ruas, unificando os trabalhadores através dos métodos históricos da luta de classes. 

A camarilha burocrática da Contraf-CUT/CTB está aliada aos banqueiros não só no conluio de sabotar a campanha salarial como também estão unidos na defesa do “Estado de direito sempre” que é a defesa do Estado burguês e sua “democracia”, uma das máscaras que a ditadura do capital assume para melhor explorar e esmagar a classe trabalhadora. Enfim, sacrificam a mobilização independente dos trabalhadores para defenderem juntos (capital e trabalho) a democracia dos ricos e a estabilidade do regime político e de suas podres instituições. Não cabe aos trabalhadores e sua vanguarda defender essa democracia dos ricos. Bolsonaro encontra-se completamente isolado dos mais importantes setores do grande capital e do imperialismo que já “elegeram” Lula como seu gerente dos negócios. Nossa tarefa é denunciar ambas candidaturas burguesas e organizar a luta direta dos trabalhadores, chamando o boicote ativo ao circo eleitoral da democracia dos ricos!

Nós ativistas independentes e militantes do MOB remamos contra a maré dessa política criminosa das camarilhas sindicais tanto de direita como de esquerda. Denunciamos mais essa capitulação política das direções conciliadoras que abandonaram a luta pela independência de classe dos trabalhadores. A burocracia avança na sua tática de subtrair da base qualquer interferência nos rumos da luta, golpeando a democracia operária e apresentando derrota como vitória, conferindo à campanha salarial um caráter formal e artificial, descolada de um plano de construção da greve geral com outras categorias em luta para derrotar os ataques do neoliberalismo da direita e da esquerda.

É preciso, portanto, construir um polo alternativo classista de direção, capaz de derrotar não só essas direções  vendidas ao capital como também, como também responder aos ataques da ofensiva reacionária do governo do fascista Bolsonaro contra nossas conquistas históricas.

MOVIMENTO DE OPOSIÇÃO BANCÁRIA- MOB