quarta-feira, 21 de setembro de 2022

NOSSA POSIÇÃO FRENTE AO ANÚNCIO DE PUTIN: MARXISTAS LENINISTAS ESTÃO INCONDICIONALMENTE COM A RÚSSIA E NO CAMPO DA DERROTA DAS FORÇAS IMPERIALISTAS DA OTAN/EUA!

Os Bolcheviques Leninistas em caso de uma guerra deflagrada na região de influência geopolítica da antiga URSS saberão levantar as “bandeiras de outubro”, tão sentidas para o proletariado soviético e se postarão na trincheira militar da Rússia contra o imperialismo e a OTAN. Desde a LBI defendemos que o proletariado mundial deve atuar com toda firmeza na conformação de blocos táticos, com setores nacionalistas e anti-imperialistas, cujo objetivo central é a derrota em toda linha do “monstro guerreirista” que habita a Casa Branca. 

Nesse sentido, temos que desmascarar também aqueles grupos que pregam o abstencionismo alegando que a Rússia seria um país imperialista ou mesmo um subimperialismo regional. Esta “teoria” ignora ou rejeita os conceitos desenvolvidos por Lenin e Trotsky acerca da impossibilidade dos países atrasados, no período da égide do capitalismo monopolista, tornarem-se economias imperialistas. 

Com a vitória da contrarrevolução na URSS em 1991, e aproveitando o caos dos primeiros anos de restauração capitalista sob o governo Yeltsin com a consequente decadência econômica, política e social da ex-URSS, os EUA avançaram sobre a Rússia e sua zona de influência. 

Com a chegada de Putin ao governo esse curso de desintegração começou a se reverter. Putin estabeleceu um regime que fortaleceu a autoridade estatal, tomou o controle férreo dos principais recursos do país – enfrentando mesmo alguns dos oligarcas que haviam ficado com o botim das privatizações, reconverteu a Rússia de velha potência industrial em um país exportador de petróleo e gás, beneficiando-se amplamente dos altos preços destas matérias-primas e recompôs seu exército. 

Isso levou a que nos últimos anos a Rússia ressurgisse como uma potência regional e que tenta resistir à política ofensiva das potências ocidentais sob sua esfera de influência mais próxima, com uma série de iniciativas como a União Alfandegária Euro-asiática, ou subsidiar o preço do gás, embora de nenhuma maneira se transformasse em uma grande potência capitalista: sua economia é cada vez mais rentista e dependente do preço do petróleo e do gás. 

Não nutrimos a menor simpatia política pelos bandos mafiosos restauracionistas que se instalaram no poder na Rússia desde a contrarrevolução de agosto de 1991, ao contrário, nos postamos ao lado da ala da burocracia stalinista (“Bando dos oito”) que tentou barrar a seu modo torpe esse processo. Porém, não apoiamos qualquer “movimento” de fachada democrática patrocinado pelo Departamento de Estado ianque que tenha como objetivo preparar as condições para defenestrar Putin pelas mãos de uma ofensiva imperialista para impor um nome ainda mais alinhado com a Casa Branca. 

Por termos defendido programaticamente as conquistas operárias existentes na URSS, ao contrário do PSTU, PCO e LER, hoje temos moral política para afirmar que a contrarrevolução que varreu o leste europeu não pariu uma Rússia imperialista. Eliminou sim as conquistas históricas do proletariado soviético, mas não deu lugar ao nascimento de um novo imperialismo. 

O contemporâneo expansionismo geopolítico e militar russo nada tem a ver com a rigorosa definição leninista de imperialismo, como sendo a “exportação do capital financeiro por meio da força”, ao contrário é reflexo direto da reação nacionalista da “jovem” burguesia russa, oprimida pelo capital imperialista alemão.

Como Marxistas Leninistas opomos-nos pelo vértice à política dos grupos revisionistas que depois de saudarem a farsesca “revolução árabe” agora apoiam as manifestações da direita assim como festejaram no passado as “revoluções das cores” na Ucrânia, Geórgia, Quirguistão. Tais “revoluções” nada mais eram que a segunda etapa da restauração capitalista em curso nas antigas repúblicas soviéticas, hoje convertidas a países capitalistas atrasados semicoloniais, quando o imperialismo ianque e europeu impuseram títeres nos governos que ainda estavam sob a influência do Kremlin e mantinham relações políticas e econômicas privilegiadas com a Rússia. 

Agora, a Ucrânia é novamente a bola da vez da reacionária ofensiva do imperialismo, que tomou grande impulso com a derrubada do regime Kadaffi pela OTAN e que no fundo tendo como alvo o próprio Putin no Kremlin! 

Somente genuínos trotskistas que não se deixaram levar pelo canto de sereia “humanitário” imperialista, que se mantêm firmes na luta para que os povos oprimidos assumam o controle dos recursos energéticos do planeta, pela expulsão dos abutres multinacionais e expropriação do conjunto das burguesias mafiosas, terão autoridade suficiente perante as massas ucranianas, georgianas, ossetas e russas para conduzir a luta estratégica por uma Federação de repúblicas socialistas e soviéticas livres, fundadas por novas Revoluções Bolcheviques.