domingo, 8 de janeiro de 2023

OCUPAÇÃO DO CONGRESSO NACIONAL PELOS SEM TERRA DO MLST EM 2006: LULA E ALDO PRENDERAM, TORTURARAM E PROCESSARAM UMA CENTENA DE LUTADORES SOCIAIS, SERÁ QUE SOMENTE BOLSONARO É FASCISTA? 

Em 2006, o decadente Congresso Nacional da burguesia foi ocupado no dia 06 de junho por mais de 500 militantes que integram do Movimento de Libertação dos Sem Terra (MLST). Quando a ocupação começou, impulsionada pelos lutadores sociais do campo, o então presidente da Câmara, Aldo Rebelo, recebia deputados do Paraguai. A primeira providência que tomou foi telefonar ao presidente Lula e a governadora do DF (Maria Abadia/PSDB) para pedir reforço militar do Batalhão de Operações Especiais (Bope). Quase mil policiais foram deslocados para o Congresso. Parlamentares de todos os partidos (inclusive o PT) cobraram a invasão do prédio pela PM e a prisão imediata dos manifestantes. “Ou vocês se rendem ou vão ser presos”, avisou o “democrático” Aldo Rebelo. A ordem do presidente Lula é para prender todos”, avisou o então presidente da Câmara dos Deputados.

Com o aval dos governos federal e distrital a polícia começou a prender os cerca de 300 manifestantes, que foram levados inicialmente para o Ginásio de Esportes da PM. Os ativistas foram autuados por “dano e destruição do patrimônio público e agressão”. A polícia informou na época que alguns militantes do MLST também seriam processados por tentativa de homicídio. Os manifestantes ficaram detidos e permaneceram no presídio da Papuda onde foram submetidos a prática de tortura. Entre os presos estava o dirigente histórico Bruno Maranhão, que também era secretário nacional de movimentos populares do PT e integrava a Executiva do PT. Bruno ficou encarcerado por dois meses na Papuda e veio a falecer alguns anos depois vítima das sequelas físicas que sofreu durante sua prisão em pleno governo Lula.

Passados mais de 16 anos da histórica ocupação do corrupto Congresso Nacional pelos valentes militantes do movimento social dos Sem Terra, hoje a esquerda domesticada pelo capital financeiro faz apologia da Frente Ampla burguesa encabeçada por Lula como sendo a “salvação contra o fascismo”, mas “esquece” de dizer que foi exatamente nos governos capitalistas “democráticos” do PT onde os lutadores sociais sofreram mais perseguição, prisão e torturas pelo Estado, ou não se lembram da aprovação da Lei antiterrorismo impulsionada pela presidente Dilma…Lula e Bolsonaro apenas são duas faces políticas da mesma ordem mundial do Fórum de Davos, com a única distinção que hoje o imperialismo aposta suas fichas no retorno do governo da Frente Popular, para tentar cooptar o movimento operário e de massas diante da enorme crise econômica que se aproxima no horizonte internacional.