quinta-feira, 23 de março de 2023

LÍBANO URGENTE: MOVIMENTO DE MASSAS TENTA TOMAR A SEDE DO GOVERNO CENTRAL NA CAPITAL BEIRUTE

Milhares de manifestantes foram às ruas da capital libanesa, Beirute, nesta quarta-feira (22/03) para protestar contra a grave situação econômica do país em um dia histórico onde as massas protagonizaram uma rebelião e tentaram ocupar a sede do governo central. Os manifestantes, responsabilizam agravamento da crise capitalista ao governo da ampla coalizão das classes dominantes, encabeçado pelo neoliberal Najib Mikati, totalmente subordinado aos interesses do imperialismo europeu. As massas tentaram chegar ao “Grand Serail”, sede do governo. As forças policiais conseguiram bloquear a passagem, usando bombas de gás lacrimogêneo para dispersar a multidão enfurecida.

A multitudinária marcha na capital libanesa foi liderada por uma frente entre soldados do exército libanes aposentados que reivindicam o pagamento de suas aposentadorias. Os sindicatos de trabalhadores na indústria e professores também estiveram presentes em grande número, indignados com o aumento sem precedentes dos preços e exigindo a imediata indexação salarial no mesmo nível da inflação.

A maioria da população do país ganha sua renda em libras libanesas e viu o valor de seus salários cair nos últimos anos, à medida que essa moeda continua despencando e o euro disparando. Esta última terça-feira, a libra atingiu um novo mínimo, depois de ter perdido mais de 95% do seu valor nos últimos três anos.

Nesse contexto, a maioria dos supermercados, restaurantes, lojas e outras mercearias optou por fixar seus preços em euros ou dólares americanos. Embora seja uma estratégia para lidar com a elevada inflação, o artifício da dolarização ameaça empurrar a maioria da população para a pobreza absoluta.

O Líbano vive uma crise capitalista entrelaçada com uma guerra híbrida impulsionada pelo enclave sionista de Israel. Os vários governos de coalizão entre as forças muçulmanas e ocidentais, ao longo da história se mostraram impotentes para unificar o país e enfrentar a ofensiva imperialista. A única alternativa realmente progressista para as massas árabes e palestinas é a revolução proletária e a construção de uma Federação Socialistas dos Povos do Oriente Médio.