“LUTA DE CLASSES NA INTERNET”: NUNCA HOUVE “NEUTRALIDADE” NA
REDE MUNDIAL DE COMPUTADORES, MAS AGORA O IMPERIALISMO IANQUE DECIDE
OFICIALMENTE QUE OS MONOPÓLIOS DA COMUNICAÇÃO IRÃO CONTROLAR AINDA MAIS O
CONTEÚDO E O ACESSO ÀS INFORMAÇÕES
O fim legal da suposta “neutralidade da rede” também abre
uma nova era de discriminação de classe. À medida que os monopólios da internet
aumentam as taxas, eles irão introduzir vários níveis de serviço, com a maioria
dos usuários forçados, através da pressão econômica, em planos de serviços que
oferecem apenas conteúdo altamente restrito. A suposta “troca livre e aberta de
ideias” tão festejada pelos democratas pequeno-burgueses como uma expressão da
liberdade de expressão na rede mundial de computadores será o domínio exclusivo
dos ricos. O fim da “neutralidade da rede” é uma peça com toda a política da
administração Trump, que se moveu para fortalecer imensamente o poder da
oligarquia corporativa e financeira através da desregulamentação, cortes de
impostos e outras medidas de direita. Registre-se que como essa é a política
oficial do imperialismo ianque, o Partido Democrata esteve na vanguarda do
ataque à liberdade de expressão na internet. O presidente da FCC Ajit Pai, que
lidera a ofensiva contra a neutralidade da rede, foi nomeado pela primeira vez
para o conselho da FCC pelo presidente Obama. A NSA e a CIA, com o apoio de
democratas e republicanos, trabalharam com os ISPs gigantes para monitorar a
comunicação e a atividade da Internet de indivíduos em todo o mundo. Além
disso, os democratas, juntamente com o New York Times e o Washington Post de
Jeff Bezos e as principais redes de TV de transmissão, lideram uma campanha
contra a liberdade de expressão na internet, sob o pretexto de lutar contra a
“intromissão" estrangeira”, particularmente a russa e chinesa. Antes mesmo
da decisão da FCC Facebook, YouTube e Twitter contrataram dezenas de milhares
de censores para proibir e bloquear conteúdo “ofensivo” e “falso”, enquanto o
Google, o maior motor de busca do mundo, iniciou mudanças em seu algoritmo de
busca para bloquear sites de esquerda de aparecer em dezenas de milhares de
resultados de pesquisa chave. Em 2010, a Google trabalhou com a Verizon em um
acordo para privilegiar seu próprio conteúdo (incluindo o YouTube de
propriedade do Google), o que agora pode fazer abertamente com a abolição da
neutralidade da rede. Tal arranjo se alimentaria dos próprios esforços do
Google para censurar a internet através da manipulação de seus resultados de
pesquisa. Na nova era da censura, os interesses econômicos das grandes
corporações e os objetivos políticos da reação social tornam-se cada vez mais
iguais. Os principais defensores da censura foram os principais jornais e
transmissores de TV, que viram um enorme declínio nos leitores e espectadores,
já que os usuários buscaram alternativas à sua propaganda banal patrocinada
pelo Estado. Os conglomerados de mídia vêem na censura da Internet não apenas
um meio para recuperar a parte de mercado, mas recuperar o controle da
narrativa política, que eles perderam para as publicações na internet. O que
estamos vendo é uma expressão da luta de classes na internet, esta censura em
favor dos grandes monopólios apenas pode ser superada com a liquidação do modo
de produção capitalista, na luta do proletariado e da juventude explorada nas
ruas, greves e escolas, para além do “mundo virtual”. A luta para defender a
internet gratuita e aberta é a luta para abolir a dominação da oligarquia
corporativa e financeira sobre a sociedade e a política. Os monopólios de
telecomunicações, juntamente com todos os bancos e corporações gigantes, devem
ser estatizados sobre o controle dos trabalhadores.
Hoje em dia uma questão extremamente vital é pouco
analisada, quer na “blogsfera” quer em nível da elaboração programática da
esquerda: o desenvolvimento desenfreado da rede de comunicações internacional
(internet) após a queda da URSS e o retrocesso ideológico que se seguiu. Por se
tratar de um “objeto” de consumo de massa, de um modismo quase irracional,
criticá-la beira à heresia, uma vez que tudo praticamente funciona em torno
desta rede, a qual molda e difunde hábitos e padrões de comportamento. Mas a
“indústria” da informação, ao contrário do que a pequena burguesia apregoa, não
tem como princípio a liberdade de expressão porque está precisamente
concentrada nas mãos de um pequeno punhado de capitalistas em nível mundial e
estes associados incontinenti aos aparelhos de informação do Estado burguês e
seu aparato repressivo. O acesso à Internet é um direito social básico, que
deve estar livremente disponível para todos, sem a interferência das
corporações ou do estado capitalista. Como se observa, não se trata de um
debate de pouca importância, já que a decisão do imperialismo ianque vai
definir legalmente como as grandes empresas vão gerenciar o acesso da população
a rede de computadores, impondo o aumento de seu custo, determinando a
velocidade paga e inclusive o conteúdo que o usuário poderá ou não ter acesso.
A decisão da FCC revela a impossibilidade de regular minimamente o controle dos
conglomerados da grande mídia na internet, ainda mais quando é público que esta
é uma tecnologia militar que vem sendo usada no marco da vida civil. Ainda que
saibamos que a rede de computadores, seus conteúdos, satélites e monitoramento
já são controlados pelos monopólios imperialistas e as agências de segurança
dos Estados imperialistas, os Marxistas Revolucionários lutamos pelo mais amplo
a comunicação e à informação. Nesse debate há uma clara expressão da luta de
classes, onde os grandes capitalistas além de extorquirem ainda mais a
população para esta ter “direito” ao acesso à rede, desejam aprofundar o
controle de conteúdo, inclusive perseguindo seus opositores na blogosfera,
havendo por sua vez o aumento do custo de hospedagem de sites e até mesmo a
possibilidade de impedir a existência de blogs que são estejam sob seu controle
político e editorial.
Desde o Blog da LBI, quando participamos do Encontro
Internacional dos Blogueiros e várias reunião sobre a “democracia na rede”,
expressamos justamente que a defesa do “marco regulatório” como a via para a
“democratização das mídias” (jornal, revista, TV e internet) não passava de uma
burla na medida em que visava um acordo político e econômico com o grande
capital que controla o setor, pacto que agora o imperialismo descartou
oficialmente. Nessa mesma discussão alertamos que as chamadas “redes sociais”
(What App, Facebook, Twitter, etc...) ou mesmo o protótipo de inteligência
artificial que é o Google, foram criadas diretamente pelo Departamento de
Estado ianque como colaterais “privadas” de seus organismos oficiais. Fazem
parte de um projeto de monitoramento global dos EUA, integrado à estratégia de
consolidar a hegemonia imperialista em um mundo totalmente dependente da
internet, seja para troca de dados comerciais e financeiros ou simples
informações pessoais. A verdade é que o caráter da construção do atual
gigantesco aparato de espionagem pelo governo ianque está diretamente ligado à
política externa do país com a maior máquina de guerra jamais vista na história
da humanidade, cujo domínio pertence a um seleto grupo de países imperialistas
e a Israel, assim como a suas empresas de fachada. Por se tratar de um “objeto”
de consumo de massa, uma vez que tudo praticamente funciona em torno desta
rede, a qual molda e difunde hábitos e padrões de comportamento, a “indústria”
da informação, ao contrário do que a pequena burguesia apregoa, não tem como
princípio a liberdade de expressão porque está precisamente concentrada nas
mãos de um pequeno punhado de capitalistas em nível mundial e estes associados
incontinenti aos aparelhos de informação do Estado burguês e seu aparato
repressivo. A intercepção de informações é a característica básica dos novos
tempos da internet. A fonte irradiadora desta realidade concentra-se no coração
do monstro imperialista, os EUA, onde existe a NSA que se ramifica em mais
outras 16 agências menores responsáveis pela captura e análise da informação
por qualquer meio de comunicação. A NSA localiza-se em Fort Meade (Maryland) e
é dirigida pelo Grupo de Segurança Naval dos EUA e pelos serviços de espionagem
da Força Aérea, cujo complexo apoia-se numa rede planetária de satélites
espiões que pode processar uma gama quase infindável de dados. O BLOG da LBI
reafirma a impossibilidade de existir sequer uma “nova mídia democrática” e
independente dos grandes monopólios dos meios de comunicação, sem a ruptura
revolucionária das massas com o Estado burguês e a expropriação dos meios de
comunicação capitalistas, que manipulam a população segundo seus interesses de
classe. A única forma de ter uma mídia comprometida com os interesses dos
trabalhadores e do povo pobre é lutando pela liquidação do próprio Estado
burguês e do imperialismo, que através de seu “quarto poder” aliena as massas
para manter a exploração capitalista e a hegemonia do imperialismo sobre os
povos do planeta. Este imenso e vasto poder tecnológico concentrado nas mãos de
um punhado de capitalistas está voltado para a destruição das forças produtivas
da humanidade. Reafirmamos que é uma profunda ilusão no regime “democrático”
acreditar que a tecnologia da informação materializada na internet e em outras
mídias eletrônicas signifique “liberdade de expressão” ou possa ser “controlada
pelo povo”. Nada disso. Trata-se de um gigantesco banco de dados referentes ao
conhecimento humano ao qual somente o imperialismo tem acesso total e controle.
Neste sentido, os “Facebook”, os “Twitters”, WhatsApp, nada têm de independentes,
basta que o capitalista dono do meio de produção “puxe o plug da tomada” e
desligue o provedor em que o serviço está hospedado para pôr fim a tão
propalada “liberdade” cibernética. A tecnologia da informação a serviço do
bem-estar da humanidade só será possível por meio da tomada do poder da
burguesia através Revolução Socialista e da Ditadura do Proletariado!