segunda-feira, 23 de setembro de 2024

PORQUE MESMO DIANTE DE UMA GUERRA FORMAL ENTRE ISRAEL E O LÍBANO, A ESQUERDA REVISIONISTA NÃO TOMA POSIÇÃO ALGUMA? APENAS RELATAM JORNALISTICAMENTE OS ACONTECIMENTOS DE FORMA “NEUTRA”… 

Está em curso uma intensa guerra entre Israel e o Líbano nos últimos dias, inclusive com declarações oficiais de ambos os lados em conflito com uma escalada militar em toda linha. Diariamente vemos o enclave sionista atacar a população civil libanesa com atos terroristas e bombardear instalações do Hezbollah. Em resposta, o grupo guerrilheiro xiita vem lançado ataques contra Israel como o ocorrido contra a cidade de Haifa neste final de semana. Nesse cenário, o líder máximo do Hezbollah, Hassan Nasrallah, afirmou que sua organização “Não cessará os seus ataques contra Israel enquanto continuarem as hostilidades na Faixa de Gaza”, classificando as explosões coordenadas de uma “Declaração de guerra contra o povo libanês”. Porque diante desse quadro de guerra formal instalada a esquerda revisionista do Trotskysmo não toma posição alguma, limitando-se apenas a relatar jornalisticamente os acontecimentos de forma “neutra”?

O Blog da LBI fez um levantamento das posições do PTS/MRT, PSTU/LIT, da OCI ligada a Alan Woods e sua ICR, do Política Obrera de Jorge Altamira e mesmo da CS argentina sobre a guerra no Líbano. Esses papagaios revisionistas não emitem posição sobre o enfrentamento entre Israel e o Líbano por que de fato negam-se a defender o Hezbollah contra o enclave sionista armado até os dentes pelos EUA. São a prova da completa nulidade política dessa canalha. Enquanto o Eixo Unificado da Resistência Árabe, Persa e Palestina vem combatendo de armas na mão os invasores imperialistas e os sicários sionistas, a esquerda revisionista continua no seu “mundo de Alice” apenas “noticiando” o conflito

O PTS/MRT no artigo “Israel bombardeia Beirute em maior ataque ao Líbano desde 7 de Outubro” (Esquerda Diário, 20/09) declara ao seu final: “É preciso dar um basta ao massacre em Gaza e à política imperialista do Estado genocida de Israel e dos EUA no Oriente Médio, o que, ao contrário da adaptação de diversas variantes neorreformistas ao redor do mundo, só pode ser feito com completa independência de classe e solidariedade internacional da classe trabalhadora organizada contra o imperialismo e o capitalismo, batalhando por uma federação de repúblicas socialistas no Oriente Médio”. Como vemos nenhuma linha da Fração Trotskista (FT) em defesa da vitória militar do Hezbollah, apenas colocações genéricas de solidariedade depois de laudas e laudas de dados “neutrais” sobre a guerra!

O PSTU/LIT, líder da família Morenista, que nunca se manifestou a favor de uma dura resposta militar do Eixo da Resistência contra os sionistas, chegou a questionar cinicamente “O ‘Eixo da Resistência’ apoiará os palestinos?”. Segundo os Morenistas “Qualquer esperança de apoio total à resistência palestina não reside no apelo a regimes reacionários, apesar da sua retórica ‘progressista’ ocasional, ou às suas milícias” e finaliza “O movimento de libertação palestino tem muito a ganhar ao recusar subordinar o apoio às lutas de massas da região à manutenção de alianças políticas com as classes dominantes da região e os seus regimes. Estes regimes matam de fome e oprimem o seu próprio povo”. Com esse discurso aparentemente à esquerda da LIT/PSTU não defende a vitória militar do Hezbollah porque alega que este é ligado ao Regime dos Aitolás, tal posição favorece a Casa Branca e Israel no campo de batalha!

Tanto PTS/MTR como a LIT (PSTU) não agitam em momento alguma a vitória militar do Hezbollah, alegando o caráter reacionário e teocrático da guerrilha xiita e do Regime do Aiatolás no Irã, rompendo completamente com o critério Trotskista de unidade de ação contra o imperialismo e o sionismo independente do caráter das direções burguesas que se enfrentam como ambos!

A OCI (ex-Esquerda Marxista) no artigo “Ataque terrorista israelense ao Hezbollah: Netanyahu quer uma guerra regional” (19/09) após escrever inúmeros parágrafos sobre a guerra no Líbano conclui “Netanyahu não é o único responsável. Israel não seria capaz de continuar sua campanha assassina em Gaza, nem ameaçar uma guerra regional, se não fosse pelo apoio ‘de ferro’ oferecido pelo imperialismo dos EUA e por Biden pessoalmente. Se Washington cortasse completamente sua ajuda militar e financeira a Israel, então as IDF seriam incapazes de continuar sua guerra unilateral. Esta é a natureza do imperialismo capitalista no século XXI: horror sem fim. É por isso que dizemos: abaixo os belicistas! Se quisermos alcançar a paz, devemos derrubar o sistema podre do imperialismo e da guerra pela raiz”. Como vemos os seguidores de Alan Woods (ICR) no Brasil defendem o mais descarado pacifismo pequeno burguês e apenas lamentam o apoio dos EUA a Israel!

Por sua vez, o Política Obrera de Jorge Altamira no artigo “Terrorismo sionista en El Líbano: Israel ingresa “en una nueva fase de la guerra” (20/09) conclui pateticamente seu cansativo texto descritivo da guerra no Líbano declarando “El traslado de las fuerzas israelíes al norte no significa ningún alivio para los palestinos en Gaza, que sigue totalmente sitiada y sometida a una hambruna, sin agua, sin electricidad y casi sin la atención médica. Esta semana, Israel ha bombardeado refugios y escuelas de la ONU. El imperialismo avanza vertiginosamente en su loca carrera bélica; solo el puño de la clase obrera podrá detenerlo”. Pasmem, mas essa obviedade distracionista é a posição de Altamira diante de uma guerra encarniçada no Líbano!

Até mesmo a CS argentina vem seguindo essa linha vergonhosa de cobrir “jornalisticamente” a guerra como vemos já no título do único artigo até agora que lançou sobre a guerra no Líbano “Atentado contra militantes de Hezbollah en Líbano y la intención del gobierno sionista de invadir el sur de este país” (18/09). Neste a CS se limita no fim de seu texto a declarar “Desde nuestro punto de vista, no importa quién sea el ministro de guerra sionista. Galant y Saar son enemigos. Por lo tanto, si el monstruo sionista intenta ocupar el sur del Líbano, el interés de la clase obrera internacional es ver el aplastamiento del Estado sionista” sem afirmar claramente a defesa da vitória militar do Hezbollah, apostando pelo visto que a crise interna do enclave leve a seu esgotamento político e militar!

Todos esses exemplos citados acima demonstram que a esquerda revisionista domesticada pela democracia burguesa e o capital financeiro se limitam a relatar jornalisticamente os acontecimentos de forma “neutra”. Se somarmos aos quase um ano de omissão absoluta frente as ações militares do Hamas e Hezbollah contra o enclave sionista, chegaremos a uma conclusão óbvia: estes fariseus da esquerda estão de “corpo e alma” no campo ideológico do “imperialismo civilizatório”, contra todos os regimes nacionalistas burgueses que se chocam contra a Casa Branca e os seus serviçais da Social Democracia europeia.

Tal farsa ocorre porque tanto a LIT como a FT e a ICR, assim como a CS e Jorge Altamira defendem a derrubada imediata do regime iraniano assim como Israel e os EUA, não chamando a unidade de ação com a Guarda Revolucionária do Irã, fazendo assim o jogo do imperialismo, tudo obviamente alegando a luta contra a “ditadura islâmica e a defesa dos direitos democrático”, como fazem Biden e Macron!

O conjunto da família revisionista nega-se a defender a vitória da resistência armada árabe, com a “diferença” que o PTS por ter importantes postos parlamentares e encontra-se em um grau de integração ao regime pseudo democrático-burguês argentino já não deseja manter qualquer formalidade em seu pacifismo pequeno-burguês.

Como vemos, várias correntes da esquerda do Brasil e a nível internacional, inclusive os revisionistas do Trotskysmo, que apoiaram a farsesca “Primavera Árabe” patrocinada pela OTAN e a CIA, estão juntas com Israel para derrubar neste momento os governos nacionalistas dos países que fornecem armas para o Hamas e o Hezbollah, como é o caso do Irã e da Síria!

Os Marxistas Leninistas que estão desde o início da guerra de libertação da Palestina, na primeira linha de combate ao lado do Hamas e Jihad Islâmica, agora se incorporam incondicional no campo militar do Hezbollah para derrotar o enclave sionista de Israel, mantendo sua independência política e sua liberdade de crítica programática!

Desde a LBI, já no começo da deflagração da ofensiva militar do Hamas e Jihad em outubro do ano passado, convocamos todas as forças políticas da esquerda antissionista do mundo inteiro a organizarem as brigadas internacionalistas (como foi realizado na revolução nicaraguense) como um apoio concreto a Resistência Armada Palestina e com autonomia militar.

Desgraçadamente a esquerda revisionista fez “ouvidos moucos” ao nosso chamado, seguindo na linha do pacifismo pequeno burguês, clamando somente pelo “fim do genocídio”, e ignorando que ocorria um conflito militar aberto entre dois campos opostos, cabendo aos Marxistas Leninistas perfilar-se na trincheira do combate palestino. Fazem agora o mesmo no Líbano!

A esquerda revisionista ignora completamente a corajosa luta armada da Resistência Árabe, advogando exclusivamente pelos fins dos combates militares, com suas palavras de ordem pacifistas. Apelos inúteis à ONU e a Corte Penal Internacional para que condenem Israel são as únicas ferramentas políticas dos reformistas, que já há muito tempo abandonaram o Marxismo-Leninismo e a defesa da violência revolucionária das massas.

Ao contrário desse arco revisionista estamos sem dúvida alguma na trincheira da resistência árabe, persa e palestina para derrotar os criminosos sionistas, hoje liderados pelo bandido terrorista Netanyahu, apoiado e armado pelos genocidas Democratas de Biden e Kamala! Os Marxistas Leninistas têm uma posição categórica diante da guerra, estamos incondicionalmente no campo militar do Líbano e do Hezbollah contra o enclave sionista de Israel!