DOIS CONTRA UM NO DEBATE PRESIDENCIAL DOS EUA: TRUMP ENFRENTOU KAMALA E O CONSÓRCIO DA MÍDIA CORPORATIVA
Os dois candidatos a gerência da Casa Branca chegaram ao debate na ABC News em um cenário de empate técnico nas pesquisas fraudulentas, já revertendo o quadro de ampla desvantagem que Biden apresentava anteriormente a sua desistência. Mas mesmo assim, nos “estados-chave”, que são aqueles que podem definir as eleições norte-americanas Trump ainda mantém certa vantagem, por isso a importância no debate televisivo justamente na Pensilvânia. Devemos “lembrar” aos entusiastas da democracia ianque que quem vota para presidente da república não é o povo, mas delegados do colégio eleitoral e isso possibilita que, mesmo perdendo o voto popular, um candidato preferencial do Deep State consiga vencer a eleição, como já ocorreu por diversas vezes.
Com um discurso bem ensaiado, a candidata Democrata do Deep State, Kamala Harris, apresentou-se como a defensora dos valores morais americanos, da democracia burguesa e da Nova Ordem Internacional, solidificada após a pandemia global de 2020. Por seu lado, o reacionário Trump, um suposto “outsider”, apelou para a crise econômica que atravessa os EUA. Aproveitando-se da posição de Harris, atual vice-presidente, para vaticinar que o país continuará no mesmo caminho do crash capitalista. Trump foi rebatido pelos moderadores da ABC News repetidamente, que não admitiam que se expusesse nada fora do “script” político do consórcio mundial da mídia corporativa.
A polêmica sobre a guerra imperialista por procuração contra
a Rússia mostrou a fratura política que se estabeleceu nas classes dominantes
norte-americanas, Trump, em oposição a Harris, respondeu com “vamos acabar com
a guerra”, à pergunta dos moderadores do debate. Embora Trump não tenha entrado
nos meios ou formas para chegar a um acordo de “paz”, alertou que caso
contrário, os EUA caminhava para uma guerra mundial nuclear.
Harris, mostrando ser a representante oficial dos falcões do Pentágono, denunciou que o acordo de Trump com a guerrilha talibã, sob a sua presidência, para acabar com a ocupação ianque no Afeganistão, foi a causa da perda do prestígio mundial dos EUA.
Em relação à guerra genocida de Israel contra o povo
palestino, Harris foi contundente ao afirmar e reforçar a continuidade do
apoio político, econômico e militar do imperialismo norte-americano ao regime
sionista, incluindo a escalada militar que começou com os ataques à Síria e ao
Irã. Mas o aparente “pacifismo” de Trump em relação à guerra na Ucrânia
inverte-se, em termos de prioridades, em relação à guerra comercial contra a
China, exatamente porque é o Republicano que melhor representa os interesses
econômicos da decadente burguesia industrial ianque. Enquanto Kamala é a Porta
Voz política da Governança Global do Capital Financeiro.
O debate também abordou superficialmente a crise fiscal e financeira que estrangula a economia capitalista dos Estados Unidos, que se manifesta sobretudo no enorme nível do déficit do Tesouro Federal próximo de 12% do PIB, ou seja, cerca de dois trilhões e meio de dólares, e da dívida pública, 120%. do PIB nacional. Kamala Harris anunciou um vago programa de vantagens fiscais para consumo pessoal e para pequenas empresas, sem mencionar a crise orçamentária, que contrastava com as reduções fiscais para os lucros das grandes corporações capitalistas propostas por Trump. Obviamente que nenhum dos dois candidatos entrou no cerne do atual gargalo financeiro dos EUA, que despejou através do FED, bilhões de dólares de “helicóptero” para resgatar títulos “podres” das transnacionais imperialistas, usando a justificativa da pandemia global do coronavírus. Na realidade a crise sanitária mundial da Covid foi forjada exatamente para esse fim: salvar da falência centenas de grandes grupos econômicos capitalistas!