CAIU O REGIME NACIONALISTA BURGUÊS DE ASSAD: UMA CLARA DERROTA PARA O EIXO DA RESISTÊNCIA ÁRABE E FESTA PARA ISRAEL, OS EUA, ALÉM DO CRETINO TURCO ERDOGAN
Nesta manhã de Domingo o já debilitado regime nacionalista burguês de Bashar Al Assad ruiu após uma fulminante ofensiva militar dos jihadistas contra Damasco. O que restou do governo sírio não sabe do paradeiro de Bashar Al Assad. A Síria foi o alvo da primeira vingança do carniceiro sionista Netanyahu, que impotente para derrotar o Hezbollah e aniquilar o Hamas, se voltou contra o ponto mais débil do Eixo da Resistência Árabe. A Síria passava por uma forte crise econômica, produto de mais de dez anos de sanções impostas pelo imperialismo e fortes cicatrizes de uma guerra civil que a fez perder boa parte do seu território para grupos terroristas financiados pela OTAN e Israel. Grupos jihadistas assumiram o controle do palácio presidencial e das instituições públicas e estão tentando organizar a transição do poder estatal.
Ontem, os caças Warthog dos EUA atacaram e reduziram severamente os reforços militares das milícias populares vindas do Iraque para a Síria. Os constantes ataques aéreos sionistas contra a infra-estrutura militar síria durante meses têm sido um fator importante na desmoralização e redução do poder de fogo do exército sírio. Os sistemas de defesa russos, S-300, praticamente já tinham sido aniquilados durante um ano inteiro da Intifada Palestina do 7 de Outubro. E assim como se viu na Líbia de Kadafi, um país quando perde sua frota aérea de defesa está inexoravelmente fadado a perder qualquer combate.
Os Estados Unidos, sob a gerência Democrata de Biden e Kamala, não hesitaram em ajudar militarmente a HTS, uma organização salafita incluída na sua lista de grupos terroristas internacionais. Mas foi o apoio do reacionário governo turco do sultão Erdogan, o elemento fundamental para o triunfo das hordas jihadistas, que receberam até modernos drones dos nazifascistas ucranianos.
Contudo, o rápido colapso do governo sírio levanta questões importantes sobre o papel da Rússia neste cenário de franco retrocesso. Há quase uma década, a intervenção militar de Moscou em 2015 permitiu ao governo sírio manter a sua autoridade nacional, ao mesmo tempo em que enfrentava um avanço significativo dos “rebeldes” da OTAN. Os ataques aéreos e o apoio logístico russos ajudaram a recapturar territórios importantes.
No entanto, face à ofensiva “relâmpago” dos jihadistas sobre Damasco, e a ausência de uma intervenção russa decisiva sugere uma mudança na posição política de Moscou em relação ao seu aliado histórico, único país fora das antigas fronteiras da URSS, onde a Rússia possuía duas estratégicas bases militares, em contraposição às centenas de bases imperialistas instaladas pela OTAN no mundo inteiro. Putin que optou por “lavar as mãos”, mesmo recebendo vários avisos de alerta de quadros dirigentes do seu próprio governo, também saiu desmoralizado da queda de Assad.
Ontem pela manhã, o chanceler Lavrov declarou no Fórum de Doha que era inaceitável permitir que terroristas tomassem conta da Síria e que a Rússia considerava inaceitável que a Turquia usasse terroristas, como Hayat Tahrir Al Sham, para atingir seus objetivos políticos. Porém nada adiantou as palavras “vazias” de Lavrov, e o Kremlin deve ter calculado uma perigosa barganha com os EUA de Trump: “Entregamos a Síria e recebemos parte da Ucrânia”.
A queda do regime de Bashar Al Assad marca o fim de um período histórico na Síria e em todo o mundo Árabe, que começou no país dos cedros em 1971, ano em que Hafez Al Assad, pai de Bashar, chegou ao poder defendendo a bandeira do Pan-arabismo, assim como Nasser no Egito, Sadam no Iraque e Kadafi na Líbia. Agora não restou mais nada deste movimento nacionalista burguês na região, assim como Trotsky definiu são impotentes para levar até as últimas consequências as tarefas anti-imperialistas. No lugar do Pan-arabismo ficaram os governos oligarcas títeres do imperialismo e de Israel, como Egito, Jordânia, ou mesmo países ocupados sem soberania nacional, como a Líbia e o Iraque.
O destino político da Síria parece ser o da mesma senda das nações que foram invadidas pelas forças imperialistas, disfarçadas é claro de “rebeldes contra a tirania”. A guerrilha do Hezbollah está agora sem sua rota vital de fornecimento de armas providas pelo Irã, não restará muito tempo para sobreviver diante da próxima ofensiva militar do enclave sionista. O Hamas também perderá os parceiros de combate do Líbano, que se solidarizaram com o 7 de Outubro desde a primeira hora, e sem o apoio logístico do Eixo da Resistência Árabe corre um sério risco de ser eliminado por Israel. Tudo indica que o Irã será o próximo alvo da sanha otanista, o regime dos Aiatolás nesta altura já perceberam que não poderão confiar sua segurança nacional nas mãos do vacilante Putin…