domingo, 30 de novembro de 2014


O verdadeiro caráter da crise da Petrobras, uma polêmica com os revisionistas da LER e afins

Os escândalos de corrupção envolvendo a diretoria da Petrobras e seus grandes fornecedores (principalmente as empreiteiras) vem ocupando o centro do cenário político nacional, uma crise política de grandes proporções que ameaça inclusive a própria governabilidade da recém eleita Dilma. A esquerda de uma forma geral vem tomando posições sobre a questão, no campo governista PT e PCdoB assumem a defesa dos atuais gestores da estatal tentando "focalizar" a crise em figuras corruptas (já presas ou investigas pela PF) ligados a escória dos partidos da "base aliada ". No terreno da "oposição de esquerda" ao governo petista, se destacam as demagógicas bandeiras de "moralização" da Petrobras e a defesa do caráter "100% estatal". Em particular agrupamentos como o PSTU e LER também tem levantado corretamente a necessidade da luta pelo controle operário da empresa, sem que no entanto definam o método revolucionário desta ação política. Porém nenhuma destas organizações aponta no fulcro da verdadeira crise a que está submetida a maior empresa, sob controle governamental da América Latina. Apesar da compra desastrosa da refinaria de Pasadena ou das vultuosas "comissões" recebidas por seus diretores para "tocar projetos superfaturados", a Petrobras vem apresentado balanços financeiros positivos (inclusive com valorização de seu patrimônio) e sinceramente não acreditamos que a empresa venha a falir por conta da "natureza estrutural" destes escândalos. Em artigo em recente na internet a LER apresentou "5 propostas para realmente defender a Petrobras", mas desgraçadamente apesar das "boas intenções" nenhuma delas abordou a imperiosa necessidade da estatal romper sua dinâmica de subordinação aos trustes imperialistas do petróleo, extraindo com alto custo de produção abundante óleo cru para vendê-lo no mercado internacional a menos de 70 Dólares o barril. Enquanto os oligopólios transnacionais do setor energético compram o barril abaixo da barreira simbólica de 70 Dólares (o preço exato variou na marca de $66), a Petrobras "recompra" o nafta ou derivados refinados na casa de 760 Dólares! Como hoje a cotação da commoditie petróleo cru vem caindo vertiginosamente no mercado mundial e o Brasil não consegue produzir a demanda de seus combustíveis (por insuficiência de refinarias) não precisa ser nenhum vidente para prognosticar que se avizinha uma grande crise na Petrobras. A dimensão econômica mundial da queda do preço do petróleo já forçou a Venezuela a efetuar cortes em seu orçamento, além da exigência que Maduro fez a OPEP para a redução internacional da produção. Porém os magnatas da OPEP à serviço dos trustes imperialistas não estão dispostos a ceder e anunciaram a manutenção da produção nos mesmos níveis atuais. Imaginem o grave efeito para a PDVSA se o barril chegar a casa dos 50 Dólares, isto quando o custo de extração industrial do petróleo venezuelano não ultrapassa US$ 5, agora pensem a mesma situação para a Petrobras, que tem um elevado custo de produção do petróleo profundo em alto mar na marca de quase 20 Dólares. Precisa ser politicamente muito ingênuo ou "inocente útil" para não pôr o "dedo na ferida", enquanto a Petrobras (e por consequência o país) mantiver seu atual formato de "fazendão" do óleo cru estará submetida a colonização dos trustes imperialistas! De nada adianta a LER exigir o "confisco dos bens dos diretores e gerentes envolvidos neste esquema" e silenciar o monumental confisco que a estatal sofre dos oligopólios internacionais. É necessário que a Petrobras reduza radicalmente seus investimentos em caríssimas plataformas do "pré-sal", e ainda por cima partilhando a extração com empresas estrangeiras, para voltar o caráter da estatal para o refino do petróleo e a produção de combustível e derivados finos, mantendo é claro a extração do óleo em bacias ou regiões de baixo custo. Para assumir esta nova política é necessário um novo controlador para a Petrobras, ou seja, as organizações independentes do proletariado rompendo frontalmente as "parcerias e associações" da estatal com o capital financeiro e suas subsidiárias do setor energético.

sexta-feira, 28 de novembro de 2014


FARC promete libertar general: Mais uma concessão imposta na armadilha montada pelo chacal Santos via negociações da “paz dos cemitérios”

Os militantes revolucionários pelo mundo vem acompanhando com muita atenção os chamados “diálogos de paz” entre as FARC e o governo do facínora Santos. O mais recente episódio que ampliou ainda mais a polêmica em torno das negociações foi a suspensão unilateral das conversações em Havana por parte do governo colombiano até que as FARC libertem o general Rubén Alzate e dois soldados que lhe faziam segurança, tomados como prisioneiros de guerra em uma região controlada pela guerrilha no Departamento de Chocó, Oeste do país, quando estes espionavam acampamentos da insurgência. Diante da exigência de Santos, a direção das FARC resolveu que os militares serão libertados neste domingo, 30 de novembro. Depois de anunciar a decisão, do qual a LBI discorda frontalmente, Timoleón Jimenez, Comandante do Estado Maior Central das Farc-EP, lançou um comunicado traduzido pelo PCB para o português (partido que defende a política da guerrilha) intitulado “Sejamos sérios, Santos” em que reclama da forma como agiu o governo: “Colocar como condição para a retomada do processo suspenso arbitrariamente que a contraparte faça rápida entrega de seus prisioneiros de guerra equivale a um sequestro do processo de paz pelo Presidente. E responder, como fizeram seus críticos, que colocam em destaque a importância de acordar um cessar-fogo bilateral para evitar esse tipo de sobressalto, coloca em manifesto que o processo de paz não é mais que um simples instrumento em uma estratégia final de guerra” (site PCB, 27.11). Aqui, somos os trotskistas da LBI que questionamos: “Sejamos sérios, FARC”! Aceitar negociações de paz que sequer tem como pré-condição uma trégua bilateral, ter centenas de combatentes assassinatos pelo exército durante os dois anos de “diálogos” (e que diálogos!) e agora ceder à chantagem do chacal Santos para a libertação dos três militares não são condutas nada sérias e que servem desgraçadamente para demonstrar o que afirmamos desde o início do processo saldado pela esquerda como um "avanço": o governo Santos montou uma armadilha para as FARC que está sendo vítima da política de “paz dos cemitérios”.

quinta-feira, 27 de novembro de 2014


Qual o significado do Bradesco ocupar a Fazenda em um momento de esgotamento do "modelo" econômico petista? 


A confirmação nesta quinta (27) do nome de Joaquim Levy para ocupar a pasta da Fazenda suscitou uma série de reações no chamado "mundo" político e financeiro nacional, desde os setores da esquerda do PT que se mostraram absolutamente "indignados" com a escolha, até os rentistas e a mídia corporativa que festejaram a nomeação, todos ressaltaram que a missão do agora ex-diretor de recursos financeiros do Bradesco será o de impor um duro ajuste fiscal nas contas públicas. Caminhando um pouco além da obviedade, que neste caso já se declarou em números (estabelecer a meta do superávit primário em1,2 % do PIB para o próximo ano), este artigo procurará abstrair da conjuntura econômica posta na atualidade a função "vital" que correspondeu um nome do Bradesco ocupar o principal posto do estado brasileiro depois da presidência da república. Em primeiro lugar é necessário repetir mais uma vez que Levy já ocupou, no governo Lula, a estratégica secretaria do Tesouro Nacional, portanto sua presença na segunda gerência Dilma não é tão "surpreendente" assim. É certo que depois de Lula o tecnocrata neoliberal Levy serviu a outros senhores, desde a arena pública a privada, sem no entanto galgar uma função tão central como a de ministro da Fazenda. O comando do Tesouro Nacional, terceiro posto na hierarquia da equipe econômica palaciana, deu a Levy as "credenciais" necessárias para depois solidificar seu prestígio junto a rentistas e banqueiros e que agora o conduziram de volta ao Planalto. Mas os que pensam que Levy será apenas o "homem da tesoura", diante de um cenário de relativo descontrole fiscal e monetário do governo Dilma estão bastante enganados. A função "vital" de Levy na quarta gestão estatal consecutiva da Frente Popular irá além de implantar um duro arrocho econômico, seja no campo das metas fiscais ou de cortes nos investimentos diretos da União, o que os rentistas esperam do seu estafeta no governo é o "desmanche" completo dos bancos estatais, incluindo neste nicho o estratégico BNDES. Se o cumprimento das esdrúxulas metas de superávit primário, que preveem um "esforço" fiscal de 2% do PIB para 2016 e 2017, são um "generoso" presente para a FEBRABAN, garantido um abatimento recorde em apenas dois anos da dívida interna controlada pelos parasitas do mercado financeiro, a "joia da coroa" é a inação dos bancos oficiais durante os próximos quatro anos. A declaração mais importante de Levy que parece passar desapercebida, foi a de que não permitirá mais que o Tesouro Nacional repasse recursos financeiros ao BNDES, sendo que a esmagadora maioria dos fundos do banco são (por exigência legal) captados no exterior pela Secretaria do Tesouro. Como hoje o tripé dos bancos estatais (BNDES, BB e Caixa) vem movimentando cerca de 80% dos créditos para aquecer a economia, a determinação de Levy é de transferir este papel para os bancos privados, com taxas de juros é claro bem acima dos praticados pelos bancos públicos. O novo "método" adotado pela equipe chefiada Levy não permitirá que se considere o déficit líquido da União, regra adotada hoje e que exclui os repasses aos bancos estatais, daqui para frente o déficit público será considerado bruto não podendo ser "alargado". Com esta manobra "técnica" está decretada a agonia mortal do BNDES e um forte definhamento progressivo do BB e Caixa. Vem à tona da realidade que estas medidas entrarão em vigor no momento do esgotamento do "modelo" econômico petista, baseado justamente no binômio crédito/consumo, somado ao déficit da balança comercial do país. Sem as divisas cambiais e sem crédito a economia do Brasil caminhará novamente para o "paraíso " do FMI e dos braços dos EUA, parece até mesmo que Levy será muito mais do que um simples " tecnocrata do ajuste"...

quarta-feira, 26 de novembro de 2014


Ferguson (EUA) se levanta outra vez: O caminho para derrotar o racismo e a violência policial é a liquidação revolucionária do monstro imperialista pelos trabalhadores e o povo pobre!

Em várias cidades dos EUA explodiram manifestações nesta semana contra a decisão do tribunal de júri da cidade norte-americana de Ferguson, subúrbio de St. Louis, de absolver o policial Darren Wilson, responsável por assassinar a tiros o jovem negro Michael Brown de 18 anos em agosto passado. Os principais slogans dos manifestantes foram "Detenham e acusem o policial culpado do assassinato de Michael Brown", "Parem a ocupação dos policiais da cidade Ferguson", "Declarem anistia incondicional para aqueles que foram detidos desde 10 de agosto". A nova onda de protestos se iniciou na segunda-feira, dia 24, após a publicação da decisão absolutória do júri. O centro do levante é própria cidade de Ferguson, onde a polícia local com o apoio da Guarda Nacional enviada por Obama já prendeu dezenas de pessoas e atacou violentamente as marchas populares. Milhares de pessoas repudiam a decisão porque todos sabem que o assassinato do jovem negro ocorreu através de pelo menos seis tiros, todos disparados pela frente pelo policial (dois deles na cabeça), deixando Brown morto depois de perseguido, mesmo desarmado e de braços para alto, sob a falsa acusação de consumo de maconha e roubo. O aparato repressivo fortemente armado lançou granadas, bombas de gás lacrimogêneo e balas de borracha contra os manifestantes que responderam com coquetéis molotov. Este quadro expõe mais uma vez a divisão de classe e de cor no coração do monstro imperialista! Este cenário reafirma o estado de terror policial imposto contra o povo pobre enquanto o imperialismo ianque incrementa sua ofensiva belicista por todo o planeta. Para derrotar a ofensiva assassina do Estado capitalista e a bárbara ação policial deve-se construir comitês de autodefesa do povo pobre e dos trabalhadores, convocando uma paralisação geral nas principais cidades dos EUA! Os lutadores que estão nas ruas nos EUA não podem ter nenhuma ilusão na justiça capitalista e em seu Estado, são instrumentos de classe da burguesia contra os trabalhadores, como mostra a decisão de inocentar o policial assassino! Devem combater pela liquidação do imperialismo ianque unindo o povo pobre, negro com o conjunto da classe trabalhadora explorada contra o regime de opressão e espoliação capitalista mais forte do planeta!

terça-feira, 25 de novembro de 2014


Após as prováveis nomeações de Katia e Levy os falsos “tolinhos” da “Esquerda Marxista” perguntam: Que governo é esse?

A tendência interna petista “Esquerda Marxista”, uma ruptura política da corrente revisionista “O Trabalho”, recentemente estampou com bastante “indignação” em sua página na internet a seguinte manchete: “Que governo é esse? Um banqueiro no Ministério da Fazenda e uma latifundiária na Agricultura!?”. Para quem não conhece a trajetória dos oportunistas da “EM” poderia supor que este agrupamento político estivesse na linha de frente na denúncia eleitoral da candidatura Dilma, como sendo a representação de uma coligação burguesa, que desde sua gênese já abrigava figuras da oligarquia como Sarney, Collor, Barbalho e os Ferreira Gomes. Mas não só a elite corrupta estava no barco político do PT, também os grandes grupos capitalistas nacionais apoiaram a Frente Popular, como o Bradesco, Odebrecht, Sadia, Amaggi e Friboi só para resumir a lista... Porém para os desavisados é bom recordar que os falsos “tolinhos” surpresos da “EM” estiveram fielmente na barricada do PT desde o primeiro triunfo de Lula, assegurado naquela época com a “Carta aos Brasileiros” sob o compromisso de salvaguardar os interesses do capital financeiro. Por sinal os “desmemoriados” da “EM” devem ter esquecido que foi o próprio Lula quem nomeou Joaquim Levy para o cargo de secretário geral do Tesouro Nacional em seu primeiro governo. Também devem ter apagado da memória o fato de que foi Lula quem entregou os bancos públicos como o BEC e o BEM de “mãos beijadas” para o Bradesco, além de convidar o ex-presidente da Sociedade Rural e grande latifundiário Roberto Rodrigues para comandar o Ministério da Agricultura. Desde 2003 que os pilantroskos da “EM” vem exigindo que o governo da Frente Popular “rompa com a burguesia”, apesar do curso político do PT ser na direção frontalmente oposta, ou seja, a cada gerência estatal vem aprofundando os vínculos orgânicos com as classes dominantes. Agora Dilma resolveu retribuir o apoio político e material recebido pelo capital financeiro e o latifúndio, nada mais coerente para um governo burguês neoliberal do que ter em seu gabinete figuras como Levy e Katia, isto é só o começo... Incoerência cínica é a “EM” se fingir de “virgem donzela”, quando acompanharam calados desde as entranhas do PT todos os acordos podres firmados para garantir mais um mandato para Dilma. Tudo bem... Já sabemos que irão dizer que foi em nome da “derrota da direita” que votaram “aborrecidos” em Dilma e Temer... Mas perguntamos aos dirigentes da “EM”, quando é que deixarão de votar na centro-esquerda burguesa para enfraquecer a direita Tucana? Parece que nunca ... e a resposta está no próprio artigo “indignado”, onde afirmam: “A nossa opinião é simples, este é um governo burguês encabeçado por um partido operário burguês, o PT. Com uma presidente que pertence formalmente ao PT – mesmo que Dilma faça questão em uma entrevista de descomprometer-se com as resoluções do partido”. Para a “EM” enquanto o PT supostamente manter o seu caráter “operário-burguês” continuarão com sua política de “exigências” ao governo capitalista que pertence “formalmente” ao partido. Seria a mesma charlatanice teórica que manter a caracterização acerca do Partido Socialista francês continuar sendo “operário burguês”, após décadas de governos ultra-neoliberais! O pior mesmo é a receita política elaborada pela “EM” para enfrentar a ofensiva do governo Dilma contra as conquistas dos trabalhadores, formar: “Uma frente de esquerda para combatermos as medidas de retirada de direitos que este governo, este ministério, organizará”, o inacreditável é que na proposta da “EM” a “Frente de Esquerda” de esquerda classista não tem nada, pois a indicação é que seja encabeçada pelo PT, o próprio partido que no governo desfere os ataques do “ajuste” neoliberal contra a classe operária e o povo pobre.

segunda-feira, 24 de novembro de 2014


Perigo de um golpe da direita ou uma manobra para respaldar o governo da Frente Popular?

Passado já algum tempo da vitória eleitoral da Frente Popular, as mesmas correntes políticas de “esquerda” que convocaram a votar “criticamente” em Dilma saíram a alertar sobre a possibilidade de um iminente “golpe parlamentar da direita” orquestrado pelo PIG, o tucanato e o imperialismo ianque. Segundo esses senhores, a futura quarta “gerência” consecutiva do PT à frente do Planalto seria alvo de uma ofensiva para até mesmo inviabilizar a posse da presidente reeleita pela via do instrumento do impeachment. Alguns mais alucinados, sempre usando como espantalho o perigo do fascismo, chegaram a convocar atos políticos para garantir a posse de Dilma. Ironicamente, em paralelo ao temor destes senhores, o comando petista costura a formação de um ministério alinhado ao Deus mercado (buscando emplacar um banqueiro na pasta da Fazenda), o BC anunciou logo após o segundo turno o aumento da taxa de juros e Guido Mantega comunicou o corte do orçamento para os chamados gastos sociais. Como se observa, o “golpe da direita” vem sendo aplicado pelo próprio PT contra os trabalhadores e o povo explorado! Aqueles que dizem o contrário não fazem mais que patrocinar, mais uma vez, uma manobra distracionista para respaldar o governo da Frente Popular. Isso não significa afirmar que a “direita” não fustigue o PT para capitalizar seu desgaste futuramente nas urnas e mesmo nas ruas, porém esse movimento faz parte de uma conduta natural após a derrota apertada do PSDB para Dilma mas que em nada foge do jogo de cena da “democracia dos ricos”. O atual centro político das disputas interburguesas, que assumiram grandes proporções nesta etapa pós-eleitoral, está mesmo concentrado no caráter do programa econômico que assumirá a quarta “gerência” petista. Pelas claras referências já dadas por Dilma, estaremos assistindo o mandato mais “agressivo” do ponto de vista neoliberal entre todas as gestões estatais da Frente Popular, sendo esta a “garantia” política do PT contra um eventual golpe institucional.

sexta-feira, 21 de novembro de 2014


Há um ano atrás ocorria o início da “revolução made in CIA” na Ucrânia colocando o país como ponta de lança da OTAN nas provocações contra a Rússia. Como na Líbia e Síria a LBI esteve na vanguarda da denúncia das ações imperialistas mascaradas de “rebeliões populares”

Há exatamente um ano, em 21 de novembro de 2013, a Ucrânia era palco de manifestações – conhecidas como Euromaidan - que exigiam o acordo com a União Europeia para submeter o país ao FMI e integrá-lo a OTAN, tratado que incluía o rebaixamento de salários e congelamento de pensões, aumento do preço do gás, fim dos investimentos no setor agrícola e de energia. Em Kiev as estátuas de Lenin eram derrubadas, bandeiras vermelhas queimadas e os protestos exigiam a renúncia do então presidente Viktor Yanukovych, homem próximo a Vladimir Putin. Como a LBI declarou no artigo a época “Ucrânia: Uma nova ‘revolução laranja’ made in CIA a serviço de acomodar os interesses capitalistas na antiga república soviética?” (Blog da LBI, 02.12.2013) diante do silêncio de toda a esquerda e particularmente do revisionismo trotskista “Está colocado para o proletariado mundial e, particularmente, para os trabalhadores das ex-repúblicas soviéticas rechaçarem as investidas da UE, dos EUA e de seus agentes da Ucrânia. Apesar de não depositarmos qualquer confiança no governo burguês ucraniano de Viktor Yanukovych e do ex-burocrata Putin-Medvedev, cuja conduta está voltada a defender os interesses da nascente burguesia russa, as fricções com a Casa Branca objetivamente representam um obstáculo à expansão guerreirista da OTAN na região. Nesse sentido, os revolucionários devem denunciar as manifestações dos grupos pró-imperialistas e seu caráter contrarrevolucionário, voltado a fazer na Ucrânia e na própria Rússia uma ‘transição democrática’ conservadora aos moldes da que vem sendo operada no Oriente Médio”. Hoje, o que vemos é a divisão do país a serviço do imperialismo com ataques com as chamadas “repúblicas populares” que desejam seguir o caminho da Criméia e se unificar com a Rússia. O objetivo desse processo é armar uma provocação permanente contra a Rússia para fragilizar o bloco militar que pode se contrapor ao poderio bélico ianque. O balanço a ser feito é que os protestos que adquiriram contornos fascistas e chegaram a perseguir o PC e assassinar seus militantes é a imposição de um enorme retrocesso para o país, que se tornou totalmente dependente dos monopólios capitalistas.

quinta-feira, 20 de novembro de 2014


O significado das "comissões" no formato do moderno Estado burguês e sua função no processo de acumulação capitalista

Ganhou manchete na mídia desta quarta-feira (19/11) a afirmação do lobista Fernando Baiano, preso pela PF sob a acusação de operar a intermediação de comissões pagas para políticos do PMDB em várias empresas estatais, de que: "Não se faz obra pública no Brasil sem 'acerto'... Pode pegar qualquer empreteirinha de qualquer prefeitura do interior. Sem acerto, não tem paralelepípedo no chão". O debate sobre a corrupção existente na Petrobras promete ocupar a agenda política do início da nova gerência petista, podendo até ganhar contornos de uma crise de governabilidade. Logo a blogosfera "chapa branca" atualizou a frase do velho Ademar de Barros, "Rouba mas faz" para "Não rouba não faz", tentando legitimar a conduta dos dirigentes políticos da chamada "base aliada". A questão de fundo não é só constatar a existência da prática "semi-institucional" da cobrança generalizada de comissões em cada obra executada ou serviço prestado ao estado nacional (no sentido mais amplo do termo) por empresas capitalistas, o fulcro do debate deve estar focado na evolução da formatação do moderno Estado burguês e do papel das comissões pagas aos "gestores públicos" no processo de acumulação capitalista. Até meados dos anos 60 no Brasil a "metodologia" de apropriação de recursos estatais por parte da elite política dominante ocorria em grande medida sob o sistema de desvio direto das verbas públicas, ou seja, havia a transferência de valores do orçamento estatal diretamente para o patrimônio privado da camarilha política hegemônica. Tratava-se de um "assalto" direto dos cofres públicos por parte de gestores estatais, porém com o surgimento do monitoramento das contas estatais por parte de organismos financeiros internacionais, produto do grande volume de empréstimos contraídos pelo Brasil após o golpe militar de 1964, começou a inviabilizar esta "tradição secular" nacional. Com a rígida "supervisão" do FMI e do Banco Mundial nos organismos fazendários nacionais, condição imposta para a entrada do país no roteiro do fluxo do capital financeiro mundial, a "governança" burguesa brasileira foi forçada a buscar outra "via" para exercer sua política de patrimonialismo às custas do estado nacional, deixando para trás os velhos tempos da transferência direta das reservas monetárias do tesouro para suas contas bancárias pessoais. Neste período, começo dos anos 70, inicia-se um ciclo econômico de larga expansão no Brasil com o desenvolvimento de grandes projetos de infra-estrutura e integração nacional. Surge com força neste momento as "gigantes" do concreto, empreiteiras nacionais que deram conta de impulsionar o chamado "milagre econômico" do regime militar. O "Ovo da Serpente" tinha parido um sofisticado sistema de pagamento para os dirigentes estatais, na maioria dos casos militares de alta patente, de volumosas comissões por cada obra ou serviço contratado. O que era apenas um "pequeno embrião" no governo JK com a construção de Brasília tornou-se o método recorrente para formação de fortunas dos gestores estatais, quase sempre enviadas ao exterior. Por outro lado a existência das generosas "comissões” incentivavam a elite política dominante para o lançamento de novos projetos de "desenvolvimento" econômico, criando uma cadeia de acumulação capitalista que logo catapultou o Brasil entre os dez maiores mercados do mundo no final dos anos 70. Parecia enfim que tudo havia se harmonizado no país, as oligarquias políticas não precisavam mais roubar descaradamente do caixa estatal, pois recebiam diretamente das corporações capitalistas, por outro lado tinham suas contas aprovadas pelos organismos multilaterais que continuavam a liberar o crédito financeiro internacional.... Só não contavam com a crise capitalista mundial que jogou o Brasil em plena recessão no início dos anos 80, obrigando uma mudança no regime político vigente.

terça-feira, 18 de novembro de 2014


"Petrolão": A "descoberta da roda" pelos vestais tucanos ou uma manobra para paralisar o refino do petróleo nacional?

Múltiplos ângulos tem sido abordados no atual escândalo de corrupção da Petrobras, desde a esquerda "socialista" até a direita pró-ianque tem se levantado propostas para "moralizar" a estatal, porém até o momento absolutamente nenhuma corrente de pensamento apontou o fulcro da questão, que vai bem mais além da disputa eleitoral ainda em curso. Trata-se de uma questão estratégica para a soberania país que vem passando "desapercebida" por todas as análises da grave crise que sem sombra de dúvida ameaça inclusive a governabilidade do quarto mandato da Frente Popular. Estamos falando da capacidade do Brasil em processar industrialmente seu próprio petróleo, produzindo os combustíveis refinados que movimentam a economia do país. Pois bem a enxurrada de denúncias surgida contra os dirigentes da Petrobras, todas bem reais produto da cobrança das comissões praticadas em todas as esferas desta república capitalista, atingem em cheio a área da construção de novas refinarias, um setor onde as empreiteiras estão diretamente relacionadas.

Final turbulento do primeiro governo Dilma aponta para uma crise política na quarta “gerência” petista

Falta pouco mais de um mês para o final do primeiro mandato da presidente Dilma e o horizonte para sua próxima “gerência” indica dias difíceis e turbulentos, refletindo o quadro político de uma vitória apertada da Frente Popular nas urnas em 26 de Outubro. As manchetes da mídia burguesa, particularmente do núcleo duro do PIG, como o Estadão, Veja, Globo e seus colunistas-escribas já começam a propalar quais seriam os desdobramentos do chamado “Petrolão” investigado pela Operação Lava Jato no apagar de 2014: desaprovação das contas da campanha eleitoral de Dilma pelo mafioso Gilmar Mendes no STF, sangria já no início do “novo” governo do PT para torná-lo muito frágil, reforma política para reduzir o número de partidos com a imposição da cláusula de desempenho para estes terem direito ao tempo de TV e, se a crise política se aprofundar... até mesmo impeachment de Dilma. Esta é a pauta dos sonhos do PSDB e da direita burguesa mas não necessariamente será a realidade dos próximos dois meses. Isto porque Dilma acabou de ser reeleita e o grosso da burguesia (que financiou sua campanha) sabe que esta realidade traria enormes prejuízos políticos e econômicos para seus negócios além de abrir um quadro de profunda desestabilização no país. O que estamos vendo nos noticiários da TV e nos jornalões é uma ofensiva política contra o governo do PT, para que o novo ministério seja totalmente controlado pelos setores mais conservadores da classe dominante, com a nova “gerência” petista se comprometendo a seguir à risca os planos de ajuste fiscal (corte nos orçamentos para programas sociais) e ataques as conquistas rumo a uma transição acordada para o tucanato assumir o Planalto em 2018. A situação vem se polarizando rapidamente via o incremento da “grande” mídia porém o PSDB e a direita golpista não tem força social para impor medidas drásticas como impeachment ou um golpe parlamentar como o paraguaio. O que se deve ter como “saldo” do chamado “Petrolão” é a paralisia das obras de construção das refinarias (o que atende aos interesses do imperialismo ianque), a maior fragilização da Petrobras e uma “reforma política” que ataque ainda mais as liberdades democráticas, com a imposição de cláusulas de barreiras para que os pequenos partidos tenham acesso ao horário eleitoral gratuito. Quanto ao futuro governo Dilma o certo é que será uma gerência de profunda crise, refém dos acordos com as oligarquias reacionárias e incapaz de tomar qualquer medida, mesmo que limitadamente, progressista.

domingo, 16 de novembro de 2014


Operação “Lava Jato” atinge diretamente o PT “limpando” o terreno para Dilma montar seu ministério ainda mais à direita como exigem os rentistas e as oligarquias reacionárias

Os respingos da “Operação Lava-Jato” após as eleições presidenciais caíram em cheio no esquema que o PT tinha dentro da Petrobras com as prisões do ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque e dos executivos das grandes empreiteiras (Camargo Corrêa, Mendes Junior, OAS, UTC...) que financiaram as campanha eleitorais de Lula, Dilma assim como de todos os partidos burgueses. Segundo as denúncias, Duque (indicado pelo PT em 2004 ainda no primeiro governo Lula) recebeu de apenas uma empreiteira 60 milhões de dólares em contas no exterior. A versão espalhada pela blogosfera “chapa branca” de que os delegados da PF que levaram a cabo as prisões são tucanos e junto com o juiz Sérgio Moro fazem o jogo do PSDB para desgastar o governo Dilma e incentivar o clima de polarização política que favorece a direita derrotada nas urnas é muito simplória, ainda que seja parcialmente crível. O que parece de fato está em curso é uma operação (avalizada forçosamente pelo Planalto) para limpar o terreno a fim de que a própria presidente possa montar seu ministério com o “escândalo da Petrobras” já esgotado em seu arco de prisões e indiciados até antes da posse. Não por acaso, já se sabe que mais de 70 parlamentares estão envolvidos diretamente nas negociatas envolvendo a estatal, não só do PT mas também do PMDB, PP e demais partidos da base aliada. Com esta “lista” em mãos (que será alvo de análise no STF), Dilma pretende moldar não só a escolha de seu futuro gabinete, diminuindo o espaço do próprio PT, mas também aprimorar o modus operandi dos esquemas futuros de saque ao botim estatal.

quarta-feira, 12 de novembro de 2014

Leia a mais recente edição do Jornal Luta Operária nº 287, 1ª Quinzena de Novembro/2014


EDITORIAL
Perigo de um golpe da direita ou uma manobra para respaldar o governo da Frente Popular?

DILMA REELEITA
Quarta "gerência" estatal consecutiva revela plena confiança da burguesia nacional no PT

APÓS AS ELEIÇÕES...
Receita neoliberal petista para fazer inveja a tucanalha derrotada nas urnas

AUMENTO DOS JUROS E TRABUCO NO NOVO MINISTÉRIO
Dilma agradece aos rentistas sua reeleição

“3º TURNO DILMISTA”
Depois do sepultamento dos “Conselhos Populares”, foi a vez do Plebiscito da Reforma Política sucumbir à chantagem do PMDB

O FEITIÇO CONTRA O FEITIÇEIRO
Porque só agora os Tucanos "descobriram" que sua própria criatura, a urna eletrônica, é "bastarda"?

UNIDADE REACIONÁRIA
Dilma e Aécio juntos no "repúdio veemente" ao direito da livre manifestação da militância contra a imundice da VEJA

PIG EM AÇÃO
Tentativa de golpe eleitoral da VEJA não colou em função do suporte de Dilma nas frações mais expressivas da burguesia nacional

APOIO ENVERGONHADO A FRENTE POPULAR
Borón, o apoio muitíssimo “crítico” ao PT e seu “sonho” do capitalismo finlandês

HÁ 45 ANOS TOMBAVA O COMANDANTE MARIGHELLA PELAS MÃOS DO FACÍNORA FLEURY
Nossa modesta homenagem a esse herói da luta contra a ditadura militar!

25 ANOS DA DERRUBADA DO MURO DE BERLIM
O início da contrarrevolução capitalista aberta comemorada como uma “vitória” pelos revisionistas do trotskismo!

97 ANOS DA TOMADA DO PODER PELOS BOLCHEVIQUES
A vitória da Revolução de Outubro e os desafios do leninismo para enfrentar a etapa da contrarrevolução em pleno Século XXI

ELEIÇÃO NO URUGUAY
Um polarizado segundo turno seguindo a "receita" de estabilidade social que a burguesia encaminhou no Brasil

DISPUTA NOS EUA
Republicanos avançam nas legislativas rumo ao controle da Casa Branca

MÉXICO EM LUTA
Mobilizações contra o terrorismo de Estado exigem a renúncia do fascistóide Peña Nieto


Mobilizações sacodem o México contra o terrorismo de Estado exigindo a renúncia do fascistóide Peña Nieto. A tarefa dos Comunistas é estabelecer a ponte entre a barbárie cometida e o conjunto do regime burguês!

O México está sendo palco de manifestações massivas desde o assassinato dos 43 estudantes da cidade de Ayotzinapa, no estado de Guerrero, ocorrido em 26 de setembro. Eles foram presos pela polícia quando retornavam de um ato público e, em seguida, foram entregues a integrantes do cartel Guerreros Unidos, grupo narcotraficante ligado ao prefeito local, do PRD. Os estudantes foram torturados, seus corpos trucidados, queimados e ao final jogados no rio Cocula. Mais de 100 escolas estão em greve e milhares de mexicanos saem às ruas diariamente exigindo a renúncia imediata do presidente Enrique Peña Nieto (PRI), já que a mobilização que os estudantes mortos fizeram antes de serem assassinados eram contra os ataques promovidos por seu governo em conluio com o PDR. O repúdio ao ataque aos “43”, como são agora conhecidos, capitalizou o ódio popular contra o conjunto dos partidos burgueses (PRI-PAN-PRD) e as instituições do regime. Desgraçadamente, a “esquerda” mexicana está atrelada ao nacionalismo burguês hoje agrupado no partido Morena de Lopez Obrador, que rompeu com o PRD para se alçar como uma alternativa burguesa ao desgaste dos partidos tradicionais. Os principais sindicatos do país que apoiam as mobilizações se limitam a protestar contra o assassinato dos estudantes sem apontar a deflagração imediata da greve geral. Neste momento é necessário estabelecer a unidade operário-camponesa-estudantil para passar a ofensiva contra a classe dominante e seu governo lacaio, que encontra-se blindado pelo imperialismo ianque. Para vingar a morte dos estudantes mexicanos é preciso cobrir a luta em curso no país de ampla solidariedade de classe internacional e apontar uma perspectiva revolucionária para a crise do falido regime burguês. A fraude eleitoral que levou Peña Nieto ao governo barrando a ascensão de Obrador confirmou o que agora se vê em toda a plenitude: o avanço das máfias e do narcotráfico no México em conluio com os políticos burgueses de todos os partidos revela que a burguesia e o imperialismo impuseram um regime ainda mais recrudescido e policialesco contra o movimento operário e as massas que somente pode ser derrotado pela ação direta dos trabalhadores e sem nenhuma confiança nas instituições apodrecidas da “República”, colocando inclusive na ordem do dia a destruição do assassino aparato de repressão estatal! Os reformistas de plantão tentam limitar as mobilizações contra a barbárie cometida pela máfia dominante nos limites da democracia burguesa, exigindo a “depuração ética” do Estado capitalista, para os comunistas leninistas a tarefa é colocar na ordem do dia a questão do poder proletário pela via da revolução socialista.

sábado, 8 de novembro de 2014


97 anos da tomada do poder pelos Bolcheviques: A vitória da Revolução de Outubro e os desafios do leninismo para enfrentar a etapa da contrarrevolução em pleno Século XXI

Há 97 anos, no dia 07 de novembro de 1917 (segundo o calendário gregoriano) o Partido Bolchevique tomava o poder de estado, com a vitória da Revolução de Outubro sob o comando dos dirigentes Lênin e Trotsky. A melhor homenagem que podemos render ao maior triunfo histórico do proletariado mundial, quase um século depois de ocorrido e quando a própria URSS já não existe mais, é fazer um balanço das lições programáticas que levaram a destruição do Estado Operário soviético pelas mãos dos bandos restauracionistas apoiados pelo imperialismo. Desde já, podemos afirmar que as mesmas forças políticas e sociais que festejaram a queda da pátria política de Lênin, seja no campo burguês ou no terreno do revisionismo trotskista, são as que hoje estão unidas para, em nome da “defesa de democracia”, colaborarem para contrarrevolução na Ucrânia levada por fascistas financiados pelas mesmas potências capitalistas que apoiaram o mafioso Yelstin em 1991 como alternativa “democrática” à “ditadura stalinista”. A história do século XX não pode ser compreendida sem se ter em conta a enorme influência da revolução socialista de Outubro de 1917 na luta dos trabalhadores e dos povos oprimidos de todo o mundo contra a exploração e opressão imperialistas. Falem o que quiserem falar os “historiadores” e “jornalistas” detratores da revolução a soldo do capital e todos os renegados “comunistas” e revisionistas do Leninismo arrependidos que, em nome de “lançar um novo olhar crítico” sobre os fatos, os deformam grotescamente, não há como ocultar que os principais acontecimentos que marcaram o último século estão de alguma maneira relacionados à perspectiva histórica da revolução socialista mundial que se abriu com a vitória bolchevique. De forma inédita, ocorreu uma experiência genuinamente proletária de expropriação da propriedade privada que, em uma vasta extensão territorial, assumiu uma dimensão e duração infinitamente maior que a Comuna de Paris. Até então, a primeira tentativa de “assalto ao céu”, como afirmou Marx na época, e instauração de um governo proletário, durou apenas 72 dias. Por sua vez, os sovietes, os órgãos de democracia operária criados sobre a base de estruturas piramidais de conselhos populares nascidos em meio ao “ensaio geral” de 1905, apresentaram um formato bem mais aprimorado de Estado operário. E, o que assumiu uma importância decisiva: também pela primeira vez na história da humanidade, a classe operária, através de sua vanguarda de quadros comunistas forjados sob as experiências das revoluções de 1905 e de fevereiro de 1917, converteu-se em classe para si e organizou conscientemente a tomada do poder. Assim, por maior que sejam os esforços em contrário de todos os seus inimigos nestes 97 anos, as lições da primeira revolução proletária da etapa imperialista do capitalismo não podem ser esquecidas pelas novas gerações de revolucionários. Na academia, na mídia e nos partidos da esquerda revisionista reina neste momento uma verdadeira cruzada antibolchevique por exterminar ou pelo menos demonizar todas as referências do grande triunfo proletário de 1917, para confundir os lutadores de hoje e impedi-los de organizar uma saída revolucionária diante das explosivas contradições da dominação imperialista. Não por acaso os charlatães do Marxismo tentam “vender” o novo conceito de uma suposta revolução como sendo levantes “democráticos” organizados pelo imperialismo contra “ditaduras” militares ou até mesmo nacionalistas burguesas.

sexta-feira, 7 de novembro de 2014


Receita neoliberal petista para fazer inveja a tucanalha derrotada nas urnas

Para quem esperava uma guinada à "esquerda" do governo após a vitória eleitoral petista, diante da polarização política estabelecida com o PSDB, deve estar se sentindo "traído". Como já tínhamos alertado o programa de governo da Frente Popular representava uma versão neoliberal da mesma cartilha seguida pelos tucanos. Porém agora veio a confirmação oficial do rumo que o PT pretende imprimir no segundo mandato da gerência Dilma, e pela boca do ministro demissionário Mantega: "Nós temos agora que fazer uma redução importante das despesas que estão crescendo, como o seguro-desemprego, abono salarial e auxílio doença". Não se trata de uma mera "carta de intenções", mas de um ataque as conquistas operárias já posto em marcha pelo governo Dilma, como o congelamento dos salários do funcionalismo público e a redução das verbas estatais para os setores de saúde e educação. O "couvert" do segundo mandato petista já subiu a taxa de juros e liberou a flutuação do câmbio para a farra dos rentistas. Para finalizar a semana a equipe econômica palaciana decretou um aumento do preço dos combustíveis, que embora menor do que exigido pelo "mercado" deverá desencadear uma forte cadeia inflacionária na cesta básica alimentar. Depois de todo este estelionato político ainda existem aqueles que afirmam que o grande "perigo" para a classe operária vem da parte de meia dúzia de fascistóides drogados que costumam desfilar pela Av. Paulista. Mais uma vez denunciamos o caráter estatal da ofensiva patronal em curso e responsabilizamos diretamente o PT pelo ataque aos direitos e conquistas da classe trabalhadora. A "direita" burguesa assiste passivamente a ala "esquerda" das classes dominantes (com o suporte do Estado) descarregar no país os "ajustes" que o capital financeiro exige para aumentar sua rentabilidade em períodos de crise. Quanto a possibilidade de um golpe da direita contra Dilma, só mesmo na mente de vigaristas políticos que pretendem traficar sua política burguesa de colaboração de classes no movimento de massas como sendo a melhor "expressão da esquerda" brasileira.

quarta-feira, 5 de novembro de 2014


Republicanos avançam nas legislativas rumo ao controle da Casa Branca, abrindo mais espaço para a ofensiva neofascista contra os povos

O Partido Republicano terá durante o fim do mandato de Barack Obama o controle das duas casas legislativas. Trata-se da “transição” para um futuro governo mais conservador na Casa Branca em 2016. Os Republicanos, que já possuíam a maioria dos parlamentares na Câmera de Representantes dos Estados Unidos (equivalente a Câmera dos Deputados no Brasil), mantiveram este status e ainda conseguiram obter a liderança do Senado, até então controlado pelo Democratas. Essas eleições eram destinadas a renovar os 435 assentos da Câmara dos Representantes e um terço do Senado. Esta é a primeira vez, desde 2006, que os republicanos controlam as duas câmaras do Congresso. Este resultado demonstra que o imperialismo ianque se prepara internamente para um período de aprofundamento de sua ofensiva belicista no planeta, que tem como alvos a China, Rússia, Irã e os grupos fundamentalistas islâmicos que saíram de seu controle, como o EI. A popularidade de Obama caiu e a paralisia de seu governo sob a ótica conservadora, já que recuou na Síria e Ucrânia, pavimentou o caminho para o crescimento dos Republicanos. Neste marco, o Tea Party, um braço do neofascismo ianque abrigado temporariamente no interior do Partido Republicano, tem ganhado muita força, deixando o Parlamento ianque ainda mais a direita com aberta influência de grupos neonazistas que desejam um ação militar planetária mais incisiva contra seus adversários. A expectativa é de que candidatos republicanos apoiados pelo Tea Party conquistem nestas eleições legislativas cerca de oito cadeiras na Câmara dos Representantes que atualmente estão nas mãos de republicanos tradicionais. Os próximos anos da "transição" serão dedicados a Obama dar curso aos seus limitados planos de guerra para posteriormente ceder o comando para os falcões na Casa Branca. Os "falcões" do Partido Republicano não deverão esperar até 2016 para impor uma guinada neofascista no regime Ianque, as corporações capitalistas que os financiam exigem a retomada da ofensiva imperialista neste momento, diante da necessidade de controlar mercados que vem sendo perdidos para os BRICS. Não está descartado inclusive que o Tea Party co-governe com a madame Clinton, caso os Democratas se mantenham no poder, já que Hilary é abertamente favorável ao recrudescimento do Estado guerreirista Norte-Americano. 

terça-feira, 4 de novembro de 2014


Há 45 anos atrás tombava em combate o comandante Marighella pelas mãos do facínora Fleury! Nossa modesta homenagem a esse herói da luta contra a ditadura militar!

Precisamente na noite de 4 de novembro de 1969, há 45 anos atrás, Carlos Marighella foi assassinado por agentes de repressão da ditadura militar numa emboscada em São Paulo, chefiada pelo facínora Sérgio Paranhos Fleury, delegado do DOPS, órgão oficial dos ratos covardes torturadores. Marighella foi um dos principais líderes da luta armada durante o período da ditadura semifascista. Apesar das divergências com o programa defendido por Marighella tanto no PCB como na ALN, rendemos nossa homenagem a esse herói da luta contra o regime dos gorilas, que morreu em combate contra a dominação do país pelo imperialismo e seus títeres de farda. Nascido em 05 de dezembro de 1911, iniciou sua militância aos 18 anos, quando ingressou no PCB, em 1930, numa fase em que o partido comunista enfrentava profundas crises internas decorrentes de sua adaptação ao stalinismo. A onda de reação que se seguiu à aventura de 35, mais uma das fracassadas insurreições preparadas pelos agentes da III Internacional stalinista, vários militantes foram presos e barbaramente torturados pela polícia de Filinto Müller. Marighella foi detido em 1º de maio de 1936 e permaneceu encarcerado por um ano durante o governo Vargas. Elege-se deputado federal constituinte pelo PCB baiano em 1946, mas teve o mandato cassado em 1948, em virtude da nova proscrição do partido. Após o golpe militar de 1964, é baleado e preso por agentes do DOPS no Rio de Janeiro. Libertado em 1965, Marighella começa a divergir da política do PCB diante do regime militar. Criticando o imobilismo da direção, que ficava a espera de espaços para a atuação política dentro das regras e dos limites impostos pelo próprio regime ditatorial, solicitou seu desligamento da Comissão Executiva em dezembro de 1966, anunciando sua disposição de lutar revolucionariamente contra a ditadura. Em 1967, na Conferência Estadual de São Paulo, as posições de Marighella são esmagadoramente vitoriosas (33 a 3) sobre o restante do Comitê Central, mesmo tendo como opositor o próprio Luiz Carlos Prestes. Contrariando as ordens do CC, que o ameaça de expulsão, Marighella vai a Cuba para participar da conferência da OLAS. O passo seguinte foi sua ruptura com o Comitê Central e, como consequência, sua expulsão do PCB. Ao retornar ao Brasil, Marighella funda a Ação Libertadora Nacional (ALN) e inicia as ações armadas contra a ditadura militar. Desgraçadamente, uma característica fundamental da ALN foi a negação da teoria leninista sobre o papel do partido da vanguarda do proletariado no processo revolucionário. Sob a influência do guevarismo e da experiência da revolução cubana, adotou como lema “a ação faz a vanguarda”, partindo para a luta armada. A cisão de Carlos Marighella com o PCB não significou sua renúncia ao stalinismo. O norte estratégico da ALN, não por acaso quase o mesmo nome da organização de caráter frente populista criada em 1934, era a restauração da democracia burguesa e a criação de um governo que realizasse algumas reformas sociais, como a reforma agrária, e assumisse uma posição de independência frente ao imperialismo.

segunda-feira, 3 de novembro de 2014


25 anos da derrubada do Muro de Berlim: O início da contrarrevolução capitalista aberta comemorada como uma “vitória” pelos revisionistas do trotskismo!

Neste 09 de novembro completa-se os 25 anos da derrubada do Muro de Berlim, acontecimento que consistiu em um derrota histórica do proletariado responsável por abrir caminho para a ofensiva imperialista atual. Hoje, o imperialismo se vale desta data para comemorar com toda empáfia e cinismo o início da restauração capitalista do antigo Estado Operário alemão. A mídia burguesa aproveita para espalhar por todos os cantos do planeta que a Alemanha “unificada” depois de mais de duas décadas encontra-se livre do totalitarismo stalinista, mergulhada em uma espécie de paraíso das liberdades democráticas! A verdade é, no entanto, outra, completamente oposta. Os trabalhadores da antiga Alemanha Oriental estão pagando um alto preço social com o fim do Estado operário. Além disso, os países do Leste Europeu foram incorporados em sua maioria a OTAN e hoje servem como como aliados do imperialismo ianque e europeu em sua ofensiva contra a Rússia, como estamos vendo na Ucrânia. Coincidentemente aqueles grupos revisionistas que há 25 anos saudaram a queda do Muro de Berlim como um “acontecimento revolucionário” em sua maioria perfilam-se entre os que apresentam as “revoluções made in CIA” nas ex-repúblicas soviéticas como uma “vitória dos trabalhadores”. A queda do Muro de Berlim e a destruição do Estado operário alemão como produto da contrarrevolução, representaram uma profunda derrota para o proletariado mundial, exatamente porque a derrubada da burocracia foi obra do imperialismo e não parte da revolução política dirigida pelo proletariado. A derrubada do Muro de Berlim marcou, por sua vez, o fim do Pacto de Varsóvia, o que levou a termo a bipolarização política até então existente. O Muro, em outras palavras, era o contraponto militar ao avanço da OTAN rumo ao Leste. A partir da restauração capitalista da RDA e da URSS, o imperialismo teve a possibilidade de levar adiante a sua brutal ofensiva militar sobre toda uma série de países que até então estavam sob a influência soviética, o que abriu caminho para as atuais agressões da OTAN sobre o Iraque, Afeganistão, Líbia...

domingo, 2 de novembro de 2014


Porque só agora os Tucanos "descobriram" que sua própria criatura, a urna eletrônica, é "bastarda"? 

A cúpula do PSDB surpreendeu ao próprio meio político burguês quando requereu ao TSE uma auditoria para verificar os sistemas de votação da urna eletrônica. Para quem não recorda a urna eletrônica foi implantada no Brasil em 1996, sob os auspícios do governo FHC e celebrada pelos Tucanos como o "santo milagre" que iria sepultar definitivamente a fraude eleitoral no Brasil. Logo na eleição seguinte em 1998, onde se disputou a reeleição de FHC, a urna eletrônica teve um papel determinante para consagrar uma das maiores fraudes eleitorais da história republicana. Em pleno esgotamento da paridade cambial Dólar/Real, o governo Tucano em crise amargava os piores índices de aprovação popular, um segundo turno entre FHC e Lula era constatado em todas as pesquisas eleitorais inclusive o malfadado IBOPE da Rede Globo. Porém a urna eletrônica debuta "brilhantemente" em sua primeira participação na disputa pelo Planalto, FHC vence a eleição logo no primeiro turno a despeito de todas as evidências de fraude eleitoral. Na sequência em 2002 a mesma urna eletrônica ajuda o moribundo Serra a superar adversários fortes, como Garotinho e Ciro, levando o Tucano a disputar o segundo turno com Lula. Só que desta vez não deu para emplacar uma vitória ao PSDB, já que a diferença a favor do PT era desproporcional. Lembranças postas em dia voltemos a "decifrar" o mecanismo da urna roubotrônica, esta que é uma "criatura" singular em todo planeta, não existindo nada similar nos países pioneiros em informatização do sistema eleitoral como os EUA, Alemanha e Japão. A formatação da urna eletrônica brasileira é a única que não permite nenhum tipo de aferição física do voto do eleitor, deixando exclusivamente a cargo de um programa (software) a totalização do resultado final de cada seção eleitoral. Se em uma situação experimental reunirmos cem eleitores de uma urna eletrônica, sendo que 60 afirmem terem votado eletronicamente em Dilma e os outros 40 em Aécio, mas o resultado apontar exatamente o inverso seria somente a "palavra" dos eleitores contra o veredito do programa (software). No mecanismo da urna eletrônica não há a menor chance de contestação do resultado por parte do eleitor, já que seu voto é apenas virtual. Em outros sistemas eletrônicos de votação, cada registro do voto virtual deve necessariamente ter um correspondente físico discriminado o nome ou número do eleitor e sua cédula perfurada com a escolha de seus candidatos, feita a leitura eletrônica da cédula esta vai para um depósito lacrado que pode ser aferido e comprovado ao menor indício de fraude. No Brasil a suposta "modernidade" eleitoral está a serviço do controle da soberania popular por parte das oligarquias políticas dominantes, que detém o mando dos TRE's com a indicação de desembargadores de sua estreita confiança. É bem verdade que a fraude eleitoral em curso no país é um processo mais profundo do que apenas a urna roubotrônica, envolvendo o controle restrito da totalização regional/nacional de votos, os "institutos" de pesquisa e, por fim, o próprio financiamento bilhardário das principais campanhas, isto sem falar é claro da manipulação política exercida pelos monopólios da mídia corporativa. Agora que a "criatura" trocou de dono, servindo ao arco político burguês comandado pelo PT, os Tucanos "descobriram" que a urna eletrônica é falha no aspecto da aferição do voto... Porém seu "remédio" para o "mal" estimulado por eles mesmos parece estar bem longe de qualquer "lisura" do processo eleitoral... Passando não pela substituição da urna eletrônica mas pela troca dos ministros do TSE e STF...