Final turbulento do primeiro governo Dilma aponta para uma crise política na quarta “gerência” petista
Falta pouco mais de um mês para o final do primeiro mandato
da presidente Dilma e o horizonte para sua próxima “gerência” indica dias
difíceis e turbulentos, refletindo o quadro político de uma vitória apertada da
Frente Popular nas urnas em 26 de Outubro. As manchetes da mídia burguesa,
particularmente do núcleo duro do PIG, como o Estadão, Veja, Globo e seus
colunistas-escribas já começam a propalar quais seriam os desdobramentos do
chamado “Petrolão” investigado pela Operação Lava Jato no apagar de 2014:
desaprovação das contas da campanha eleitoral de Dilma pelo mafioso Gilmar
Mendes no STF, sangria já no início do “novo” governo do PT para torná-lo muito
frágil, reforma política para reduzir o número de partidos com a imposição da
cláusula de desempenho para estes terem direito ao tempo de TV e, se a crise
política se aprofundar... até mesmo impeachment de Dilma. Esta é a pauta dos
sonhos do PSDB e da direita burguesa mas não necessariamente será a realidade
dos próximos dois meses. Isto porque Dilma acabou de ser reeleita e o grosso da
burguesia (que financiou sua campanha) sabe que esta realidade traria enormes
prejuízos políticos e econômicos para seus negócios além de abrir um quadro de
profunda desestabilização no país. O que estamos vendo nos noticiários da TV e
nos jornalões é uma ofensiva política contra o governo do PT, para que o novo
ministério seja totalmente controlado pelos setores mais conservadores da
classe dominante, com a nova “gerência” petista se comprometendo a seguir à
risca os planos de ajuste fiscal (corte nos orçamentos para programas sociais)
e ataques as conquistas rumo a uma transição acordada para o tucanato assumir o
Planalto em 2018. A situação vem se polarizando rapidamente via o incremento da
“grande” mídia porém o PSDB e a direita golpista não tem força social para
impor medidas drásticas como impeachment ou um golpe parlamentar como o
paraguaio. O que se deve ter como “saldo” do chamado “Petrolão” é a paralisia
das obras de construção das refinarias (o que atende aos interesses do
imperialismo ianque), a maior fragilização da Petrobras e uma “reforma
política” que ataque ainda mais as liberdades democráticas, com a imposição de
cláusulas de barreiras para que os pequenos partidos tenham acesso ao horário
eleitoral gratuito. Quanto ao futuro governo Dilma o certo é que será uma
gerência de profunda crise, refém dos acordos com as oligarquias reacionárias e
incapaz de tomar qualquer medida, mesmo que limitadamente, progressista.
Em meio à crise desatada pelas denúncias das propinas na Petrobras o movimento operário encontra-se em compasso de espera, de fato paralisado. Dilma já promoveu o aumento dos combustíveis que atinge toda a cadeia produtiva e eleva os preço dos produtos de consumo. O BC aumentou a taxa Selic fazendo o gosto dos rentistas e Guido Mantega anunciou cortes no orçamento dos programas sociais. Estas medidas não foram respondidas com protestos populares porque as direções sindicais “chapa branca” apoiam o governo do PT e se limitam a fazer atos em defesa da gerência da Frente Popular e “contra a direita”. O espantalho do “golpismo” é utilizado para estabelecer uma verdadeira “frente única” em defesa do governo Dilma, no máximo pedido pelo atendimento de algumas reivindicações populares (reforma agrária). Este foi o mote da manifestação do dia 13 no MASP. Apesar do PSDB e o PIG não terem força para impor um golpe “cívico” contra Dilma, a Frente Popular usa esse clima de polarização com a direita para impedir que o movimento de massas atue de forma independente. Este é o cerne da política de colaboração de classes imposta pela CUT, UNE e MST.
Em meio à crise desatada pelas denúncias das propinas na Petrobras o movimento operário encontra-se em compasso de espera, de fato paralisado. Dilma já promoveu o aumento dos combustíveis que atinge toda a cadeia produtiva e eleva os preço dos produtos de consumo. O BC aumentou a taxa Selic fazendo o gosto dos rentistas e Guido Mantega anunciou cortes no orçamento dos programas sociais. Estas medidas não foram respondidas com protestos populares porque as direções sindicais “chapa branca” apoiam o governo do PT e se limitam a fazer atos em defesa da gerência da Frente Popular e “contra a direita”. O espantalho do “golpismo” é utilizado para estabelecer uma verdadeira “frente única” em defesa do governo Dilma, no máximo pedido pelo atendimento de algumas reivindicações populares (reforma agrária). Este foi o mote da manifestação do dia 13 no MASP. Apesar do PSDB e o PIG não terem força para impor um golpe “cívico” contra Dilma, a Frente Popular usa esse clima de polarização com a direita para impedir que o movimento de massas atue de forma independente. Este é o cerne da política de colaboração de classes imposta pela CUT, UNE e MST.
Diante deste quadro qual a posição dos revolucionários que
já nas eleições não prestaram qualquer apoio “crítico” a Dilma e alertaram que
seu futuro governo seria de profundo ataque aos trabalhadores? Antes de mais
nada é preciso denunciar o conjunto do regime político e deixar claro que o
“Petrolão” faz parte da própria estrutura de funcionamento do Estado burguês,
existiu com a ditadura militar, o governo Sarney, Collor-Itamar, a gestão
tucana e com o PT. Não se trata de nenhuma novidade, portanto para pôr um fim a
esta farra é preciso lutar pela destruição revolucionária do próprio Estado
capitalista, colocando as empresas sob o controle dos trabalhadores. Pedir
simplesmente a “prisão de todos os corruptos e corruptores” como faz o PSTU é
acreditar que o próprio aparato de repressão estatal burguês pode punir seus
senhores. Em linha parecida, o PSOL defende uma CPI para “investigar a fundo os
escândalos”. Na verdade as prisões temporárias de executivos e de operadores do
esquema já fazem parte do script midiático desses escândalos, logo serão
liberados e ... a vida segue com seus negócios e negociatas. Desde a chamada
“redemocratização” foi assim e assim será! Só a intervenção do movimento
operário com um programa independente das frações burguesas pode apontar para o
fim desta sangria, o que passa por se manter distante de qualquer apoio
“crítico” ao governo Dilma e na firme resistência a reação conservadora.
Nesse sentido, o combate a privatização em curso da
Petrobras, implementada por FHC e mantida pelo PT, deve ser feita com o métodos
de luta dos trabalhadores, convocando uma greve geral na empresa contra sua
gerência burguesa, pelo fim da privatização e pelo controle da estatal pelos
trabalhadores ! Ao mesmo tempo, deve se repudiar qualquer unidade de ação com a
direita, que é beneficiária direta do esquema de propina de ontem e de hoje. Os
atos “contra a direita” promovidos timidamente pela CUT limitam a luta dos trabalhadores
a disputa eleitoral entre PT e PSDB. Devemos intervir nestas atividades
denunciando esta perspectiva governista e apontando a ação direta dos
trabalhadores em defesa de suas reivindicações imediatas e históricas como a
única forma de combater a direita e barrar os ataques do governo da Frente
Popular (salário, moradia, emprego, fim do aumento dos preços). Transformar a
crise dos “de cima” em espaço político para mobilizações com caráter operário e
popular é que o caminho para transformar a disputa intra-burguesa em um
elemento favorável para os trabalhadores. Os marxistas leninistas sabem que
este final turbulento do primeiro governo Dilma aponta para crise profunda na
quarta “gerência” petista que será capitalizada pela direita e o tucanato se o
movimento operário não entrar em cena desde já, com um programa anticapitalista
e antiimperialista!