Republicanos avançam nas legislativas rumo ao controle da Casa Branca, abrindo mais espaço para a ofensiva neofascista contra os povos
O Partido Republicano terá durante o fim do mandato de
Barack Obama o controle das duas casas legislativas. Trata-se da “transição”
para um futuro governo mais conservador na Casa Branca em 2016. Os
Republicanos, que já possuíam a maioria dos parlamentares na Câmera de
Representantes dos Estados Unidos (equivalente a Câmera dos Deputados no
Brasil), mantiveram este status e ainda conseguiram obter a liderança do
Senado, até então controlado pelo Democratas. Essas eleições eram destinadas a
renovar os 435 assentos da Câmara dos Representantes e um terço do Senado. Esta
é a primeira vez, desde 2006, que os republicanos controlam as duas câmaras do
Congresso. Este resultado demonstra que o imperialismo ianque se prepara
internamente para um período de aprofundamento de sua ofensiva belicista no
planeta, que tem como alvos a China, Rússia, Irã e os grupos fundamentalistas
islâmicos que saíram de seu controle, como o EI. A popularidade de Obama caiu e
a paralisia de seu governo sob a ótica conservadora, já que recuou na Síria e
Ucrânia, pavimentou o caminho para o crescimento dos Republicanos. Neste marco,
o Tea Party, um braço do neofascismo ianque abrigado temporariamente no
interior do Partido Republicano, tem ganhado muita força, deixando o Parlamento
ianque ainda mais a direita com aberta influência de grupos neonazistas que
desejam um ação militar planetária mais incisiva contra seus adversários. A
expectativa é de que candidatos republicanos apoiados pelo Tea Party conquistem
nestas eleições legislativas cerca de oito cadeiras na Câmara dos
Representantes que atualmente estão nas mãos de republicanos tradicionais. Os
próximos anos da "transição" serão dedicados a Obama dar curso aos
seus limitados planos de guerra para posteriormente ceder o comando para os falcões
na Casa Branca. Os "falcões" do Partido Republicano não deverão
esperar até 2016 para impor uma guinada neofascista no regime Ianque, as
corporações capitalistas que os financiam exigem a retomada da ofensiva
imperialista neste momento, diante da necessidade de controlar mercados que vem
sendo perdidos para os BRICS. Não está
descartado inclusive que o Tea Party co-governe com a madame Clinton, caso os
Democratas se mantenham no poder, já que Hilary é abertamente favorável ao
recrudescimento do Estado guerreirista Norte-Americano.
Os Republicanos obtiveram 226 das 435 cadeiras da Câmara
de Representantes. Na disputa pelo Senado, os republicanos assumiram o controle
da casa, com Mitch McConnell, vitorioso no Kentucky, surgindo como o nome forte
do partido na Câmara Alta. "Está na hora de seguir em outra direção",
disse McConnell, de 72 anos. As redes de televisão também apontam a vitória da
republicana Shelley Moore Capito na Virgínia Ocidental, sucedendo o democrata
Jay Rockefeller e no Arkansas, onde o republicano Tom Cotton derrotou o
democrata Mark Pryor. Cotton, um veterano das campanhas militares no Iraque e
Afeganistão, conseguiu uma vitória no estado natal do ex-presidente Bill
Clinton, aproximando os republicanos do objetivo de conquistar, ao menos, 51
cadeiras no Senado. “O povo americano depositou sua confiança no partido
republicano. Isso representa uma rejeição das políticas fracassadas do
presidente Obama e do Senado disfuncional de Harry Reid”, disse em comunicado o
presidente do Comitê Nacional Republicano. Obama admitiu nesta terça que o mapa
eleitoral este ano foi particularmente desfavorável para os democratas.
"É, provavelmente, o pior grupo possível de estados para os democratas
desde Dwight Eisenhower", declarou o presidente ianque. Trata-se de uma
verdadeira confissão de impotência de Obama, que já se prepara para nos
próximos dois anos para de fato a gerência do governo para os republicanos, com
o Tea Party disputando os espaços para as indicações de governadores e um
co-governo com a Madame Clinton!
O crescimento eleitoral dos republicanos e particularmente
do Tea Party significam um avanço nas poderosas tendências latentes do
neofascismo ianque e preparam o terreno para um período histórico de grandes
ataques ao proletariado mundial e povos oprimidos. A sequência dos recentes
atentados nazistas ocorridos nos EUA revela o crescimento das correntes
reacionárias no interior das classes médias urbanas, mais além da
potencialidade militar da “KKK” no meio rural. A esquerda “marxista” no
interior dos EUA tem se mostrado impotente para combater, do angulo político da
classe operária, a ofensiva contrarrevolucionária imperial. Ao contrário, o
campo revisionista tem se mostrado “sócio” dos ataques militares da OTAN,
considerados por esta esquerda reformista como a expressão da “primavera
árabe”. Os movimentos como o “Occupy” que permeou as principais cidades dos
EUA, careceram de um programa anti-imperialista, voltando seu foco político
contra a especulação financeira, como se esta não fosse inerente à acumulação
capitalista. As principais direções sindicais norte-americanas seguem atreladas
como uma “pata esquerda” do Partido Democrata, que assumiu a provisoriamente as
funções dos falcões na Casa Branca mas que em 2016 pode voltar as suas mãos
diretamente.
Estamos vendo a volta com força do neonazismo ianque em
escala interna e planetária. Para se opor à essa escalada arquirreacionária
deve-se ter claro que ela é uma expressão da dura etapa de contrarrevolução e
profunda ofensiva imperialista em curso, onde ao lado dos mortos de massacres
internos estão os cadáveres de mais de 200 mil líbios trucidados pelos
bombardeios da OTAN ou as vítimas dos mercenários “rebeldes” na Síria, ao
melhor estilo dos jogos de guerra vendidos às crianças estadunidenses. Somente
a ação revolucionária do proletariado mundial poderá reverter estas tendências
nefastas, se valendo da luta pela liquidação do modo de produção capitalista e
tendo como estratégia a imposição de seu próprio projeto de poder socialista.
Os marxistas revolucionários devem compreender com muita clareza que a completa
supressão das liberdades democráticas no país mais poderoso do planeta não é
uma questão menor. O proletariado norte-americano pela sua importância política
mundial deve estar bastante atento a esta nova conjuntura nacional
pré-contrarrevolucionária que se abriu com o 11 de setembro na gestão Bush e
que, todavia, ainda não foi encerrada com os Democratas no comando estatal. A
burguesia ianque acionou a “válvula de escape” com Obama logo após o crash
financeiro de 2008 e agora prepara a nova transição para uma ofensiva imperial
ainda mais agressiva e violenta contra o seu próprio povo e a classe operária
mundial!