“MULTIPOLARIDADE OU BARBÁRIE”: NOVA PALAVRA DE ORDEM DA ESQUERDA BURGUESA REPRESENTA UMA TRAIÇÃO BRUTAL AO SOCIALISMO
Na véspera da reunião dá cúpula dos BRICS, em Kazan na
Rússia, a esquerda burguesa lança sua nova palavra de ordem:”Multipolaridade ou
Barbárie”. Não se trata de um mero slogan publicitário dos governos
capitalistas que conformam o bloco comercial liderado pela China, mas sim de
toda uma concepção ideológica que macula profundamente o socialismo
revolucionário. Quando os Marxistas Leninistas levantaram historicamente a
consigna “Socialismo ou Barbárie”, em plena consonância com Rosa Luxemburgo,
estavam afirmando categoricamente a morte do modo de produção capitalista, pela
via da ruptura violenta, e não a “humanização do capital”, como agora defendem
os “ideólogos” da multipolaridade imperialista. Um destes epígonos do
“bricianismo”, apresentado falsamente como uma alternativa ao socialismo, é o
jornalista funcionário da burocracia restauracionista chinesa, Pepe Escobar.
Pepe e seu séquito reformista, afirmam que a luta de classes acabou e que agora
o mundo atravessa a contradição fundamental “Ocidente versus BRICS”. O chamado
“Sul Global”(países emergentes), nas palavras do próprio Escobar, deveriam
formar uma aliança estratégica para conviver em um novo “mundo multipolar“ com
os Estados imperialistas, liderados pela hegemonia militar norte-americana.
Para Escobar, tudo o que está acontecendo no cenário internacional pode ser
entendido como parte de uma "ofensiva anti-BRICS". Estes apologistas
do proto imperialismo chinês, são na verdade a velha escória Social Democrata,
os mesmos que assassinaram Rosa Luxemburgo na Alemanha do século passado e que
agora querem “assassinar” sua Teoria Revolucionária, traficando o engodo
contrarrevolucionário de “Multipolaridade ou Barbárie”.
A “tese” da “Multipolaridade ou Barbárie”, que praticamente engloba todo o campo do reformismo e neostalinismo, não é somente um “equívoco teórico”, significa que a esquerda domesticada foi corrompida materialmente pelos interesses econômicos e políticos de uma classe social antagônica ao proletariado mundial. A ascendente burguesia chinesa, que elevou seu patamar mundial a categoria de segunda “potência mundial”, é produto direto dos investimentos trilionários do capital financeiro no país asiático, este montante de reservas monetárias que vieram das corporações imperialistas não foi “doado filantropicamente” a China para que se desenvolvesse, foi investido para reprodução e retorno do capital, agora multiplicado, para as mãos dos grandes rentistas globais, que tem na sino burguesia sua sócia minoritária. Logicamente o “segredo” encoberto do “milagre econômico” do gigante asiático não é o pseudo “socialismo chinês” com suas “peculiaridades nacionais”, mas o enorme potencial da classe operária, educada cientificamente e formada tecnicamente nas excelentes escolas e faculdades do antigo Estado Operário, agora destruído e substituído por um simulacro de regime “socialista de mercado”.
Outro “engano” teórico, totalmente perigoso para o Marxismo, é levantando por aqueles que se dizem “críticos” ao “imperialismo chinês”, fazendo uma equivalência simétrica ao imperialismo norte-americano, grave equívoco defendido por toda família Morenista (LIT, PTS, UIT) campeã em “revisar” o genuíno Trotskismo. Assim como o imperialismo alemão e japonês, o proto imperialismo chinês é totalmente subordinado e dependente ao capital financeiro ianque, que tem sua matriz dominante em Wall Street e não em Berlim, Tokyo ou Pequim. O mito lendário criado após a Segunda Guerra Mundial, de que a Alemanha teria se reconstruído da devastação completa como potência econômica mundial, apenas com o seu “capital humano”, não passa de uma aberrante fraude da teoria marxiana. Todas as grandes corporações imperialistas que trazem a formalmente a bandeira alemã, como Volkswagen, Bayer, Bosch, Allianz, Mercedes Benz, etc..), na verdade deixaram de ser alemãs após a derrota e expropriação de toda a burguesia nazista. Estes gigantes capitalistas foram “recriados” (fisicamente e financeiramente) pelos rentistas que controlam o imperialismo anglo-ianque, e só mantiveram a a “identidade alemã” como forma de disfarçar a neocolonização pós guerra. A submissão do Estado alemão, na guerra da Ucrânia, aos interesses econômicos do imperialismo ianque, levando o país germânico a maior crise social desde os anos 40, não deixa margem de dúvidas sobre o caráter secundário e subordinado do imperialismo alemão. O que se passou no Japão com a rendição do imperador Hirohito aos EUA, é muito semelhante ao que ocorreu na Alemanha com o “default” do nazismo. A conversão do Estado Operário chinês a globalização capitalista, embora tenha sido controlada com “mão de ferro” pela burocracia maoísta, catapultou o país asiático como uma espécie de subimperialismo, embora com características gigantescas.