As correntes da esquerda reformista, que se dizem críticas da política de colaboração de classes do Lulopetismo, inventaram um novo engodo político para encobrir sua capitulação diante do governo burguês da Frente Ampla. Chamam a votar neste segundo turno “No PT ou nulo”, dizendo que ambas as posições representam o mesmo conteúdo programático. Este é o caso dos revisionistas do MRT (antiga LER), e também replicado pelos neostalinistas do PCBR, que no primeiro turno apoiaram as siglas apêndices do PT, como a UP, PSTU e PCB. Outros agrupamentos corrompidos que dizem formalmente que irão “Votar Nulo”, como o PCO e POR, não desenvolveram nenhuma campanha neste sentido, sequer virtual, o motivo é óbvio: Este campo da exquerda domesticada, está totalmente integrado a Nova Ordem Mundial do Capital Financeiro! O chamado revolucionário a Votar Nulo, ou simplesmente boicotar a farsa do circo eleitoral burguês fraudado, é totalmente antagônico a chancelar politicamente o principal “ator” deste degradado cenário capitalista, ou seja o PT e sua trupe de rêmoras prostituídas, PSOL e PCdoB.
Vale a pena “notificar”, aos nossos leitores e a vanguarda política de uma maneira mais ampla, que o PSTU, maior organização do bloco “crítico” revisionista, não se encontra neste momento no time do “Voto PT, PSOL ou nulo”. Os Morenistas (incluindo aí a CST) aderiram sem nenhuma firula ou disfarce eleitoral aos candidatos do lulopetismo, dessa forma pelo menos foram mais honestos em sua decomposição ideológica do que seus “parentes” do MRT… A “camisa” política vestida pelo PSTU agora é a mesma da UP e PCB (ambos agrupamentos também com registro no TSE e generosa verba estatal), ou seja integração maquiada ao governo neoliberal da Frente Ampla.
A única justificativa programática encontrada pelo MRT, e em certa medida servindo a todo o campo reformista, para votar em Boulos, seria a necessidade de “combater a extrema direita”, representada nas candidaturas bolsonaristas “puro sangue”. Esta “tese” fajuta já seria um completo absurdo do ponto de vista do marxismo que analisa a luta de classes e não os enfrentamentos eleitorais entre “direita versus esquerda”. Entretanto esqueçamos por alguns segundos a teoria Leninista do Estado e vamos entrar na própria lógica policlassista da esquerda pequeno burguesa. Perguntamos, que força política representa nesta etapa mundial uma ameaça concreta as liberdades democráticas e ao direito de livre organização política e sindical do proletariado?
Não seria hoje a Social Democracia (versões com múltiplas gradações) o vetor político preferencial do capital financeiro para gerir os regimes burgueses? Ou por acaso Biden (Kamala), Olaf, Lula, Sánchez, Boric, Macron, Petro, Starmer, Sheinbaum, etc..todos alinhados com a Nova Ordem dos rentistas do Fórum de Davos, não representam a opção preferencial do imperialismo para a atual etapa global? Seriam os patéticos Orbán, Milei e Bolsonaro a maior ameaça mundial para as liberdades democráticas da classe operária? Se o fascismo é apenas uma criatura do capital financeiro para derrotar as organizações do proletariado, por que os revisionistas afirmam que justamente a aposta de Davos e da OTAN (Social Democracia) é uma “aliada eleitoral” para derrotar a direita?
Entretanto o mais absurdamente contraditório na falaciosa “tese” do “combater a extrema direita”, é que quando o fascismo realmente surge no horizonte político (não simplesmente eleitoral), ameaçando a existência física das entidades sindicais da classe operária, o campo da esquerda revisionista se entrincheira todo ao seu lado! Um exagero de nossa parte? Nada disso! Vejamos o caso da “revolução colorida” ocorrida há duas década atrás na Ucrânia, e na própria guerra atual contra a Rússia. Os apoiadores do ultra reacionário Viktor Yushchenko, padrinho político do nazifascista Zelensky, para impor a derrubada do antigo governo alinhado com Moscou, destruíram e queimaram as sedes de todos os sindicatos no país e colocaram todos os partidos políticos da esquerda comunista na ilegalidade, o que persiste até hoje. Sem a permissão de sindicatos e com todos os opositores na cadeia ou exilados, assume o governo otancraniano de Zelensky. Mas agora adivinhem quem o MRT e sua “família” revisionista apoia no conflito militar entre o fascismo real (pró-imperialista) e o regime nacionalista burguês de Putin? Para supostamente “lutar contra a direita” institucional, chamam voto “crítico” na Social Democracia, porém quando se trata de combater o real monstro fascista que queima as sedes sindicais, a esquerda revisionista se entrincheira ao lado de… Zelensky e da OTAN. Com a mesma régua esses pilantroskos dizem que apoiam o povo palestino, entretanto entre a genocida Kamala e o heróico combate do Hamas, apoiam eleitoralmente a cadela imperialista em nome de “lutar contra a extrema direita”… Será que votando na carniceira Democrata do povo palestino, ou nos candidatos neoliberais do lulopetismo, esses cretinos reformistas estão realmente “lutando contra a extrema direita”? Porque será que não escrevem uma única linha em defesa da Resistência Armada do Hamas e da Jihad Islâmica? Fica a reflexão para os militantes da vanguarda classista que ainda não se deixaram corromper pela Frente Popular.