terça-feira, 1 de outubro de 2024

O “SONHO BÍBLICO” SIONISTA DE UM GRANDE ISRAEL SOBRE O LÍBANO E A PALESTINA: UM MERO PRETEXTO PARA COLONIZAÇÃO IMPERIALISTA DO ORIENTE MÉDIO 


Na última sexta-feira, o jornal sionista “Jerusalem Post” publicou e depois retirou um artigo sugerindo que o Líbano faz parte da “terra prometida” ao povo de Israel. O artigo foi intitulado “O Líbano faz parte da terra prometida a Israel?” Mostra que os sionistas não estão satisfeitos com os territórios tomados aos palestinos em 1948, mas têm a intenção de formar o “Grande Israel” à custa dos países árabes vizinhos. Porém todas as pretensões “bíblicas” dos “falcões judeus”, não passam de um mero pretexto para a colonização imperialista do Oriente Médio.

É um plano imperialista que foi revelado diversas vezes, alimentando receios dos povos árabes sobre novas ambições territoriais israelenses. Recentemente, o Ministro das Finanças , Bezalel Smotrich, mostrou um mapa sugerindo que as fronteiras de Israel deveriam estender-se muito além das suas atuais linhas.

O enquadramento religioso da questão promove na verdade a expansão colonial que sempre caracterizou o sionismo e baseia-se lendariamente no Livro de Josué, que é uma apologia ao que hoje descreveríamos como “Terrorismo de Estado”. Segundo a Bíblia, o primeiro genocídio da humanidade foi a conquista de Canaã, a terra prometida, por hordas assassinas lideradas por Josué, um general judeu que, por sua vez, era liderado pelo próprio Deus. 

As reacionárias religiões sempre o invocaram para legitimar todo tipo de atrocidades porque Deus assim o exige: O Senhor teria dito a Josué: “Você sairá da emboscada e ocupará a cidade e a entregará em suas mãos”. Então ele lhe ordenou: “Estenda a lança que você tem na mão em direção a Hai: eu a darei a você”. Então Josué queimou Hai e a deixou em ruínas para sempre, um lugar desolado até hoje (Livro de Josué). 

Os colonos europeus brancos que chegaram à América, católicos e evangelizadores, identificaram-se como povo escolhido de Deus. A travessia do Atlântico foi uma nova travessia do Mar Vermelho, ou mesmo do Jordão. Os povos indígenas foram assimilados aos idólatras cananeus e seu extermínio físico tornou-se uma necessidade teológica. O mesmo modelo ideológico foi aplicado pelos Bôeres na África do Sul, protestantes fervorosos, havendo até teólogos que justificaram o apartheid aludindo ao tratamento que os judeus teriam infligido aos nativos durante a conquista de Canaã.

Desde 1948, os sionistas afirmam representar os judeus, outro povo escolhido por Deus, justificando da mesma forma a colonização da Palestina, embora a arqueologia refute a Bíblia, onde Canaã é uma região habitada por povos diferentes, que nunca falaram a mesma língua, nem tinham a mesma religião, nem constituíam qualquer tipo de unidade étnica. A “terra prometida” não passa de um mito, e até mesmo existem judeus que a consideram contrário aos ensinamentos da Torá.

A Palestina e o Líbano  pertencem historicamente aos povos árabes. Não é minimamente aceitável a solução de “Dois Estados lado a lado” como defendem os reformistas de todos os matizes políticos. Uma vez desmantelado o enclave racista de Israel, os cidadãos de todas as etnias e culturas terão o seu lugar no novo Estado Socialista Soviético, surgido da insurreição armada das massas árabes e palestinas.