quarta-feira, 23 de julho de 2025

“GUERRA COMERCIAL” DE VERDADE OU MAIS UM TEATRO DA GOVERNANÇA GLOBAL DO CAPITAL FINANCEIRO? AS EXPORTAÇÕES DE “TERRAS RARAS” DA CHINA NÃO PARAM DE CRESCER EM DIREÇÃO AOS EUA

Em junho, a China exportou 353 toneladas métricas de ímãs de terras raras para os Estados Unidos, mais de sete vezes o volume de maio, segundo a CNBC. No entanto, esse montante é quase o dobro do registrado no mesmo período do ano passado, isso em meio a uma suposta “guerra comercial” desatada por Trump contra a China. Fica evidente até mesmo para um leigo em economia que as “manobras” internacionais de Trump não passam de um grande teatro armado pela Governança Global do Capital Financeiro.

Depois da Alemanha, os Estados Unidos foram o segundo maior importador desses componentes minerais essenciais em junho. Globalmente, a China exportou 3.188 toneladas métricas de ímãs de terras raras, um aumento de 158% em relação a maio do ano passado.

O aumento nas exportações ocorre após um acordo comercial parcial firmado no mês passado entre as duas maiores economias capitalistas do mundo. O acordo entre Trump e Xi Jinping flexibilizou as restrições às exportações chinesas de terras raras e reduziu alguns controles dos EUA sobre exportações de tecnologia para a China.

A gigante de semicondutores Nvidia anunciou a retomada das vendas de chips de inteligência artificial H2O de próxima geração para a China, após o anúncio de Washington de que estava eliminando certas licenças compulsórias.

Em abril, o governo restauracionista de Pequim, que de socialista não tem absolutamente nada, impôs restrições à exportação de diversos ímãs cruciais usados em tecnologias de ponta, como turbinas eólicas, veículos elétricos e ressonâncias magnéticas, exigindo que as empresas obtivessem licenças especiais. Essa medida temporária foi uma resposta ao aumento das tarifas norte-americanas sobre produtos chineses.

A China continua a dominar o mercado global de terras raras, produzindo mais de 90% dos ímãs permanentes e outros elementos de terras raras do mundo. Os Estados Unidos, por sua vez, buscam reduzir essa dependência.

A Apple e a mineradora MP Materials, que hoje concentram seus investimentos globais no gigante asiático, anunciaram na semana passada um investimento conjunto de US$ 500 milhões em uma usina de reciclagem de ímãs de terras raras para fortalecer a cadeia de suprimentos do monopólio tecnológico nos EUA.

Simplesmente não existe “guerra comercial” alguma, o que acontece na economia capitalista contemporânea é um aprofundamento da divisão internacional das forças produtivas, sob a égide controlada da Governança Global do Capital Financeiro, um organismo do poder mundial apátrida do rentismo.