terça-feira, 31 de janeiro de 2012

A disputa diplomática pelo controle das ilhas Malvinas e a impotência da esquerda revisionista, convertida agora em força auxiliar da OTAN

Quase às vésperas de completarmos trinta anos do conflito militar entre Argentina e Inglaterra pela posse do arquipélago das ilhas Malvinas, assistimos uma forte movimentação diplomática (claramente não-militar) em torno da legitimidade da reivindicação nacional argentina acerca da soberania das Malvinas ou Falklands para os imperialistas britânicos. A novidade das “escaramuças” passados tinta anos da humilhante rendição do general Menéndez em 14 de junho de 1982 diante das tropas piratas, foi o fato que desta vez foi o governo inglês que recolocou o “debate” acusando a Argentina de “colonialista”. Parece que agora diante da crise financeira europeia o odiado primeiro ministro David Cameron pretende “copiar” a tática política desastrada do facínora Galtieri, para amealhar algum apoio popular, com sentimentos imperialistas de uma classe média “real” em completa bancarrota. A verdade é a que o “staff” burguês portenho, apoiado no prestígio político da presidenta Cristina Kirchner lançou uma ofensiva diplomática internacional, envolvendo os parceiros da UNASUL, para reivindicar a retomada do arquipélago, hoje comprovadamente rico em reservas marítimas de petróleo, ainda não exploradas.

Assim como ocorreu em 1982, logo se estabeleceu as discussões sobre os “direitos” da população local que habita as Malvinas, de origem britânica, conhecida como Kelpers. Estes cidadãos, na maioria de origem escocesa, tomaram o lugar dos habitantes autóctones em 1883 quando os expulsaram da ilha com a frota imperial da coroa britânica. Atualmente são quase todos ou funcionários do governo ou de empresas inglesas que exploram a pesca na região e por razões óbvias se opõe à devolução das Malvinas à nação Argentina, alegando o respeito a sua “cidadania” imperialista. Também não faltaram as vozes da esquerda do “velho mundo” para apoiar a permanência das Malvinas sob o tacão real, supostamente “sensibilizados” pelos reclamos dos Kelpers. Neste arco encontram-se correntes revisionistas como a de Alan Woods e Peter Taaff, Esquerda Marxista do PT e LSR do PSOL respectivamente. Estes agrupamentos internacionais com “matriz” em Londres, no conflito de 1982 apoiaram vergonhosamente a Inglaterra “democrática” de Thatcher contra a Argentina “autoritária” dos generais gorilas, repetindo a mesma posição pró-imperialista nos dias de hoje, como na LÍBIA.

Mas, o que realmente chama atenção na atual “guerra de posições” entre Argentina e Inglaterra não é a tradicional covardia histórica da burguesia “portenha” e seus séquitos políticos Kirchneristas, mas sim a impotência programática do revisionismo Morenista diante da questão. O conjunto das correntes pseudotrotsquistas da Argentina foram, ao longo das últimas duas décadas, sendo “ganhas” para as posições ultra-oportunistas da velha raposa política, o defunto Nahuel Moreno. Nesta conjuntura de “tensão” diplomática, os Morenistas da IS, CS e os primos do PTS e PO (anti-Morenista somente na “gramática”) afirmam que é necessário ir além da demagogia do governo “K” e expropriar os bens da Inglaterra no país. Um dos grupos Morenistas expõe que: “Desde Convergencia Socialista seguimos levantando las mismas banderas: Estamos convencidos que ¡No habrá ninguna manera de recuperar Malvinas sin afectar lo que más les duele a los ingleses, sus intereses económicos!” (BLOG da CS, citado do original em espanhol). Concordamos integralmente com as demandas anti-imperialistas apontadas pelas organizações Morenistas, só que neste caso concreto trata-se de um confronto que ultrapassou os limites do “econômico”, chegando a ocorrer uma guerra entre os dois países em 1982. Como Marxistas reivindicamos todas as medidas de confisco total contra o capital imperialista, europeu e ianque, além é claro de defendermos a própria ocupação militar das Malvinas, como uma primeira ação elementar para reconquista social definitiva da ilha para o povo argentino. Sem este pequeno “detalhe” a defesa da restituição das Malvinas não passa de mera verborragia demagógica eleitoral, seja na boca dos Kirchneristas ou Morenistas.

Passados trinta anos são muitas as trágicas lições deixadas pela guerra das Malvinas, seja no campo político e militar. A lição militar mais importante a se abstrair é que todas as nações semicoloniais, oprimidas pelo domínio global imperialista, devem possuir uma poderosa indústria bélica, genuinamente nacional, inclusive com potencial atômico. A Argentina, assim como a Líbia, pagou um preço muito alto por ter seu arsenal militar sob controle tecnológico das potências imperialistas. Seus famosos mísseis “Exocet” de origem francesa, seu principal “trunfo” contra a armada pirata, não funcionavam plenamente contra alvos europeus. Só conseguiram acertar um navio de guerra britânico, pela “desprogramação” realizada pelos fabricantes franceses, isto quando a informática apenas “engatinhava” na indústria bélica, imaginem nos tempos atuais. Do ponto de vista político ficou o legado para a classe operária mundial da incapacidade de qualquer burguesia nacional em conduzir um confronto militar com o imperialismo até a plena vitória. Somente a ação revolucionaria do proletariado, o que deve incluir sua política militar independente, terá a possibilidade de infringir uma correlação de forças desfavorável à imensa superioridade bélica dos centros imperialistas. As nações e povos oprimidos que estão hoje na mira da ofensiva do imperialismo devem ter clareza que para vencer terão que superar os estreitos limites impostos pelo modo de produção capitalista e sua classe dominante decadente.

segunda-feira, 30 de janeiro de 2012


O abraço de urso do governo neoliberal de Dilma no Estado operário cubano

A presidente Dilma Rousseff acaba de desembarcar em Cuba na tarde desta segunda-feira, 30 de janeiro. A principal agenda do governo brasileiro na Ilha é aprofundar as relações econômicas tendo por base o processo de restauração capitalista em curso promovido pela burocracia castrista, principalmente após o último congresso do PCC, em que copia parcialmente a chamada “via chinesa”. Trata-se da entrega de setores da economia para o controle de grupos capitalistas, estreitando cada vez mais os vínculos da casta dirigente com grandes empresas estrangeiras que investem no país, ao mesmo em tempo que se fragiliza e ataca conquistas históricas da revolução.

Um exemplo disso é que a empresa brasileira Odebrecht prevê produzir açúcar em Cuba, no primeiro investimento de capital estrangeiro no setor. A Companhia de Obras em Infraestrutura (COI), subsidiária da Odebrecht em Cuba, deverá assinar um contrato de administração produtiva da usina “5 de Septiembre”, na província de Cienfuegos. Segundo informou, “O acordo, com período de dez anos, tem como objetivo incrementar a produção de açúcar e capacidade de moagem e ajuda na revitalização”. A construtora brasileira também executa obras avaliadas em US$ 800 milhões para modernizar o porto de contêineres de Mariel, a oeste de Havana. O projeto é financiado em grande parte pelo BNDES. Esta obra é vista como uma plataforma comercial chave para o comércio cubano com outros países.

Enquanto patrocina parcerias comerciais com Cuba via empresas capitalistas nacionais, o governo brasileiro se soma a ofensiva política do imperialismo contra a ilha. O Itamaraty liberou o visto de entrada no Brasil para a blogeira-mercenária Yoani Sánchez, que é financiada pelos EUA para atacar o regime cubano. Desta forma, a frente popular petista se soma ao coro contra a “ditadura” em Cuba promovido por Obama e seus asseclas, ainda que de maneira “tímida” devido aos vínculos políticos da esquerda reformista brasileira com a burocracia castrista.

A opção do imperialismo ianque no momento é fomentar a “reação democrática”, ou seja, minar as bases do Estado operário “por dentro”. Inspira-se na própria dinâmica política da mal chamada “revolução árabe”. Fornecendo milhões de dólares a grupos contrarrevolucionários (Igreja católica, Damas de Branco, Comissão Cubana de Direitos Humanos e Reconciliação Nacional etc.), o Pentágono pretende criar uma alternativa política ao castrismo capaz de se alçar como direção do processo de restauração capitalista em Cuba, para transformá-la em mais um território aberto para seu capital. Através das organizações contrarrevolucionárias cinicamente apresentadas como paladinas da defesa da “democracia” e dos “direitos humanos”, os EUA infiltram agentes da CIA no território cubano, colocando toda a infraestrutura necessária para espionar, sabotar e organizar motins contra o Estado operário. Vale-se também de medidas econômicas como o criminoso embargo mantido contra Cuba durante décadas e de novas pressões como o impedimento de famílias cubanas que moram nos EUA de enviarem dólares para seus parentes, a expulsão de 14 diplomatas cubanos dos EUA, a prisão de cinco cubanos na cidade de Miami acusados de espionagem e até o cancelamento de vôos diretos para Cuba.

Suas iniciativas acenam também para a aproximação com setores da própria burocracia castrista que cada vez mais se acercam do imperialismo europeu almejando transformar-se em novos ricos diante de uma futura queda de Cuba. As bases materiais da divisão da burocracia são as próprias relações comerciais de Cuba com os Estados capitalistas, principalmente europeus e agora os chamados BRICs, que fortalecem no interior da camarilha burocrática a tendência a que em pouco tempo um setor desta rompa com o aparato central do castrismo e se lance em luta aberta pela restauração capitalista do Estado operário. Esse perigo torna-se ainda maior diante da avançada idade de Fidel e Raúl Castro. Por essa razão, a burocracia castrista tenta aparentemente copiar parcialmente a “via chinesa” de restauração capitalista, em um processo ordenado e centralizado de medidas que, levadas a frente sob seu controle político, avançam o ritmo da restauração capitalista.

Cuba permite há mais de uma década a entrada do capital estrangeiro para o desenvolvimento de indústrias estratégicas como o turismo e, recentemente, a do petróleo, na qual um consórcio da Repsol-YPF começará a explorar este ano em águas cubanas. Não é a adoção de medidas de mercado em si pela burocracia que colocam em decomposição o Estado operário e o fazem retornar gradualmente ao capitalismo. Se fosse assim, Lenin e Trotsky seriam os ideólogos da restauração capitalista ao defenderem em 1921 a NEP, uma política de concessões às empresas capitalistas para investirem na URSS, inclusive em setores estratégicos, como a exploração de petróleo. Na verdade, qualquer Estado operário, para não se “decompor” em uma economia mundial capitalista, terá que adotar, em função do cerco econômico internacional, determinadas medidas de mercado para garantir sua sobrevivência. O que os trotskistas combatem a fundo é a estratégia da burocracia stalinista que, enquanto faz essas concessões, aniquila a existência dos sovietes e da democracia proletária, instrumentos que colocariam essas medidas sob controle operário e segue com sua política de “socialismo em um só país” e de colaboração de classes em escala mundial, sabotando a revolução. Desta forma, as concessões feitas pela burocracia do PCC como as expressas no “Projeto” aprovado no último congresso do partido não são uma continuação da luta de classes sobre outra forma para fortalecer a luta pelo socialismo, como defendia Lenin, mas constituem um fim em si mesmo que termina provocando objetivamente um processo de restauração capitalista aberto. Nos últimos meses, o governo cortou subsídios, desvalorizou o CUC (peso conversível cubano), eliminou 500 mil cargos públicos, autorizou a compra e a venda de casas e permitiu a abertura de mais de 400 mil pequenos negócios.

Para os marxistas, a alternativa colocada no horizonte político é dar um duro combate às posições revisionistas, como as expressas pelo PSTU, que já entrega Cuba as garras do capitalismo. Ao mesmo tempo, desmascaramos a falsa “idolatria” que os “amigos de Cuba” de ocasião, como o PCdoB e PCB, fazem do regime dos irmãos Castro, identificando-o como o genuíno socialismo. Em resposta ao regozijo do grande capital, as aspirações pró-capitalistas crescentes da burocracia castrista e do sorriso cínico das hienas revisionistas que torcem pela derrubada contrarrevolucionária do regime stalinista e junto com ele as conquistas da revolução, levantamos a necessidade urgente da construção do partido trotskista defensista e conspirativo em Cuba, o único instrumento capaz de deter de forma consequente o retrocesso ao capitalismo. Contra o programa da restauração democrática, do sufrágio universal onde os mais ricos compram e corrompem o poder político, da legalização de partidos burgueses, Ongs capitalistas e do fim da tutela da economia pelo Estado, apregoado pelo governo neoliberal de Dilma e a frente popular petista, defendemos o programa da revolução política proletária, que passa pela defesa incondicional de Cuba e das conquistas da revolução!

Falsas manifestações populares, atentados terroristas e sabotagem cibernética: táticas de guerra do imperialismo ianque contra o Irã e a Síria

O imperialismo ianque vem a cada dia intensificando suas escaramuças de guerra contra o Irã. Recentemente um atentado à bomba, provavelmente organizado pelo Mossad, vitimou mais um cientista nuclear, Mustafá Ahmadi-Roshan, professor e antigo diretor da central de enriquecimento de urânio de Natanz. Roshan foi o quarto cientista nuclear a ser assassinado desde 2010, mas desta vez morto por uma bomba (magnética) altamente sofisticada, projetada para matar apenas uma pessoa, sem causar danos maiores ao seu entorno. Isto dias após o governo do Irã anunciar ter começado a produzir urânio enriquecido. Não esquecendo que no final do ano passado houve duas explosões em bases militares iranianas, causando a morte de um dos principais dirigentes do programa de mísseis balísticos do país. Além da propagação do terrorismo contra o país dos aiatolás, os EUA promovem toda sorte de sabotagem no ciberespaço e provocações, como produto de uma “guerra nas sombras”, muito além do plano “diplomático” das sanções econômicas, que antecede à guerra convencional, cujo laboratório seria o Irã.

A guerra contra o Irã já começou no terreno dos ataques cibernéticos, através de agentes infiltrados, criação e difusão de vírus que atrasaram em muito a consecução do seu projeto atômico. Um vírus poderosíssimo chamado “Stuxnet” introduzido em 2009 (que atacou as centrífugas de enriquecimento do urânio) pode ter atrasado em anos o programa nuclear iraniano, muito provavelmente uma criação conjunta de Inglaterra, EUA e Israel (só para se ter uma idéia, 60% da ocorrência mundial deste vírus concentra-se no país persa, o que revela ser um direcionamento coordenado). A ameaça foi tão grande que alertou até mesmo o vice-premiê russo, Dmitri Rogozin, afirmando que o vírus “é muito perigoso e poderia provocar uma nova catástrofe como a de Chernobyl” (site Actualidad RT, 27/01).

Trata-se da chamada “guerra de proxies” (a relação servidor /usuário na rede mundial de computadores), instrumento pelo qual o imperialismo ianque controla os “IPs” (“protocolo de internet”) conectados na rede mundial, que lhe possibilita navegar e invadir computadores anonimamente com outro tipo de vírus, o “TDL-4”. Esta guerra cibernética de sabotagem está ligada aos inúmeros sequestros e raptos de diplomatas e cidadãos iranianos, o que a mídia oculta de forma sistemática de seus noticiários fraudulentos. Esconde de forma sistemática que no final do ano que passou aviões não-tripulados (“Drones”) americanos foram derrubados espionando o território iraniano. Por outro “front” e aliado a esta questão, a CIA e o enclave nazi-sionista de Israel estão organizando de forma permanente uma invasão militar aos seus adversários na região, um elemento geopolítico de fundamental importância para o domínio colonial do Oriente Médio e, consequentemente, à sua expansão à Pérsia, eliminando qualquer fonte de oposição por mais moderada que seja ao “american way life”.

Neste sentido, o imperialismo ianque tem como estratégia político-militar minar por dentro o regime da oligarquia Assad, bem como enfraquecer o Hamas e o Hezbolah a fim de preparar o terreno para uma iminente guerra contra um isolado Irã. Assim, nas palavras do Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Thomas E. Donilon, o “fim do regime de Assad constituiria o maior inconveniente regional para o Irã, um golpe estratégico que alterará o equilíbrio de poder na região” (New York Times, 22/11). Não há a menor dúvida de que com esta declaração o imperialismo esteja por trás das manifestações contra o governo Assad. Mas para os morenistas da LIT, por exemplo, elas fazem parte da “revolução árabe”, escondendo descaradamente que o objetivo de atacar a Síria é chegar ao Irã. Uma posição, portanto, claramente pró-imperialista que se baseia nas “denúncias” do Human Rights Watch (uma ONG sustentada pela Casa Branca), de que tanto o governo sírio como o iraniano são “ditaduras sanguinárias”.

Os revisionistas repetem a mesma cantilena “democrática” na Síria e Irã a qual foi utilizada para justificar seu apoio à guerra imperialista contra a “ditadura sanguinária” de Kadaffi. Cabe aos genuínos marxistas denunciarem esta decomposição ideológica e pró-imperialista dos revisionistas e que as provocações políticas contra a Síria têm como objetivo dos imperialismos ianque e europeu apontarem seus canhões diretamente para Teerã e posteriormente à Coreia do Norte e Cuba.

sexta-feira, 27 de janeiro de 2012


Lula recebe o fascista Alckmin para felicitá-lo pela barbárie no Pinheirinho

Nesta sexta-feira, 27/01, o ex-presidente Lula recebeu no Hospital Sírio Libanês o rato fascista governador de São Paulo Geraldo Alckmin, do PSDB. O encontro ocorreu poucos dias após o “filhote” de Hitler paulista comandar o bárbaro ataque de seus cães de guarda, a PM assassina, sobre os moradores do Pinheirinho em São José dos Campos. O trágico saldo desta operação de guerra contra os pobres foram vários moradores feridos, presos, desaparecidos e denúncia de haver mortos. Cerca de seis mil pessoas não têm para onde ir, estão amontoadas em “campos de concentração” em condições subumanas.

A foto de Lula abraçado com Alckmin está estampada nas agências noticiosas “murdochianas” de todo o país, em uma demonstração de que o petista avalizou a ação do tucano, tanto que até agora Lula não deu nenhuma declaração condenando a operação militar. Mais grave ainda, a própria equipe de marketing político de Lula tratou de divulgar a foto mostrando que o PT está “em paz” com o sanguinário fascista. Esta conduta política revela que o PT é cúmplice da criminosa ação do governo paulista e da mafiosa “justiça” estadual. Lula não se solidarizou com os moradores do Pinheirinho, vítimas indefesas de uma autêntica operação de guerra contra os pobres comandada por Alckmin, mas, sem nenhuma vergonha, apertou as mãos sujas de sangue do governador tucano, felicitando-o pela barbárie.

Dilma Rousseff também não ficou atrás. Tratou de “absolver” o facínora Alckmin, afirmando durante o Fórum Social Temático em Porto Alegre que “o país é uma federação e que o caso estava sob responsabilidade de um estado e do judiciário, o que limita a atuação do governo federal” (Agora, 27/1). A postura “administrativa” e “tecnocrata” da presidente colocam-na na verdade em defesa de Alckmin e da venal “justiça” burguesa, ao alegar que não interferiria no caso. No entanto, para seus bajuladores da “esquerda” chapa branca (PT, PCdoB), Dilma teria criticado em segredo absoluto, dentro de quatro paredes, durante o Fórum Social de Porto Alegre, a ordem do governo tucano em atiçar seus cães de guarda contra o Pinheirinho como sendo uma “barbárie”. A divulgação “em off” de tais comentários fazem parte da artimanhas da frente popular para manter seu controle sobre o movimento de massas enquanto, de fato em público avaliza a ação do tucanato, como fez Lula.

A esquerda “chapa branca” que tanto brada contra a mídia “murdochiana” utilizou-se dela para “publicitar” o truculento Alckmin. Logo os monopólios de TV e os pastelões prontamente retiraram o Pinheirinho de sua pauta em troca da tragédia do desabamento de três prédios no centro do Rio de Janeiro. Em suma, Lula e o PT trataram de varrer toda a sujeira para baixo do tapete e lavar o sangue das mãos de Alckmin, no máximo desgastando o PSDB para a disputa eleitoral de 2012. A operação de guerra no Pinheirinho não foi “apenas” uma negociata em torno da especulação imobiliária, como apresenta o conjunto da oposição de esquerda (PSTU, PSOL), ela expõe uma posição da classe dominante em um período de profunda reação ideológica: a burguesia hoje em dia não cede a qualquer reivindicação por parte dos explorados, impondo uma verdadeira guerra civil contra a classe trabalhadora, com a cumplicidade da frente popular. A foto de Lula abraçado com Alckmin diz tudo!

É preciso abstrair como lição que a truculência da polícia no Pinheirinho é mais uma brutal expressão da etapa de ofensiva sobre o proletariado em todo o mundo por parte do imperialismo. A gestão da frente popular no Palácio do Planalto é parte integrante desta ofensiva com sua política de colaboração de classes, que impõe o engessamento do movimento operário e abre caminho para o fascismo!


quinta-feira, 26 de janeiro de 2012

Resistência nacional líbia expulsa as milícias mercenárias da OTAN, retomando o controle da cidade de Bani Walid

Não se passaram muitos meses depois das forças militares da OTAN terem declarado sua vitória “final” na Líbia, com o covarde assassinato do líder Muamar Kadaffi em outubro, para que a verdadeira resistência nacional pudesse se reorganizar e retomar os heróicos combates para expulsar do país as milícias mercenárias pró-imperialistas do CNT. A importante cidade de Bani Walid, localizada no oeste da Líbia, foi libertada do controle do governo provisório do CNT no último dia 24 de Janeiro. Agora as tropas da resistência nacional, vinculada ao regime político dos coronéis Kadaffistas, marcham para Sirte e já anunciaram uma ofensiva geral para o mês de março, onde pretende chegar às “portas” de Trípoli.

Um porta-voz da força aérea do governo do CNT informou que as autoridades começaram a mobilizar aviões cedidos pela OTAN para ir até Bani Walid, embora não esteja claro que o CNT tenha capacidade para realizar um deslocamento militar destas características. A tomada desta cidade pela resistência coincide com o desembarque de 12 mil soldados dos EUA em território líbio. As tropas ianques instalaram-se na cidade de Brega, sob a suposta premissa de gerar “estabilidade” e “segurança” no país.

A situação política da Líbia aponta para um recomeço da guerra civil, só que desta vez com características bem mais complexas e totalmente fragmentada. As milícias “rebeldes” iniciaram uma luta intestina pelo saque do país, disputando a “preferência” da intermediação dos negócios com as metrópoles imperialistas. Nem mesmo a cidade de Benghazi escapou da disputa “fratricida” dos rebeldes, a própria sede do governo do CNT foi invadida por manifestantes que exigiam o cumprimento das inúmeras “promessas” feitas durante a empreitada para destruir as conquistas da revolução democrática que derrubou a monarquia corrupta.

As condições para uma vitória da resistência nacional expulsar as forças imperialistas começam a amadurecer após a Líbia ser transformada em uma partilha territorial de bandos mercenários. O desemprego a falta de habitação e a fome castigam severamente as massas, destituída de todas as suas conquistas sociais históricas após a ascensão do governo do CNT. Os amos imperiais dos bandos “rebeldes” só cobram a “fatura” da guerra e pouco se importam com a miséria do povo.

Neste contexto político onde todas as ilusões acerca das imensas “vantagens” de se livrar da “ditadura Kadaffi” caem por terra, a canalha revisionista da LIT e afins (LOI, CS, etc.) começa a praguejar por mais uma “ajudinha” do Pentágono para derrotar de uma vez por todas os “resistentes Kadaffistas”. Os vermes Morenistas silenciaram completamente sobre a chegada de mais de dez mil soldados norte-americanos na Líbia e ainda por cima “vendem o conto de fadas” acerca do caráter anti-imperialista das milícias que combateram sob a bandeira da monarquia e coordenadas pela OTAN. Somente correntes de “esquerda” muito degeneradas moral e ideologicamente podem admitir estabelecer uma  frente única militar com a Casa Branca para derrotar um regime nacionalista burguês, como era o de Kadaffi, por maior que fossem as divergências de classe com um caudilho deste calibre. O genuíno Trotsquismo não sairá enlameado pela conduta criminosa destes revisionistas a serviço de Washington, colocando-se incondicionalmente no campo militar da resistência nacional líbia para expulsar os invasores ianques.

quarta-feira, 25 de janeiro de 2012

Ato na Praça da Sé em solidariedade aos moradores do Pinheirinho: Alckmin, o rato fascista covarde, foge e Kassab é alvo de “ovos e pedras”

Ocorreu nesta quarta-feira, 25/01, em São Paulo, um ato contra a desocupação policial do Pinheirinho. Mais de 3 mil ativistas compareceram ao protesto realizado durante a missa que comemorou os 458 anos da capital paulista. Estiveram presentes diversas correntes políticas, como LBI, PCB, PCO, PSTU, LER, PSOL, TPOR, além de representantes da Conlutas e da CUT. O PCdoB, que compõe a administração municipal paulista não deu o ar da graça e poucos militantes petistas apareceram.

Alckmin, que ordenou a ação do batalhão de choque da PM em São José dos Campos, agiu como um rato fascista covarde e não compareceu à celebração temendo as manifestações populares. Em sua ausência, Kassab, o odiado prefeito que montou a operação de cerco policial à “cracolândia”, acabou sendo o alvo principal dos protestos. Mesmo com a coordenação da manifestação tentando desmontar a própria atividade para que não houvesse confronto, alegando que se tratava de uma manifestação pacífica, centenas de ativistas cercaram o carro do prefeito e o impediram de sair temporariamente da Igreja, jogando ovos na comitiva governamental. Mais uma vez, a PM atacou brutalmente os manifestantes, deixando vários feridos, permitindo que o filhote de Hitler saísse em fuga para a prefeitura, onde iria entregar uma medalha para... Dilma Rousseff! Na cerimônia, a presidente petista elogiou Kassab e sua “capacidade para agregar” demonstrando seu apoio ao prefeito do PSD, alvo dos protestos.


 Porta-voz da LBI intervêm na caminhada da Sé até a prefeitura de SP

A LBI participou  na atividade, distribuindo milhares de panfletos e utilizando o carro de  som no trajeto entre a Praça da Sé e a Prefeitura, o seu dirigente nacional, Marco Queiroz interveio  em solidariedade aos moradores do Pinheirinho. O porta-voz da LBI alertou que o movimento deveria abstrair as lições da derrota ocorrida em São José dos Campos. Como pontuou o companheiro, a ausência de uma greve em apoio ao Pinheirinho por parte dos operários da região, além  da falta do armamento popular e da construção de comitês de autodefesa acabou por minar a resistência inicial montada pelos próprios moradores. Nesse sentido, como denunciou Marco Queiroz, o PSTU, devido a sua política de pacifismo pequeno-burguês, acabou por não organizar uma verdadeira resistência popular contra a ação policial, patrocinando ilusões na justiça burguesa e no próprio governo federal. A prova da falência desta política é que no próprio ato ocorrido hoje (25/01) o eixo do PSTU, inclusive com faixas, era “Dilma: desaproprie o terreno do Pinheirinho”, jogando claramente todas as fichas na pressão sobre a frente popular e não apostando na luta direta para impor essa medida. Desta forma, não está descartado que o próprio Pinheirinho seja “desapropriado” pelo governo federal pagando uma milionária indenização a Naji Nahas, já que o terreno agora murado e terraplanado, está muito mais valorizado para a especulação imobiliária.

É preciso organizar  seriamente a reocupação do terreno para impor através da luta direta a sua expropriação sem indenização! Para preparar essa ofensiva é necessária uma decisiva ação do movimento de massas em apoio aos moradores do Pinheirinho, sem nenhuma ilusão na justiça burguesa e no governo petista, nossos inimigos de classe. Para tanto, mais do que nunca está na ordem do dia a convocação pela Conlutas de uma greve geral de solidariedade em toda a região e do armamento dos moradores que devem se organizar em comitês de autodefesa para retomar a área e defender seu legítimo direito a moradia!

terça-feira, 24 de janeiro de 2012

Leia a mais recente edição do Jornal Luta Operária, nº 229, Janeiro/2012


EDITORIAL
Pinheirinho, Líbia, Colômbia, USP, Irã e Síria, a brutal ofensiva do imperialismo é global!


DOLOROSAS LIÇÕES DA DESOCUPAÇÃO DO PINHEIRINHO
PM monta operação de guerra e expulsa moradores! Mais uma profunda derrota dos trabalhadores, produto do pacifismo pequeno-burguês do PSTU que patrocinou ilusões na justiça burguesa e no governo Dilma


NÃO À DESOCUPAÇÃO DO PINHEIRINHO!
Todo apoio e solidariedade à resistência dos moradores frente à ação da PM! Fortalecer os comitês de autodefesa para vencer a repressão e garantir o direito à moradia! Nenhuma ilusão na Justiça dos patrões e tampouco no pacifismo pequeno-burguês do PSTU


CERCO POLICIAL À “CRACOLÂNDIA”
Kassab, com apoio do PT e PCdoB, faz operação de “limpeza social” contra os usuários de crack em mais um capítulo da guerra de classe contra o povo pobre!


OPOSIÇÃO CONSERVADORA AFUNDA
Serra abre mão da missão de comandar o naufrágio do “Tucanic” nas próximas eleições municipais


ALIENAÇÃO “GERAL”
Mais uma vez a baixaria do “Big Brother Brasil” revela a falência ideológica de uma esquerda “politicamente correta”


LUTA BANCÁRIA
Em nome de privilegiar suas boas relações com os setores governistas da CUT/CTB, o PSTU e o PSOL fragmentam a frente Bancária de Oposição no Ceará com a exclusão do MOB/LBI


CARTA DE RUPTURA COM A FRENTE BANCÁRIA DE OPOSIÇÃO (FBO)!

Em respeito à base! Construir um movimento unitário de oposição bancária capaz de derrotar a burocracia da CUT-CTB


CAMPANHA DE SOLIDARIEDADE

Pela reintegração imediata do companheiro Macarrão, demitido político pelo governo Cid Gomes!


VOLTA ÀS AULAS NA USP
Para expulsar os gangsteres da PM e o fascista Rodas é preciso ocupar novamente o prédio da Reitoria


UM PRIMEIRO BALANÇO DA GREVE DA POLÍCIA MILITAR DO CEARÁ
Fortalecimento do aparato repressivo, recrudescimento das tendências fascistizantes e desmoralização ideológica da “oposição de esquerda”

POLÊMICA COM O REVISIONISMO
As “provas” de como a LIT vende seus serviços ao imperialismo ianque na Síria


CRISE NO ORIENTE MÉDIO
O rufar dos tambores da guerra de rapina imperialista chega ao Irã trazido pelos ventos da falsa “revolução árabe” impulsionada pela Casa Branca e apoiada pelos revisionistas!


ELEIÇÕES NORTE-AMERICANAS
Burguesia ianque já “elegeu” Mitt Romney para ser derrotado por Obama, ex-“banana”!


RESTAURAÇÃO CAPITALISTA NA CHINA
Crescimento do PIB Chinês aponta a relativa “robustez” da decolagem econômica dos BRICs


LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA
http://www.lbiqi.org

segunda-feira, 23 de janeiro de 2012

PM monta operação de guerra e expulsa moradores da ocupação do Pinheirinho! Mais uma profunda derrota dos trabalhadores, produto do pacifismo pequeno-burguês do PSTU que patrocinou ilusões na justiça burguesa e no governo Dilma

Neste domingo, 22, já nas primeiras horas do dia, a assassina tropa de choque da PM, com o apoio de helicópteros, cavalaria e do corpo de bombeiros, atacou os moradores da ocupação Pinheirinho com armamento letal e bombas de gás lacrimogêneo, deixando até o momento dezenas de feridos na operação de guerra para a desocupação do terreno em São José dos Campos. Como nós da LBI já havíamos alertado, os moradores não deveriam ter nenhuma confiança na justiça burguesa e qualquer ilusão em suas decisões. O Poder Judiciário, em sua esfera federal, montou uma verdadeira armadilha decidindo por uma “nova rodada de negociações” durante 15 dias, quando na verdade esse artifício foi usado para desarticular os pequenos focos de resistência armado organizados pelos próprios morados. A política de pacifismo pequeno-burguês do PSTU em nenhum momento chamou o armamento popular e muito menos estruturou os comitês de autodefesa, por isto noticiam  em seu sítio neste dia 22 a ocupação policial anunciando vergonhosamente que o “povo foi pegue de surpresa”! Quanto cinismo, aos que até sexta-feira, 20, alardeavam “Vitória do Pinheirinho! Justiça suspende ordem de reintegração”. Como não ser “pegue de surpresa” seguindo esta política nefasta!

O resultado de toda esta orientação literalmente criminosa é que o PSTU e o MUST desarticularam a pouca resistência instintivamente organizada pelos próprios moradores alegando que em quinze dias a Justiça Federal havia prometido resolver a questão via negociações e com a entrada da Advocacia Geral da União (AGU) em cena, no processo. Bastava pressionar a prefeitura ligada ao PSDB, já que o governo Dilma Rousseff (PT) estaria “comprometido” com os moradores. Segundo o PSTU informou em seu sítio no dia 20, sexta-feira, “Hoje é dia de festa na periferia. Continuamos insistindo que a solução definitiva não está no Judiciário, mas no Executivo. O prefeito Eduardo Cury tem a obrigação de negociar junto aos governos federal e estadual para que possamos encontrar uma saída pacífica que beneficie os moradores do Pinheirinho advogado dos moradores Antonio Donizete Ferreira”.

Montada a farsa e minada qualquer resistência armada, na esfera estadual, a juíza alegando que “não foi notificada” da decisão federal até sexta-feira, 20, ordenou a ação da PM, que ingressou na ocupação, prendendo todas as lideranças e recolhendo o pouco armamento artesanal precário que havia no terreno. Restou aos moradores atear fogo nas barricadas erguidas e atirar pedras a esmo, já que não houve armamento para a guerra de verdade anunciada pelo aparato de repressão contra os moradores e muito menos foi convocada a greve de solidariedade aos moradores, que a Conlutas deveria ter chamado nas fábricas operárias que dirige na região! Aos que ousaram resistir nestas condições de completa desproporção de forças, balas letais, de borracha, cães assassinos, gás lacrimogêneo, com o saldo inicial de dezenas de feridos e presos, além da denúncia de vários mortos e desaparecidos.

Essas são as primeiras trágicas lições da desocupação do Pinheirinho, que desgraçadamente seguiu o mesmo roteiro das demissões de mais de 5 mil operários na Embraer em 2009, na mesma São José dos Campos. Assim como não houve greve nem ocupação da fábrica contra as demissões, também não houve resistência à altura para vencer o aparato repressivo de Alckmin e Eduardo Kury. Para honrar o sangue dos feridos do Pinheirinho, rompamos com esta política morenista que leva os trabalhadores à derrota e se nega a armá-los para a luta direta contra a burguesia e seu aparato repressivo, apesar de apregoar aos quatro quantos que a “revolução” está na esquina! Definitivamente, não na esquina da ocupação do Pinheirinho, alvo da bárbara repressão policial, que mais uma vez impôs uma profunda derrota aos trabalhadores! Os dolorosos acontecimentos do Pinheirinho reforçam plenamente nossa caracterização mais global acerca da etapa contrarrevolucionária por que atravessamos, onde a burguesia mundial desata uma brutal ofensiva em toda linha, sem uma resposta revolucionária das massas.

sexta-feira, 20 de janeiro de 2012

Serra abre mão da missão de comandar o naufrágio do “Tucanic” nas próximas eleições municipais

Como já tínhamos prognosticado em artigos anteriores, o ex-“capo” da máfia tucana, Serra, declarou “oficialmente” que declina da missão de representar o PSDB na cidade de São Paulo nas eleições municipais deste ano. A decisão de Serra praticamente finaliza uma longa novela ocorrida no ninho tucano em torno das negociações com outras legendas oposicionistas “afins”. Completamente isolado politicamente, o PSDB paulista, através do governador Alckmin, quem de fato controla hoje o partido, resolveu “convidar” Serra a pular no precipício, ou seja “cristianizar” o desafeto nas próximas eleições municipais. Seria para Alckmin, sem nenhuma perspectiva de vitória eleitoral para os tucanos, uma questão de devolver a “traição” cometida por Serra na disputa de 2008. O ex-“capo” que de tolo não tem absolutamente nada, recusou a “generosidade” do governador paulista, passando a missão de comandar o naufrágio eleitoral do “Tucanic” para um “laranja” do PSDB. Agora os três pré-candidatos tucanos em São Paulo terão que “tirar no palitinho” quem será o figurante da “peça” eleitoral com um final previamente já conhecido por todos.

O destino final do tucanato paulistano foi mesmo decidido pelos rumos tomados pela ex-cria política de Serra, o prefeito Kassab do recém-fundado PSD, que optou por abrigar-se na frondosa árvore da frente popular. Com o único aliado eleitoral de peso “dominado” pelo governo, o PSDB não tem a menor chance de enfrentar a candidatura Lulista do Ministro da Educação, Fernado Haddad, nem tampouco os possíveis apêndices do Planalto como Chalita do PMDB. Nem mesmo em uma capital com uma forte presença da classe média reacionária, como em São Paulo, a desgastada oposição demo-tucana apresenta possibilidades de vitória, em função da enorme base social conquistada pela frente popular em plena etapa de “expansão” econômica nacional, ou o novo “milagre” da bolha de crédito.

Serra vive seu momento de “inferno astral” com o lançamento do livro “A privataria Tucana”. O melhor para a “entourage” corrupta tucana seria submergir por um tempo, além de estacionar o “carro” partidário muito próximo ao Planalto Central. O PT, discípulo da mesma escola da “privataria”, deve conquistar seu maior triunfo eleitoral, em toda sua longa história de disputa em eleições municipais. A conjuntura política do país aponta claramente no sentido de potenciar o atual projeto de colaboração de classes, pelo menos no próximo período histórico.

Mas não é só a oposição demo-tucana que apresenta sinais claros de “falência múltipla de órgãos”, a chamada oposição de esquerda caminha na mesma direção. Com a responsabilidade de dirigir uma parcela importante do movimento de massas, a oposição de esquerda trilha a senda do eleitoralismo sem princípios de classe, o que na atual etapa política revela-se no mínimo uma opção autofágica. A classe operária deve compreender a complexidade do difícil momento e só confiar em sua própria ação direta para superar a verdadeira camisa de força imposta pela política criminosa da frente popular.

quinta-feira, 19 de janeiro de 2012

Na surdina governo Dilma autoriza venda do Bradesco para rentistas internacionais

A mídia “murdochiana” quase não deu destaque, uma “cobertura” jornalística para passar desapercebida como um mero assunto técnico, mas o Conselho Monetário Nacional, órgão máximo que reúne o Banco Central, Ministérios da Fazenda e Planejamento, além da própria Presidência da República, autorizou no último dia 16, pela via de um decreto, a ampliação do capital estrangeiro em 30% na composição acionária do Bradesco. Como maior banco privado nacional, o Bradesco já possuía cerca de 15% de participação internacional em seu capital, agora com o decreto presidencial de Dilma os rentistas de Wall Street assumem o controle do banco, na condição de sócios majoritários. Não se trata de qualquer operação financeira corriqueira como tentaram demonstrar os tecnocratas palacianos e a mídia corrompida, a venda “branca” do Bradesco, possivelmente ao especulador Warren Buffett, significa a entrega definitiva do sistema financeiro privado nacional para a banca norte-americana. Juntos, Bradesco, Santander (comprador do BANESPA) ABN e HSBC, formam um “cordão” hegemônico no fluxo de crédito para “oxigenar” a economia capitalista brasileira. Em particular, o Bradesco vinha sendo o “parceiro” privado preferencial do governo da frente popular em investimentos nas empresas estatais privatizadas, como a Vale e CSN, pelo tucanato da era FHC. O aval oficial dado por Dilma à “desnacionalização” do Bradesco teve a ingerência direta da Casa Branca, interessada em assumir o controle de possíveis ataques especulativos (na hora certa) aos países considerados “emergentes” da América Latina, com grandes quantias de reserva de dólares em seus caixas.

A política neoliberal dos governos da frente popular, totalmente subserviente aos interesses econômicos do imperialismo, costuma ser apresentada como “desenvolvimentista” pela esquerda reformista, que alega ter tirado um terço da população brasileira da linha da miséria, além de ser responsável pela ascensão de milhões de “cidadãos” a tão sonhada “classe média”. De fato, a gestão estatal da frente popular, enquanto arrocha draconianamente os salários da classe trabalhadora, vem estimulando o surgimento de “empreendedores”, ou seja pequenos e médios empresários, fomentando assim uma nova “capa” social, completamente reacionária. O Brasil superou até a China, Índia e Rússia em 2011, na abertura de novas empresas. Sob a ilusão de uma espetacular bolha de crédito, a população mais humilde vem girando cada vez ao encontro do “sonho” Lulista, do “operário e nordestino pobre” que se transformou em presidente da república.

Os novos proprietários ianques do Bradesco muito provavelmente não mostrarão a cara em um primeiro momento, deixarão seus “testas de ferro” passarem a impressão de que o banco continua sob o controle da família Aguiar. Os trabalhadores do Bradesco continuarão a receber o pior salário da categoria bancária, além da maior jornada de horas trabalhadas. Para o que restou da burguesia nacional, o controle do sistema financeiro pelos tubarões norte-americanos significa mais um passo na condição de reféns impotentes dos amos imperiais. Neste aspecto, os neomonetaristas do PT conseguiram superar a canalha tucana no que tange a afinidade em auferir rentabilidade para o capital financeiro.

A classe operária deve sim lutar pela estatização da banca, sob seu controle absoluto, ao invés de “mendigar” junto ao governo a redução da taxa de juros, como fazem as centrais “chapa branca”, com o apoio implícito da “oposicionista” CONLUTAS. Nacionais ou estrangeiros, públicos ou privados, os bancos no atual “modelo” do sistema financeiro servem apenas para potenciar a acumulação do capital. A estatização integral, sob controle do proletariado, é a única senda para colocar o sistema financeiro nacional na via de um verdadeiro desenvolvimento econômico para os trabalhadores e o país.


quarta-feira, 18 de janeiro de 2012

Mais uma vez a baixaria do “Big Brother Brasil” revela a falência ideológica de uma esquerda “politicamente correta”

Como já tínhamos alertado em nosso artigo anterior (15/01), a crítica feita pela esquerda revisionista ao lixo televisivo do “BBB”, carece de profundidade marxiana, no que tange caracterizar a própria etapa histórica em que vivemos, além de resvalar para um moralismo “politicamente correto”, próprio dos valores “éticos” decadentes da burguesia. Não tardou muito e os próprios fatos concretos confirmaram plenamente nossos prognósticos. No domingo a noite, 15/1, a Rede Globo transmitiu ao vivo uma cena do “Big Brother Brasil” (BBB) em que um casal participante do “espetáculo” televisivo estava supostamente tendo relações sexuais. Após a cena “escandalosa” não faltaram moralistas de plantão, da direita à esquerda, para afirmarem que se tratou de um “estupro”, um crime por parte do “brother Daniel contra Monique”. Ora, todos sabem que este lixo televisivo faz todo tipo de manipulação e jogadas para aumentar a audiência e que todos os participantes (homens e mulheres) fazem parte, sem exceção, de uma escória social escolhida a dedo pelo “patrão” Boninho e sua equipe. Quer dizer, neste ambiente do esgoto da pequena burguesia asquerosa, ninguém pode ser considerado “inocente”, todos estão lá para venderem uma mercadoria, seus “esculturais” corpos, já que “cérebro” desgraçadamente não possuem!

“Politicamente correta” e portanto moralmente burguesa é a posição do PSTU no episódio. Os morenistas se valeram de “twiteiros” para declarar que “A interpretação de que houve abuso sexual é tão óbvia que, na manhã do dia 15, a expressão #danielexpulso estava entre os “trending topics” do twitter e as manifestações contra o participante tomaram conta das redes sociais” (Site do PSTU, 17/12). E para concluir a barbaridade política, reivindica a prisão do “brother”: “Daniel não pode sair impune. É o que manda a lei, raramente aplicada, principalmente em casos como estes. Mas é isto que está no artigo 213 do código penal” (idem). Evoca sem o menor constrangimento, rompendo a fronteira de classe, a lei burguesa que condena a própria mulher pobre à iminência da morte, que criminaliza o aborto, cobra a sua atuação com rigor, a fim de que o “brother” seja preso. Nisto, tem o apoio igualmente dos neomorenistas da LER-QI que afirmam categoricamente ter acontecido “um estupro ao vivo” (site da LER, Pão e Rosas, 18/2), “uma sujeira nojenta”, e arremata de forma incisiva: “a Monique foi violentada por Daniel, Pedro Bial, ‘Boninho’...” e por aí vai. Estes pequenos burgueses “feministas” da LER, travestidos de trotsquistas, não têm a menor ideia do que é realmente um estupro, destes que ocorrem cotidianamente na periferia das grandes cidades contra mulheres pobres e negras. Imaginam estes neomorenistas, que em suas “festinhas” da PUC ocorrem “fatos” muito similares ao que ocorreu no Big Brother Brasil.

Esta esquerda “politicamente correta” torna-se cúmplice do retrocesso ideológico das massas, ao legitimar o BBB, elegendo seus “mocinhos e bandidos”, como tanto deseja a Rede “murdochiana” dos Marinhos. Tanto é verdade, que a “vítima sister” Monique em depoimento disse que estava cheia de “tesão” embaixo do edredom, anunciando logo depois, na maior cara-de-pau, ter recebido e aceito, várias propostas de revistas “masculinas” para posar nua! Esta é a “inocente e vítima” que tanto alarde fazem as “feministas” pequeno-burguesas, em uma tentativa de manter em pé as velhas estruturas da Família burguesa cristã. A esquerda revisionista comparte desta concepção e está cada vez mais se aprofundando em seu viés moralista: apoiou a OTAN e a democracia dos ricos contra a “ditadura sanguinária” de Kadaffi, clama para que a justiça burguesa condene o “mauricinho” por ter supostamente “estuprado” a “patricinha”, “pura e vestal”.

Em suma, os apologistas da democracia como valor universal (oposta pelo vértice à ditadura do proletariado), como o PSTU e LER, correm sempre a reboque do que pauta a reacionária “opinião pública”, a serviço dos interesses capitalistas e dos valores morais da burguesia. Os genuínos marxistas leninistas sabem muito bem diferenciar as “disputas” no campo de nossos inimigos de classe, como as que ocorrem nos bandos fascistizantes, como os de “mauricinhos” de classe média, e as verdadeiras vítimas da opressão capitalista, as mulheres proletárias, negras e pobres, alvo constante destas hordas reacionárias de “mauricinhos e patricinhas”, racistas contra uma população humilde e trabalhadora.

terça-feira, 17 de janeiro de 2012

Crescimento do PIB Chinês aponta a relativa “robustez” da decolagem econômica dos BRICs

A “indústria” midiática da “crise” sofreu mais um duro golpe nesta segunda-feira, ao ser praticamente obrigada a reconhecer o erro em suas previsões catastrofistas acerca do crescimento da economia chinesa para o ano de 2011. O anúncio oficial de um crescimento de 9,2% do PIB Chinês superou inclusive as próprias expectativas do governo, que esperava uma taxa em torno de 8% no ano de 2011. Em meio a um ano de profundas turbulências para o capitalismo global, principalmente no velho continente europeu, a China manteve um excepcional ritmo de crescimento econômico, mesmo se levarmos em conta que em 2010 seu desempenho cravou a marca positiva de 10,4% do PIB. Manter níveis de crescimento econômico em torno de 10% consecutivamente por mais de uma década faz da China o grande mercado consumidor mundial de commodities e por consequência “fiadora” da estabilidade capitalista global, principalmente dos países “emergentes” da Ásia e América Latina.

Longe de ser uma nova “potência imperialista”, como pretende apresentar a esquerda revisionista, a restauração capitalista transformou o antigo Estado operário chinês no maior entreposto comercial e industrial do planeta, algo semelhante ao que ocorreu com Portugal e Espanha à época do capitalismo mercantil no século XVI. A China que arrasta em sua expansão econômica o Brasil, Índia e Rússia, além de mais de uma dezena de países “intermediários” como Argentina e Paquistão, por exemplo, não passa de uma economia capitalista semicolonial, com forte presença da indução estatal, ainda herança da época Estalinista. Seu “boom” econômico dos últimos vinte anos esteve baseado em pesados investimentos imperialistas, procurando um refúgio seguro diante da crise que já se anunciava nos países centrais. A garantia política dada pela burocracia Maoísta, durante todo o processo da restauração capitalista, garantiu o “sucesso” do empreendimento chinês, que acabou se transformando em lastro para as corporações transnacionais escaparem do crash financeiro de 2008.

Contrariando os prognósticos de que também seria afetada pela estagnação econômica mundial, tanto apregoada pelo FMI, a China demonstra claramente com seu PIB de 2011 que manterá sua dinâmica de expansão para os próximos anos, apesar de alguns gargalos no âmbito financeiro (ausência de uma banca privada) e no mercado de exportações. Também cai por terra os prognósticos catastrofistas, a serviço dos rentistas do mercado de capitais, do esgotamento dos BRICs e, por consequência, da chegada de uma forte recessão da economia brasileira hoje atrelada à chinesa.

Desgraçadamente, a esquerda revisionista, impotente e carente de um programa revolucionário, se limita a “torcer” pela chegada da crise capitalista ao Brasil (como se esta já não estivesse presente há várias décadas), como uma maneira de colher algum dividendo eleitoral para a “oposição de esquerda”. A vanguarda classista deve compreender que sua luta em defesa de suas conquistas, independe do “sucesso” ou “fracasso” eleitoral do governo Dilma. Com recessão ou crescimento econômico, o capitalismo seguirá sua tendência histórica de concentração de renda e dos meios de produção, através dos grandes monopólios. Somente a ação direta do proletariado na direção da destruição revolucionária do modo de produção capitalista, poderá representar uma perspectiva progressista para a humanidade, ameaçada pela barbárie imperialista.


segunda-feira, 16 de janeiro de 2012

“Big Brother Brasil”: uma crítica marxista para além do lixo do “espetáculo” televisivo

Com o lançamento da 12ª edição do “Big Brother Brasil” (BBB), pelo império das comunicações da família Marinho, é muito comum ouvirmos por parte da “intelectualidade progressista” a crítica ao programa televisivo em si mesmo, ou seja, as baixarias belicosas existentes entre os “Brothers”, os corpos sarados mostrados como uma mercadoria “top line”, a microrrede de intrigas que permeia a “casa”, em resumo existe uma rejeição ao conjunto do lixo exibido no horário mais nobre da Rede Globo. Mas, pouco se lê acerca da “bigbrotherização” vigente atualmente nas próprias relações humanas, produto de um “mundo sem ideais” após a “queda do Muro”, onde o pragmatismo mercantil do “levar vantagem” pisando no pescoço do semelhante é a tônica da existência social. A ausência de uma crítica marxista mais profunda sobre a dinâmica social deste “espetáculo” global, revela a perda de referências ideológicas de uma esquerda “pós-moderna”, completamente integrada aos valores da ordem política e cultural da burguesia decadente e corrupta.

A nova edição do “Big Brother” significa mais um bombardeio ideológico sobre as massas no país. Ou seja, mesmo com queda de audiência em relação a edições anteriores, são milhões de espectadores que assistem ao famigerado “espetáculo”. Aqui, não cabe uma análise moral acerca do que representam os aspectos comportamentais dos participantes. O marxismo revolucionário, ao contrário, deve abarcar os aspectos materiais e históricos, não como simbologia – a exemplo do que “sociólogos” e “psicólogos”, a serviço do capital, costumam fazer de forma deturpada voltados para ressaltar em suma os pontos “positivos” e “negativos” do programa.

A disseminação em nível global dos chamados “reality shows” não apareceu como um raio em céu de brigadeiro. Faz parte de todo um processo de estupidificação das massas dirigido pelo imperialismo, como consequência imediata da queda do Muro de Berlim e o fim da URSS, marcando a expansão do chamado “neoliberalismo” em nível mundial. Uma população “idiotizada” é muito mais fácil de ser dominada e explorada. Tanto é verdade que o gênero começou a fazer “sucesso” a partir de 1989 (nos EUA começou com “Cops”, “Tiras, Polícia”. O nome já diz tudo)! No Brasil o elemento essencialmente político também não foi obra do acaso, faz parte de uma estratégia de longo alcance elaborada desde os porões do Pentágono. Aconteceu pouco depois dos “ataques” de 11 de Setembro de 2001, estreando em janeiro do ano seguinte.

O gênero, surgido em plena reação anticomunista dirigida pelos estrategistas da Casa Branca, no Brasil ganha força durante a cruzada imperialista contra o “terrorismo” islâmico e a ocupação do Afeganistão por parte dos “Falcões” de G. Bush. Neste sentido, por trás dos bastidores está nada menos do que uma empresa multinacional que conta com a associação da Rede Globo, a produtora de televisão Endemol, proprietária dos direitos de exibição da marca “Big Brother”, cujo contrato expira em... 2020! Até lá muito lixo vai ser despejado no Brasil, “formando” novos idiotas.

Muito além dos lucros que vão encher os bolsos dos Marinhos, o ponto fulcral para todo militante marxista, no que se refere ao BBB, é o ideológico. Senão vejamos, no início, a produção do programa deixava uma pequena margem para que um “brother” mais inteligente se destacasse dos demais tipicamente “sem-cérebro”. Hoje esta possibilidade foi vetada pelo diretor “Boninho”, já revelando um padrão social relativo ao recrudescimento do retrocesso cultural e ideológico imposto pela mídia e o imperialismo sobre as massas, principalmente a geração pós-queda do Muro de Berlim. Basta ver que os participantes são modelos “sarados”, lutadores de Jiu-Jitsu, judô etc. não raramente tatuados com suásticas nazistas e as mulheres com seus corpos “perfeitos”, perdidas em sua futilidade como um produto de uma “prateleira”. Em síntese, “mauricinhos” e “patricinhas” disputam entre si quem leva a vantagem sobre o outro, não importando os meios, por mais belicosos que sejam. O que impera, sobretudo, é a “lei da selva” de acordo com que impõe atualmente o regime capitalista, em todos os níveis.

Cabe, portanto, aos marxistas dizer a verdade por mais dura que seja. Hoje, a grande massa vive sob a tutela alienada da tecnologia, da farsesca mídia “murdochiana” que desgraçadamente disciplina a esquerda revisionista, a televisão onde predominam as imagens, as mensagens fragmentadas da publicidade, o celular, as redes antissociais como o “Facebook”, as telenovelas. Quer dizer, a sociedade atual tem como padrão o individualismo e a superficialidade das relações, o culto ao “vazio”, principalmente entre a juventude, como expressão de uma época de barbárie cultural e ideológica ditada pelo Pentágono, não havendo mais espaço para uma manifestação cultural genuína, nem para a expressão do coletivo como elaboração humana. É preciso romper com este regime social bárbaro que o imperialismo nos impõe goela abaixo, e esta tarefa só pode vingar através da construção do partido mundial da revolução socialista, a Quarta Internacional.

sexta-feira, 13 de janeiro de 2012

Ministro da (des)integração nacional declara no Congresso: “Bezerra que não chora não mama!”

O ministro da (des)integração nacional, Fernando Bezerra, PSB, ex-prefeito da cidade de Petrolina no agreste Pernambucano, compareceu ontem no plenário lotado do Congresso Nacional, em pleno recesso parlamentar, para dar “explicações” sobre a utilização das verbas de sua pasta, concentradas escandalosamente em seu estado de origem. A mídia “murdochiana” escolheu Bezerra como a “próxima vítima” de sua campanha “moralizadora” para derrubar ministros no governo da “poste” Dilma Rousseff. A frente popular vem se utilizando da cínica “operação global” pela “ética e probidade” da coisa pública, para fazer sua própria pugna interna, na disputa feroz das camarilhas palacianas pelo botim estatal. A popularidade de Dilma navega em “céu de brigadeiro”, contando com a cooptação de uma esquerda “chapa branca” e a passividade eleitoreira da falida “oposição de esquerda”, a política de colaboração de classes vai se impondo através de um pacto social implícito.

Bezerra parecia ter seus dias contados a frente do antigo Ministério do Interior, idealizado pelo marechal Cândido Rondon (um verdadeiro nacionalista no sentido maior do termo), mas posteriormente transformado (agora se chama pomposamente de Integração Nacional) em um verdadeiro balcão de negócios das oligarquias regionais, com hegemonia dos bandos nordestinos. O ex-prefeito de Petrolina foi indicado ao cargo pelas mãos do governador Eduardo Campos, e foi “pego” no fogo cruzado da própria luta intestina do PSB, um partido que tem a “missão” de enlamear o nome do socialismo. O “coronel” Campos e a quadrilha dos Ferreira Gomes do Ceará travam uma verdadeira guerra pela próxima indicação do partido a sucessão presidencial de 2014. Neste cenário do novo cangaço de “terno e gravata”, parafraseando nosso Chico Buarque, Dilma resolveu interceder a favor da permanência de Bezerra, convocando sua tropa de choque no congresso para “blindar” o cambaleante ministro.

Para surpresa de muitos, Bezerra deu um verdadeiro show no Congresso Nacional, nesta última quinta-feira (12). Apresentando os dados da distribuição das verbas do ministério, demonstrou que seu partido, o PSB, ficava apenas na terceira colocação no recebimento das benesses estatais de sua pasta, muito atrás do PMDB e PT respectivamente. Com isto, arrancou “calorosos” aplausos da máfia parlamentar peemedebista, além de “congratulações” da bancada neoliberal petista. Em resumo, o ministro finalizou triunfante: “Bezerra que não chora não mama!”. Ou seja, estão crucificando “injustamente” Bezerra que somente “presenteou” seu partido e familiares com a menor porção do botim de seu ministério, imaginem o que diriam do outro Fernando... o Pimentel, caso dissecassem a distribuição de verbas de seu Ministério... do Comércio.

A classe operária deve romper a camisa de força imposta pela esquerda reformista e intervir ativamente neste verdadeiro lamaçal da política burguesa nacional. Não reivindicando a “ética e moralidade” do Estado corrupto burguês, mas defendendo sua demolição revolucionária, na construção de uma nova alternativa de poder proletário. Este é o norte programático que os genuínos comunistas devem apontar, mesmo em situações adversas e ainda que de forma propagandista, como uma via da formação da nova vanguarda classista, livre dos “dogmas” da democracia como um valor universal.

quinta-feira, 12 de janeiro de 2012

Burguesia ianque já “elegeu” Mitt Romney para ser derrotado por Obama, ex-“banana”!

O Partido Republicano recém iniciou seu processo interno (conhecido como prévias) para indicação de seu candidato presidencial, mas já definiu o escolhido. Apenas com os triunfos das prévias realizadas em Iowa e New Hampshire o ex-governador de Massachussetts, Mitt Romney, parece já ter conseguido a indicação do Partido Republicano. O motivo da definição política antecipada dos chacais republicanos não está relacionado ao peso dos dois estados onde se realizaram as prévias, relativamente insignificantes eleitoralmente, mas a própria conjuntura nacional norte-americana que aponta na direção da reeleição de Obama.

Os “adversários” republicanos em potencial do mórmon Romney começaram a desistir bem antes do início das próprias prévias partidárias. A principal deserção foi a da representante da fração do Tea Party no interior do covil republicano, Sarah Palin, ex-governadora do Alaska e vice na chapa de John MacCain em 2008. Sarah era a principal “esperança” da direita fascista ianque derrotar Obama nas eleições presidenciais deste ano, expressando o próprio crescimento político do reacionário Tea Party no seio dos setores da classe média americana, “amedrontada” com a profunda crise econômica por que passa o país. O Tea Party renunciou previamente à disputa pela Casa Branca em função do papel histórico assumido por Obama, através de sua ofensiva guerreirista sobre os povos do mundo árabe.

O ex-“banana” Obama, agora travestido de neofalcão, chamou para si a responsabilidade de defenestrar os regimes burgueses nacionalistas, adversários de Washington no Oriente Médio e Norte da África. O bombardeio criminoso sobre o povo líbio, as provocações terroristas contra o governo Assad e o anúncio da guerra nuclear contra o Irã, conferiram a Obama o posto de carniceiro imperial, pronto a “combater” pela manutenção da hegemonia militar ianque, desestimulando as pretensões dos fascistas do Tea Party comandarem o Pentágono. Os atuais “competidores” de Romney nas prévias republicanas (Rick Santorum, Ron Paul, Newt Gingrich etc.) são apenas figurantes derrotados, úteis para legitimar a farsa eleitoral de uma democracia dos ricos, baseada no partido único de duas alas que se alternam no “poder” segundo os interesses do imperialismo.

O milionário mórmon Mitt Romney disputa pela segunda vez a indicação republicana à Casa Branca. Desta vez ganha em “casa” e perde “lá fora”, faz parte do script previamente acordado entre os diversos trustes e os rentistas de Wall Street. O momento é de potenciar os abalados lucros capitalistas com a indústria da guerra, agora rebatizada de cruzada humanitária  ou de “revolução árabe”, operação política planejada pelo Pentágono e avalizada pelos cretinos da esquerda revisionista, que comemoraram junto a Obama e a senhora Clinton o assassinato de Kadaffi e neste momento salivam por um mesmo fim para Assad e Mahmoud Ahmadinejad. A classe operária norte-americana, através de sua vanguarda trotsquista, deve aliar-se aos povos semicoloniais em luta visceral contra o imperialismo, independente do caráter burguês de suas direções nacionalistas. Somente estabelecendo uma frente única incondicional para a derrota militar do “monstro” imperialista, mantendo sua independência de classe, a vanguarda do proletariado mundial poderá credenciar seu projeto histórico socialista, diante do conjunto dos povos oprimidos e da própria humanidade.

quarta-feira, 11 de janeiro de 2012

A "Privataria Lulista" avança! Eike Batista anuncia a criação da maior empresa privada de energia do Brasil, depois de ter se capitalizado com "conto" do Pré-Sal

Hoje, 11 de janeiro, não por coincidência, justamente no dia em que Eike Batista anunciou a aliança com a transnacional alemã E.ON para criar a maior empresa privada de energia do Brasil, veio a público com maiores detalhes a notícia de que José Dirceu foi um dos responsáveis pelo lobby feito junto ao governo Lula em 2008, quando já estava fora do gabinete ministerial devido à crise do "mensalão", para entregar ao megaempresário carioca a maior parte das reservas petrolíferas brasileiras que estavam sendo descobertas na época pela Petrobras, doadas através dos leilões comandados pela ANP. Quem denunciou a negociata foi o professor Ildo Sauer, diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP e ex-diretor indicado por Lula para a Petrobras. Segundo Ildo, um fervoroso apologista das "calendas" do Pré-Sal, "Lula entregou mais áreas e mais campos para a iniciativa privada do petróleo do que Fernando Henrique" (Tribuna da Imprensa, 11/01/2012). A operação estatal de alavancar no mercado financeiro empresas de exploração de petróleo, difundindo o "eldorado" do Pré-sal na costa brasileira, beneficiou diretamente Eike decuplicando o valor das ações da OGX, mesmo sem extrair uma gota do mítico Pré-sal.

Nessa empreitada tão ousada quanto a chamada "Privataria Tucana”, mas que não mereceu nenhuma cobertura dos blogs "chapa branca", nem reportagem especial da Rede Record, Eike teve ao lado de José Dirceu, como "consultores", dois ex-ministros "plumados" de FHC, Pedro Malan e Rodolpho Tourinho. Ildo Sauer, um Lulista "desiludido", teve sua cabeça cortada na Petrobras por insistir em pesados investimentos na busca das reservas duvidosas do Pré-sal, enquanto a quadrilha petista associada a Eike, junto aos parceiros imperialistas da Petrobras, "plantavam" na mídia a descoberta da "Atlântida" para faturar no mercado  os dividendos da farsa.

A empresa petrolífera de Eike, OGX, foi criada em julho de 2007. Em junho de 2008 ele fez uma operação no mercado financeiro e arrecadou R$ 6,71 bilhões por 38% da empresa, além de contar com uma equipe técnica recrutada a peso de ouro da Petrobras e os blocos generosamente leiloados por Lula e Dilma. Hoje a OGX anuncia já ter 10 bilhões de barris consolidados (mas que não foram prospectados), que valem US$ 100 bilhões! Nas palavras do ex-diretor Lulista da Petrobras, esta "foi a maior entrega da história do Brasil. O ato mais entreguista da história brasileira, em termos do engodo econômico criado pela mítica do pré sal. Pior, foi um dos processos de acumulação primitiva mais extraordinários da história do capitalismo mundial. Alguém sai do nada e em três anos tem uma fortuna de bilhões de dólares".

Mas, porque tais maracutaias não são denunciadas na blogosfera servil ao governo do PT, enquanto esses mesmos senhores paladinos da "mídia independente" não param de apontar as evidentes mamatas de Serra e FHC durante a entrega das Teles? Simplesmente porque o papel de Dirceu, Lula, Dilma e do PCdoB, que controla a ANP, nas falcatruas com Eike demonstrariam que a elite palaciana da frente popular é tão corrompida como o tucanato e defende os mesmos interesses políticos e sociais: o da burguesia e dos grandes grupos econômicos e financeiros. A diferença é que enquanto os tucanos favoreciam os Steinbruch (donos do grupo Vicunha e comprador da CSN) e os Jereissati (agraciados com a Tele Norte Leste, hoje Oi), o lulismo tem Eike Batista como novo eixo burguês. O megaempresário atraiu o apoio do governo da frente popular para "bancar" seus investimentos, ao mesmo tempo o PT teve como objetivo sedimentar um novo setor de grandes capitalistas fiéis aliados políticos ao seu projeto de colaboração de classes.

Como se vê, a gestão da frente popular não só deu continuidade à política neoliberal das privatizações do tucanato, como também a está levando a frente para preservar suas boas relações no seio do imperialismo e com as trasnacionais. O novo negócio da energia entre Eike a empresa alemã E.ON englobará as usinas Energia Pecém, Pécem II, Itaqui, Parnaíba e Amapari, assim como nas concessões de gás natural na Bacia do Parnaíba, controladas através da coligada OGX Maranhão Petróleo e Gás. Em resumo, a futura "maior empresa de energia privada do Brasil" está baseada na própria OGX que se auto-intitula a "maior investidora do setor de óleo e gás no Brasil", alavancada a partir das negociatas do petróleo iniciadas ainda no governo Lula. Como se vê, os novos investimentos industriais têm como objetivo a acumulação capitalista concentrada em meia dúzia de "emergentes" burgueses, simpáticos a um modelo político de governo da colaboração de classes. Enquanto isso para animar a plateia do circo... o PCdoB com "seu" delegado Protógenes Queiroz, tendo ao lado o PSOL e seus falsos vestais, encenam o teatro da "CPI das privatizações" contra a direita moribunda no parlamento burguês! Aviso: o ingresso para o espetáculo é "grátis", pelo seu caráter distracionista tem o "patrocínio cultural" da OGX!

terça-feira, 10 de janeiro de 2012

Luizianne Lins e os seus três “cavaleiros” prefeituráveis

O PT que governa Fortaleza há oito anos, com um arco de apoio que vai do arquicorrupto PMDB até o neo-stalinista PCB, apresentou inicialmente 13 possíveis nomes como prováveis pré-candidatos a prefeito da capital, mas dentre eles os que mais se destacam como fiéis “cavaleiros” da corte da “princesa” do revisionismo Luizianne Lins, a atual prefeita, são Waldemar Catanho, seu braço direito e Secretário de Governo, o “traíra” Acrísio Sena, presidente da Câmara dos Vereadores e Elmano Freitas, atual Secretário de Educação. Um deles possivelmente será anunciado como o “escolhido” no encontro petista que ocorrerá em 15 de janeiro. Se não houver unidade entre os sub-bandos petistas mafiosos serão organizadas as prévias. Luizianne Lins, presidente do Diretório Estadual do PT e dirigente da Democracia Socialista, vem anunciando a quatro ventos que nesta eleição elegerá até “um poste sem luz” devido a ampla aliança burguesa que sustenta sua gestão, em uma demonstração clara do caráter fraudulento do circo eleitoral imposto aos trabalhadores.

Na verdade, os “postes” apresentados por Luizianne querem garantir a reprodução da aliança burguesa que deu sustentação aos seus oito anos de mandato, uma gestão composta pelas máfias do PSB, PCdoB, PMDB, PV e outras pequenas legendas de aluguel que deixaram a cidade completamente abandonada, com os trabalhadores sendo atacados sistematicamente. Os possíveis prefeituráveis querem cinicamente apresentar-se como “homens do povo”, de trajetória política oriunda do movimento operário e popular, mas hoje não passam de corruptos vendidos aos interesses do capital. Catanho, que deseja colar sua imagem a de Obama, por ser negro, é o braço direito de Luizianne Lins em seus negócios com a burguesia, responsável por acertar o recebimento das malas pretas que mensalmente são recolhidas junto às companhias responsáveis pela mamata da limpeza urbana, das empresas de ônibus e de outras comissões generosas que servem para manter a “alegria” de sua corte palaciana de lúmpens drogados. Acrísio Sena, ex-dirigente do PLP e posteriormente do PSTU, atualmente “milionário” é conhecido como o homem que deu as ordens da Guarda Municipal reprimir violentamente os professores em greve, está envolvido até o pescoço nos escândalos de corrupção quando esteve à frente do Imparh, uma autarquia municipal de ensino. Já Elmano Freitas, ex-advogado do MST, foi coordenador do orçamento participativo na gestão de Luizianne, uma fachada armada para atender as demandas das empreiteiras usando a escolha de obras por parte dirigentes petistas que se travestem de “representantes populares”. Agora, Elmano busca à frente da Secretaria de Educação distribuir migalhas aos professores para se credenciar como um nome viável, da mesma forma como uma raposa em pele de cordeiro.

Nas eleições municipais que se aproximam, o PT, mais uma vez, irá tentar apresentar as suas gestões a frente das prefeituras como uma alternativa à política oligarca e reacionária do PSDB, mas na prática esses partidos são dois lados da mesma moeda e representam uma só classe social: a burguesia e seus interesses políticos e sociais. O PT está cada vez mais atolado em inúmeros escândalos de corrupção pela via de suas negociatas com empreiteiras, banqueiros e grupos econômicos, seu “plus” reside em controlar o movimento de massas via a CUT, UNE e MST. O “modo petista de governar” nada mais é do que dar continuidade a política do tucanato de privatizações, demissões, arrocho salarial, retirada dos direitos dos servidores públicos, repressão e criminalização ao movimento dos trabalhadores.

A LBI e seus militantes que enfrentam diretamente esses senhores em seu combate de classe ao governo da frente popular encabeçado por Luizianne Lins, vem denunciar esses três “cavaleiros” prefeituráveis como verdadeiros serviçais corruptos do empresariado Alencarino. Aos lutadores classistas de Fortaleza cabe rechaçar o engodo eleitoral montado pelo PT e construir uma alternativa revolucionária contra a farsa de democracia dos ricos, fazendo desde já, diante da impossibilidade de lançar uma candidatura revolucionária devido às regras draconianas impostas pela legislação burguesa, uma vigorosa campanha pelo voto nulo programático contra a frente popular e a direita conservadora!

segunda-feira, 9 de janeiro de 2012

O rufar dos tambores da guerra de rapina imperialista chega ao Irã trazido pelos ventos da falsa “revolução árabe” impulsionada pela Casa Branca e apoiada pelos revisionistas!

Nos últimos dias o grau da ofensiva política e militar do imperialismo contra o Irã subiu consideravelmente. O som dos tambores da guerra fez sentir-se fortemente. Antes mesmo da visita de Ahmadinejad a Venezuela, Equador, Cuba e Nicarágua, a porta-voz do Departamento de Estado ianque, Victoria Nuland, ameaçou: “Estamos deixando absolutamente claro aos países de todo o mundo que não é o momento de aprofundar os laços, nem os de segurança nem os econômicos, com o Irã”. Logo depois foi o próprio Secretário de Defesa dos EUA, Leon Panetta, que advertiu diretamente o país persa depois do Irã fazer exercícios militares navais em resposta à presença de um porta-aviões ianque nas águas do Golfo Pérsico: “Fomos muito claros sobre o fato de que os Estados Unidos não tolerarão o fechamento do estreito de Ormuz. Esta é uma linha vermelha para nós e vamos responder”. O estreito de Ormuz tem 50 quilômetros de extensão, localiza-se entre Arábia Saudita, aliada dos EUA na região e o Irã, sendo a via por onde transita 40% do petróleo mundial transportado por via marítima. Os sinais de uma guerra das potências capitalistas contra o Irã são evidentes. Os países europeus declararam que em no máximo seis meses deixarão de exportar petróleo do Irã devido a ampliação de suas importações da Arábia Saudita, além de receberem grande quantidade de óleo cru de alta qualidade da Líbia, através dos acordos celebrados pelos fantoches do CNT com as transnacionais Total (França), a BP (Inglaterra) e a ENI (Itália). Por sua vez, como medida preventiva, um oleoduto construído pelos Emirados Árabes Unidos em colaboração com os EUA, entrará em funcionamento até junho de 2012 e transportará petróleo para os portos da costa leste do país sem a necessidade de tráfego pelo Estreito de Ormuz.

Esta ofensiva ianque contra o Irã tem como lastro as vitórias conquistas pela Casa Branca e seus aliados no último ano no Oriente Médio. É sabido que os EUA há tempos planejam debilitar ou eliminar seus adversários e “amigos” decrépitos na região. Em paralelo às transições democratizantes ordenadas que vem promovendo exitosamente na Tunísia, Egito e Bahrein, Obama conseguiu derrubar o regime Kadaffi na Líbia e está provocando um franco processo de desestabilização do governo Assad na Síria, fragilizando também o Hezbollah e o Hamas. Desta forma, Obama vem impondo um isolamento dramático ao Irã. A visita do presidente iraniano a Chávez, Ortega, Rafael Correa e Raul Castro se insere na tentativa do país romper este cerco. Mas, a conduta covarde de Chávez e dos governos da centro-esquerda burguesa latino-americana frente à agressão da OTAN na Líbia demonstrou que a “solidariedade” desses aliados parece que não vai além das palavras, quando muito! Até mesmo a Rússia, depois das manifestações patrocinadas pela Casa Branca contra Putin, está sendo forçada a que se mantenha distante militarmente de seu aliado iraniano.

Em meio a este quadro, a esquerda revisionista partidária da farsesca “revolução árabe” tem sido bastante útil para dar ares progressivos às manifestações made in CIA promovidas em países como Síria e Líbia, que servem de justificativas políticas para agressões militares “humanitárias”. Lembremos que em 2009, no Irã, os EUA colocaram em marcha a “revolução verde”, logo apoiada pelos revisionistas. Naquela época, o PSTU escreveu: “Nas últimas semanas o Irã foi sacudido por mobilizações de massas devido a denúncias de fraudes eleitorais. Apesar de enfrentarem uma dura repressão, as mobilizações colocaram em xeque a reacionária república teocrática do país controlada pelo clero xiita. O Irã passou a ser sacudido por um levante popular que exige liberdades democráticas, reprimido com grande brutalidade pelo governo. Sob a ditadura dos aiatolás, a renda petroleira iraniana foi a base para um amplo processo de enriquecimento e corrupção de distintas alas da hierarquia religiosa, seus familiares e burgueses associados ao regime. Algo semelhante ao processo que ocorreu em outros países petroleiros, como Arábia Saudita e Venezuela” (sítio PSTU, 29/06/2009).

Note-se que estes senhores colocam o regime iraniano e o chavismo no mesmo patamar político da monarquia saudita, assim como igualaram Kadaffi a Ben Ali e Mubarak! Por isso, não é demais lembrar que pouco antes de começarem as “manifestações” reacionárias em Benghazi (Líbia), patrocinadas por forças pró-imperialistas ligadas às transnacionais instaladas na cidade portuária, houve pequenas marchas de protesto no Irã contra o regime dos aiatolás. Estas “manifestações” foram apresentadas por todo arco revisionista, como levantes populares que faziam parte da “revolução árabe”. Imediatamente, estes pseudotrotskistas denunciaram o regime “ditatorial” comandado por Ahmadinejad pela suposta brutal repressão aos “protestos”, quando na verdade estas provocações não passavam de atos midiáticos promovidos pela oposição de direita pró-imperialista que não tinha a mínima base social. Logo se revelou que se tratava de mais uma orquestração do Pentágono com o apoio da mídia internacional para debilitar o regime nacionalista iraniano, no lastro da mal-chamada “rebelião verde” cinicamente apoiada por Obama e as potências europeias em nome da “democracia” após as eleições presidenciais vencidas por Ahmadinejad em 2009, que o acusaram de fraude na tentativa de criar uma crise política de grave proporções. O imperialismo não conseguiu solapar as bases do regime xiita patrocinando internamente uma falsa “revolução democrática” contra a “ditadura dos aiatolás” apoiada na oposição burguesa reformista pró-imperialista. Por esta razão, o Pentágono está preparando sem nenhum disfarce “humanitário” ou “democrático” um ataque militar ao país. Se a Casa Branca tivesse conseguido reproduzir no Irã as tais “manifestações populares” como as que orquestrou na Líbia e agora na Síria, não temos dúvidas que o PSTU e todo arco revisionista estaria a saudar entusiasticamente a “revolução” no país.

Lembremos que em 2009 o PSTU usou no Irã o mesmo script “democrático” que agora reproduz na Síria e antes usou na Líbia, acusando os que denunciaram a provocação made in CIA como partidários da “ditadura dos aiatolás”. Não se trata de “mera coincidência”... Os cretinos morenistas nos diziam na época: “Uma parte significativa da esquerda defende o governo de Ahmadinejad, classificando os protestos como uma ‘conspiração da CIA’. Dessa forma, acabam defendendo a sangrenta repressão do governo iraniano sobre as massas, alegando que ele reprime o povo para se defender do imperialismo. No entanto, esses setores da esquerda acabam prestando uma valiosa ajuda ao imperialismo, pois jogam em suas mãos a bandeira da defesa das liberdades democráticas. Isso é ainda mais nefasto quando o imperialismo apresenta um novo rosto para a dominação, o de Barack Obama, visto com mais simpatia por setores oprimidos da população”. Como podemos ver, um ataque dos EUA ao Irã contra a “ditadura dos Aiatolás” e em nome dos “direitos humanos e da democracia” deve ter a simpatia da LIT já que assim como na Síria e na Líbia as manifestações pró-imperialistas contra Ahmadinejad devem ser apoiadas, segundo a visão desses cretinos! É preciso recordar que apesar dos “rebeldes” líbios terem sido a força terrestre da OTAN, esses ratos sempre foram saudados pelos morenistas como “revolucionários” assim como o assassinato de Kadaffi pela ação conjunta das caças da OTAN com os mercenários do CNT foi apresentado como uma “vitória das massas”. Porque seria diferente no Irã? A resposta a essa pergunta já foi dada pelos próprios morenistas: em nome da vitória de sua delirante "revolução democrática” a LIT aliou-se abertamente ao imperialismo e suas agressões genocidas contra as “ditaduras sanguinárias” no Oriente Médio!