O Partido Republicano recém iniciou seu processo interno (conhecido como prévias) para indicação de seu candidato presidencial, mas já definiu o escolhido. Apenas com os triunfos das prévias realizadas em Iowa e New Hampshire o ex-governador de Massachussetts, Mitt Romney, parece já ter conseguido a indicação do Partido Republicano. O motivo da definição política antecipada dos chacais republicanos não está relacionado ao peso dos dois estados onde se realizaram as prévias, relativamente insignificantes eleitoralmente, mas a própria conjuntura nacional norte-americana que aponta na direção da reeleição de Obama.
Os “adversários” republicanos em potencial do mórmon Romney começaram a desistir bem antes do início das próprias prévias partidárias. A principal deserção foi a da representante da fração do Tea Party no interior do covil republicano, Sarah Palin, ex-governadora do Alaska e vice na chapa de John MacCain em 2008. Sarah era a principal “esperança” da direita fascista ianque derrotar Obama nas eleições presidenciais deste ano, expressando o próprio crescimento político do reacionário Tea Party no seio dos setores da classe média americana, “amedrontada” com a profunda crise econômica por que passa o país. O Tea Party renunciou previamente à disputa pela Casa Branca em função do papel histórico assumido por Obama, através de sua ofensiva guerreirista sobre os povos do mundo árabe.
O ex-“banana” Obama, agora travestido de neofalcão, chamou para si a responsabilidade de defenestrar os regimes burgueses nacionalistas, adversários de Washington no Oriente Médio e Norte da África. O bombardeio criminoso sobre o povo líbio, as provocações terroristas contra o governo Assad e o anúncio da guerra nuclear contra o Irã, conferiram a Obama o posto de carniceiro imperial, pronto a “combater” pela manutenção da hegemonia militar ianque, desestimulando as pretensões dos fascistas do Tea Party comandarem o Pentágono. Os atuais “competidores” de Romney nas prévias republicanas (Rick Santorum, Ron Paul, Newt Gingrich etc.) são apenas figurantes derrotados, úteis para legitimar a farsa eleitoral de uma democracia dos ricos, baseada no partido único de duas alas que se alternam no “poder” segundo os interesses do imperialismo.
O milionário mórmon Mitt Romney disputa pela segunda vez a indicação republicana à Casa Branca. Desta vez ganha em “casa” e perde “lá fora”, faz parte do script previamente acordado entre os diversos trustes e os rentistas de Wall Street. O momento é de potenciar os abalados lucros capitalistas com a indústria da guerra, agora rebatizada de cruzada humanitária ou de “revolução árabe”, operação política planejada pelo Pentágono e avalizada pelos cretinos da esquerda revisionista, que comemoraram junto a Obama e a senhora Clinton o assassinato de Kadaffi e neste momento salivam por um mesmo fim para Assad e Mahmoud Ahmadinejad. A classe operária norte-americana, através de sua vanguarda trotsquista, deve aliar-se aos povos semicoloniais em luta visceral contra o imperialismo, independente do caráter burguês de suas direções nacionalistas. Somente estabelecendo uma frente única incondicional para a derrota militar do “monstro” imperialista, mantendo sua independência de classe, a vanguarda do proletariado mundial poderá credenciar seu projeto histórico socialista, diante do conjunto dos povos oprimidos e da própria humanidade.