PM monta operação de guerra e expulsa moradores da ocupação do Pinheirinho! Mais uma profunda derrota dos trabalhadores, produto do pacifismo pequeno-burguês do PSTU que patrocinou ilusões na justiça burguesa e no governo Dilma
Neste domingo, 22, já nas primeiras horas do dia, a assassina tropa de choque da PM, com o apoio de helicópteros, cavalaria e do corpo de bombeiros, atacou os moradores da ocupação Pinheirinho com armamento letal e bombas de gás lacrimogêneo, deixando até o momento dezenas de feridos na operação de guerra para a desocupação do terreno em São José dos Campos. Como nós da LBI já havíamos alertado, os moradores não deveriam ter nenhuma confiança na justiça burguesa e qualquer ilusão em suas decisões. O Poder Judiciário, em sua esfera federal, montou uma verdadeira armadilha decidindo por uma “nova rodada de negociações” durante 15 dias, quando na verdade esse artifício foi usado para desarticular os pequenos focos de resistência armado organizados pelos próprios morados. A política de pacifismo pequeno-burguês do PSTU em nenhum momento chamou o armamento popular e muito menos estruturou os comitês de autodefesa, por isto noticiam em seu sítio neste dia 22 a ocupação policial anunciando vergonhosamente que o “povo foi pegue de surpresa”! Quanto cinismo, aos que até sexta-feira, 20, alardeavam “Vitória do Pinheirinho! Justiça suspende ordem de reintegração”. Como não ser “pegue de surpresa” seguindo esta política nefasta!
O resultado de toda esta orientação literalmente criminosa é que o PSTU e o MUST desarticularam a pouca resistência instintivamente organizada pelos próprios moradores alegando que em quinze dias a Justiça Federal havia prometido resolver a questão via negociações e com a entrada da Advocacia Geral da União (AGU) em cena, no processo. Bastava pressionar a prefeitura ligada ao PSDB, já que o governo Dilma Rousseff (PT) estaria “comprometido” com os moradores. Segundo o PSTU informou em seu sítio no dia 20, sexta-feira, “Hoje é dia de festa na periferia. Continuamos insistindo que a solução definitiva não está no Judiciário, mas no Executivo. O prefeito Eduardo Cury tem a obrigação de negociar junto aos governos federal e estadual para que possamos encontrar uma saída pacífica que beneficie os moradores do Pinheirinho advogado dos moradores Antonio Donizete Ferreira”.
Montada a farsa e minada qualquer resistência armada, na esfera estadual, a juíza alegando que “não foi notificada” da decisão federal até sexta-feira, 20, ordenou a ação da PM, que ingressou na ocupação, prendendo todas as lideranças e recolhendo o pouco armamento artesanal precário que havia no terreno. Restou aos moradores atear fogo nas barricadas erguidas e atirar pedras a esmo, já que não houve armamento para a guerra de verdade anunciada pelo aparato de repressão contra os moradores e muito menos foi convocada a greve de solidariedade aos moradores, que a Conlutas deveria ter chamado nas fábricas operárias que dirige na região! Aos que ousaram resistir nestas condições de completa desproporção de forças, balas letais, de borracha, cães assassinos, gás lacrimogêneo, com o saldo inicial de dezenas de feridos e presos, além da denúncia de vários mortos e desaparecidos.
Essas são as primeiras trágicas lições da desocupação do Pinheirinho, que desgraçadamente seguiu o mesmo roteiro das demissões de mais de 5 mil operários na Embraer em 2009, na mesma São José dos Campos. Assim como não houve greve nem ocupação da fábrica contra as demissões, também não houve resistência à altura para vencer o aparato repressivo de Alckmin e Eduardo Kury. Para honrar o sangue dos feridos do Pinheirinho, rompamos com esta política morenista que leva os trabalhadores à derrota e se nega a armá-los para a luta direta contra a burguesia e seu aparato repressivo, apesar de apregoar aos quatro quantos que a “revolução” está na esquina! Definitivamente, não na esquina da ocupação do Pinheirinho, alvo da bárbara repressão policial, que mais uma vez impôs uma profunda derrota aos trabalhadores! Os dolorosos acontecimentos do Pinheirinho reforçam plenamente nossa caracterização mais global acerca da etapa contrarrevolucionária por que atravessamos, onde a burguesia mundial desata uma brutal ofensiva em toda linha, sem uma resposta revolucionária das massas.