Falsas manifestações populares, atentados terroristas e sabotagem cibernética: táticas de guerra do imperialismo ianque contra o Irã e a Síria
O imperialismo ianque vem a cada dia intensificando suas escaramuças de guerra contra o Irã. Recentemente um atentado à bomba, provavelmente organizado pelo Mossad, vitimou mais um cientista nuclear, Mustafá Ahmadi-Roshan, professor e antigo diretor da central de enriquecimento de urânio de Natanz. Roshan foi o quarto cientista nuclear a ser assassinado desde 2010, mas desta vez morto por uma bomba (magnética) altamente sofisticada, projetada para matar apenas uma pessoa, sem causar danos maiores ao seu entorno. Isto dias após o governo do Irã anunciar ter começado a produzir urânio enriquecido. Não esquecendo que no final do ano passado houve duas explosões em bases militares iranianas, causando a morte de um dos principais dirigentes do programa de mísseis balísticos do país. Além da propagação do terrorismo contra o país dos aiatolás, os EUA promovem toda sorte de sabotagem no ciberespaço e provocações, como produto de uma “guerra nas sombras”, muito além do plano “diplomático” das sanções econômicas, que antecede à guerra convencional, cujo laboratório seria o Irã.
A guerra contra o Irã já começou no terreno dos ataques cibernéticos, através de agentes infiltrados, criação e difusão de vírus que atrasaram em muito a consecução do seu projeto atômico. Um vírus poderosíssimo chamado “Stuxnet” introduzido em 2009 (que atacou as centrífugas de enriquecimento do urânio) pode ter atrasado em anos o programa nuclear iraniano, muito provavelmente uma criação conjunta de Inglaterra, EUA e Israel (só para se ter uma idéia, 60% da ocorrência mundial deste vírus concentra-se no país persa, o que revela ser um direcionamento coordenado). A ameaça foi tão grande que alertou até mesmo o vice-premiê russo, Dmitri Rogozin, afirmando que o vírus “é muito perigoso e poderia provocar uma nova catástrofe como a de Chernobyl” (site Actualidad RT, 27/01).
Trata-se da chamada “guerra de proxies” (a relação servidor /usuário na rede mundial de computadores), instrumento pelo qual o imperialismo ianque controla os “IPs” (“protocolo de internet”) conectados na rede mundial, que lhe possibilita navegar e invadir computadores anonimamente com outro tipo de vírus, o “TDL-4”. Esta guerra cibernética de sabotagem está ligada aos inúmeros sequestros e raptos de diplomatas e cidadãos iranianos, o que a mídia oculta de forma sistemática de seus noticiários fraudulentos. Esconde de forma sistemática que no final do ano que passou aviões não-tripulados (“Drones”) americanos foram derrubados espionando o território iraniano. Por outro “front” e aliado a esta questão, a CIA e o enclave nazi-sionista de Israel estão organizando de forma permanente uma invasão militar aos seus adversários na região, um elemento geopolítico de fundamental importância para o domínio colonial do Oriente Médio e, consequentemente, à sua expansão à Pérsia, eliminando qualquer fonte de oposição por mais moderada que seja ao “american way life”.
Neste sentido, o imperialismo ianque tem como estratégia político-militar minar por dentro o regime da oligarquia Assad, bem como enfraquecer o Hamas e o Hezbolah a fim de preparar o terreno para uma iminente guerra contra um isolado Irã. Assim, nas palavras do Conselheiro de Segurança Nacional dos EUA, Thomas E. Donilon, o “fim do regime de Assad constituiria o maior inconveniente regional para o Irã, um golpe estratégico que alterará o equilíbrio de poder na região” (New York Times, 22/11). Não há a menor dúvida de que com esta declaração o imperialismo esteja por trás das manifestações contra o governo Assad. Mas para os morenistas da LIT, por exemplo, elas fazem parte da “revolução árabe”, escondendo descaradamente que o objetivo de atacar a Síria é chegar ao Irã. Uma posição, portanto, claramente pró-imperialista que se baseia nas “denúncias” do Human Rights Watch (uma ONG sustentada pela Casa Branca), de que tanto o governo sírio como o iraniano são “ditaduras sanguinárias”.
Os revisionistas repetem a mesma cantilena “democrática” na Síria e Irã a qual foi utilizada para justificar seu apoio à guerra imperialista contra a “ditadura sanguinária” de Kadaffi. Cabe aos genuínos marxistas denunciarem esta decomposição ideológica e pró-imperialista dos revisionistas e que as provocações políticas contra a Síria têm como objetivo dos imperialismos ianque e europeu apontarem seus canhões diretamente para Teerã e posteriormente à Coreia do Norte e Cuba.