Ministro da (des)integração nacional declara no Congresso: “Bezerra que não chora não mama!”
O ministro da (des)integração nacional, Fernando Bezerra, PSB, ex-prefeito da cidade de Petrolina no agreste Pernambucano, compareceu ontem no plenário lotado do Congresso Nacional, em pleno recesso parlamentar, para dar “explicações” sobre a utilização das verbas de sua pasta, concentradas escandalosamente em seu estado de origem. A mídia “murdochiana” escolheu Bezerra como a “próxima vítima” de sua campanha “moralizadora” para derrubar ministros no governo da “poste” Dilma Rousseff. A frente popular vem se utilizando da cínica “operação global” pela “ética e probidade” da coisa pública, para fazer sua própria pugna interna, na disputa feroz das camarilhas palacianas pelo botim estatal. A popularidade de Dilma navega em “céu de brigadeiro”, contando com a cooptação de uma esquerda “chapa branca” e a passividade eleitoreira da falida “oposição de esquerda”, a política de colaboração de classes vai se impondo através de um pacto social implícito.
Bezerra parecia ter seus dias contados a frente do antigo Ministério do Interior, idealizado pelo marechal Cândido Rondon (um verdadeiro nacionalista no sentido maior do termo), mas posteriormente transformado (agora se chama pomposamente de Integração Nacional) em um verdadeiro balcão de negócios das oligarquias regionais, com hegemonia dos bandos nordestinos. O ex-prefeito de Petrolina foi indicado ao cargo pelas mãos do governador Eduardo Campos, e foi “pego” no fogo cruzado da própria luta intestina do PSB, um partido que tem a “missão” de enlamear o nome do socialismo. O “coronel” Campos e a quadrilha dos Ferreira Gomes do Ceará travam uma verdadeira guerra pela próxima indicação do partido a sucessão presidencial de 2014. Neste cenário do novo cangaço de “terno e gravata”, parafraseando nosso Chico Buarque, Dilma resolveu interceder a favor da permanência de Bezerra, convocando sua tropa de choque no congresso para “blindar” o cambaleante ministro.
Para surpresa de muitos, Bezerra deu um verdadeiro show no Congresso Nacional, nesta última quinta-feira (12). Apresentando os dados da distribuição das verbas do ministério, demonstrou que seu partido, o PSB, ficava apenas na terceira colocação no recebimento das benesses estatais de sua pasta, muito atrás do PMDB e PT respectivamente. Com isto, arrancou “calorosos” aplausos da máfia parlamentar peemedebista, além de “congratulações” da bancada neoliberal petista. Em resumo, o ministro finalizou triunfante: “Bezerra que não chora não mama!”. Ou seja, estão crucificando “injustamente” Bezerra que somente “presenteou” seu partido e familiares com a menor porção do botim de seu ministério, imaginem o que diriam do outro Fernando... o Pimentel, caso dissecassem a distribuição de verbas de seu Ministério... do Comércio.
A classe operária deve romper a camisa de força imposta pela esquerda reformista e intervir ativamente neste verdadeiro lamaçal da política burguesa nacional. Não reivindicando a “ética e moralidade” do Estado corrupto burguês, mas defendendo sua demolição revolucionária, na construção de uma nova alternativa de poder proletário. Este é o norte programático que os genuínos comunistas devem apontar, mesmo em situações adversas e ainda que de forma propagandista, como uma via da formação da nova vanguarda classista, livre dos “dogmas” da democracia como um valor universal.