Quando acusamos o ILAESE, “instituto” sindical ligado a LIT, de receber uma “pontinha” do Departamento de Estado dos EUA para, desde a trincheira da “esquerda”, apoiar a política de “transição democrática” conservadora da Casa Branca no Oriente Médio, usando como cortina de fumaça o apoio dos cretinos morenistas à fantasiosa “revolução árabe” na região, alguns companheiros, mesmo críticos às posições pró-imperialistas da LIT, acharam inicialmente que tal acusação pudesse ser um “exagero” da LBI. Alguns chegaram a questionar onde estariam as “provas” da corrupção da LIT, e que nós da LBI teríamos que apresentar os “recibos”.
Logo, as relações da LIT com a direita venezuelana deram as primeiras pistas de como funcionam as “relações perigosas” estabelecidas pelos seguidores do finado Nahuel Moreno com os “esquálidos” em nome de um suposto combate ao chavismo. Neste momento de profunda polarização na Síria os elementos “probatórios” começavam a ficar mais claros! Agora, essas verdadeiras confissões políticas estão mais do que evidentes nas pérolas que Américo Gomes (sempre ele!), porta-voz do referido “instituto” ligado aos morenistas, escreveu no seu mais recente lixo em forma de artigo intitulado “Síria e a desastrosa missão da Liga Árabe” (sítio PSTU, 02/01/2012).
Não vamos nem entrar no ridículo de questionar a idiotice da afirmação de que a “A Liga Árabe, para tentar salvar o regime de Bashir al-Assad, resolveu enviar uma missão para Síria” porque até para os mais desinformados no meio de esquerda está claro que os inspetores-espiões da “Liga” não passam de agentes a soldo do imperialismo para ajudar a oposição de direita a desestabilizar o regime com atentados que são creditados ao governo Assad. O que nos chama atenção é que a LIT declara textualmente, reproduzindo as informações das agências de notícias comandadas pela CIA e o Pentágono que “a entidade de direitos humanos Human Rights Watch (HRW) acusou as autoridades sírias de transferirem centenas de presos para instalações militares inacessíveis aos observadores da Liga Árabe. Muitos destes presos estão escondidos em centros de detenção e até em contêineres carregados em navios no mar e correm o risco de serem executados”. A HRW, especialista em condenar Cuba é a mesma ONG que emitiu relatórios que serviram como pretexto para a intervenção militar “humanitária” da OTAN na Líbia, é apresentada como fonte segura e confiável pelos morenistas. Só quem recebe alguma “gorjeta” para isso pode reproduzir uma informação descaradamente falsa, um factoide midiático ao estilo dos “bombardeios de Kadaffi contra a população indefesa”, comprovadamente inexistentes, mas divulgados como verdade pela HRW, a Fox News, a CNN e a... LIT!
Mas não param por aí as “provas” de que a LIT e seu “instituto” estão prestando serviço para o império. Escreve Américo fartas e generosas linhas defendendo os mercenários do “Exército livre da Síria” (FSA em inglês) pintando esse grupo que atua sob a coordenação da Turquia, Arábia Saudita e do Mossad como uma força revolucionária “libertadora”: “Os batalhões FSA também atuam como forças de defesa nos bairros de oposição ao governo, guardando as ruas, enquanto os protestos ocorrem. A maior concentração dessas forças parece estar na região central (Homs, Hama, e zonas circundantes)”. Uma corrente política que defende abertamente as forças financiadas e armadas pelo imperialismo em conjunto com seus aliados regionais sionistas só pode ser denunciada como agente do Pentágono! Ou os camaradas têm outro “qualificativo” para tal conduta venal e corrompida! Achamos sinceramente que até para os mais cautelosos que “equívoco” ou “miopia política” já não cabem tamanha a calhordice dessa política, afinal de contas cremos que travamos um debate entre materialistas dialéticos!
Para os (poucos) que ainda acreditam que se trata “apenas” de um “desvio político” da LIT e não de uma clara corrupção política e material, os morenistas e seu “instituto” ainda pedem que a OTAN e seus satélites do Conselho de Cooperação do Golfo (CGC) armem o FSA e intervenha militarmente na Síria. Vamos citar o trecho do artigo em que Américo faz rasgados elogios ao bando mercenário, pontuando suas “necessidades” militares para derrubar Assad. O porta-voz do ILAESE nos relata que “Como são soldados desertores, lhes falta cobertura aérea... Pedem à comunidade internacional armas para que possam combater e proteger o povo sírio. Aparentemente, somente os combatentes líbios responderam a este chamado. Há informações que os líbios estão fornecendo dinheiro, armas e treinamento da FSA”. Para o bom entendedor meia palavra basta, mas aqui a LIT faz questão de ser clara: torna as demandas do FSA sua própria política pedindo uma “cobertura aérea” em seu auxílio, eufemismo que significa bombardeios dos caças da OTAN ou de aliados regionais para apoiar as ações por terra da oposição de direita. Também reivindica que a “comunidade internacional”, leia-se o imperialismo, lhes remeta armas o mais rápido possível! Não por acaso, a LIT registra que os “ex-rebeldes” líbios do CNT, armados até os dentes em sua caçada covarde aos combatentes de Kadaffi, pelas potências capitalistas e depois de concluída sua missão macabra agora estão ajudando os seus “companheiros” sírios a fazerem o mesmo com o governo da oligarquia Assad! Como se vê, trata-se de um apoio explícito aos planos traçados nos sinistros gabinetes da Casa Branca, um verdadeiro recibo político a quem servem os morenistas!
Como seus serviços só tem sentido dando a esta política contrarrevolucionária um ar de “esquerda”, a LIT e seu “instituto” finalizam o artigo com a mesma cantilena de sempre, declarando que “O grau de polarização e violência que chegou o processo revolucionário sírio não será resolvido com missões fraudulentas e negociações superestruturais. Somente as ações das massas poderão resolver esta crise, com a derrubada de mais um ditador no caminho da revolução árabe”. Aqui, colocada de lado a fraseologia pseudorrevolucionária, tem-se um claro recado: está mais do que na hora de fazer da Síria uma nova Líbia, o imperialismo deve armar os “libertadores” sírios, a OTAN ou seus satélites na região precisam dar cobertura aérea as suas ações por terra a fim de derrubar o regime Assad! A LIT, bem remunerada por seus serviços, atuará nesta Ópera Bufa, como fez na Líbia, saudando esta operação política arquirreacionária como a “derrubada de mais um ditador no caminho da revolução árabe”. Podem existir mais “provas” do que estas?