A "Privataria Lulista" avança! Eike Batista anuncia a criação da maior empresa privada de energia do Brasil, depois de ter se capitalizado com "conto" do Pré-Sal
Hoje, 11 de janeiro, não por coincidência, justamente no dia em que Eike Batista anunciou a aliança com a transnacional alemã E.ON para criar a maior empresa privada de energia do Brasil, veio a público com maiores detalhes a notícia de que José Dirceu foi um dos responsáveis pelo lobby feito junto ao governo Lula em 2008, quando já estava fora do gabinete ministerial devido à crise do "mensalão", para entregar ao megaempresário carioca a maior parte das reservas petrolíferas brasileiras que estavam sendo descobertas na época pela Petrobras, doadas através dos leilões comandados pela ANP. Quem denunciou a negociata foi o professor Ildo Sauer, diretor do Instituto de Eletrotécnica e Energia da USP e ex-diretor indicado por Lula para a Petrobras. Segundo Ildo, um fervoroso apologista das "calendas" do Pré-Sal, "Lula entregou mais áreas e mais campos para a iniciativa privada do petróleo do que Fernando Henrique" (Tribuna da Imprensa, 11/01/2012). A operação estatal de alavancar no mercado financeiro empresas de exploração de petróleo, difundindo o "eldorado" do Pré-sal na costa brasileira, beneficiou diretamente Eike decuplicando o valor das ações da OGX, mesmo sem extrair uma gota do mítico Pré-sal.
Nessa empreitada tão ousada quanto a chamada "Privataria Tucana”, mas que não mereceu nenhuma cobertura dos blogs "chapa branca", nem reportagem especial da Rede Record, Eike teve ao lado de José Dirceu, como "consultores", dois ex-ministros "plumados" de FHC, Pedro Malan e Rodolpho Tourinho. Ildo Sauer, um Lulista "desiludido", teve sua cabeça cortada na Petrobras por insistir em pesados investimentos na busca das reservas duvidosas do Pré-sal, enquanto a quadrilha petista associada a Eike, junto aos parceiros imperialistas da Petrobras, "plantavam" na mídia a descoberta da "Atlântida" para faturar no mercado os dividendos da farsa.
A empresa petrolífera de Eike, OGX, foi criada em julho de 2007. Em junho de 2008 ele fez uma operação no mercado financeiro e arrecadou R$ 6,71 bilhões por 38% da empresa, além de contar com uma equipe técnica recrutada a peso de ouro da Petrobras e os blocos generosamente leiloados por Lula e Dilma. Hoje a OGX anuncia já ter 10 bilhões de barris consolidados (mas que não foram prospectados), que valem US$ 100 bilhões! Nas palavras do ex-diretor Lulista da Petrobras, esta "foi a maior entrega da história do Brasil. O ato mais entreguista da história brasileira, em termos do engodo econômico criado pela mítica do pré sal. Pior, foi um dos processos de acumulação primitiva mais extraordinários da história do capitalismo mundial. Alguém sai do nada e em três anos tem uma fortuna de bilhões de dólares".
Mas, porque tais maracutaias não são denunciadas na blogosfera servil ao governo do PT, enquanto esses mesmos senhores paladinos da "mídia independente" não param de apontar as evidentes mamatas de Serra e FHC durante a entrega das Teles? Simplesmente porque o papel de Dirceu, Lula, Dilma e do PCdoB, que controla a ANP, nas falcatruas com Eike demonstrariam que a elite palaciana da frente popular é tão corrompida como o tucanato e defende os mesmos interesses políticos e sociais: o da burguesia e dos grandes grupos econômicos e financeiros. A diferença é que enquanto os tucanos favoreciam os Steinbruch (donos do grupo Vicunha e comprador da CSN) e os Jereissati (agraciados com a Tele Norte Leste, hoje Oi), o lulismo tem Eike Batista como novo eixo burguês. O megaempresário atraiu o apoio do governo da frente popular para "bancar" seus investimentos, ao mesmo tempo o PT teve como objetivo sedimentar um novo setor de grandes capitalistas fiéis aliados políticos ao seu projeto de colaboração de classes.
Como se vê, a gestão da frente popular não só deu continuidade à política neoliberal das privatizações do tucanato, como também a está levando a frente para preservar suas boas relações no seio do imperialismo e com as trasnacionais. O novo negócio da energia entre Eike a empresa alemã E.ON englobará as usinas Energia Pecém, Pécem II, Itaqui, Parnaíba e Amapari, assim como nas concessões de gás natural na Bacia do Parnaíba, controladas através da coligada OGX Maranhão Petróleo e Gás. Em resumo, a futura "maior empresa de energia privada do Brasil" está baseada na própria OGX que se auto-intitula a "maior investidora do setor de óleo e gás no Brasil", alavancada a partir das negociatas do petróleo iniciadas ainda no governo Lula. Como se vê, os novos investimentos industriais têm como objetivo a acumulação capitalista concentrada em meia dúzia de "emergentes" burgueses, simpáticos a um modelo político de governo da colaboração de classes. Enquanto isso para animar a plateia do circo... o PCdoB com "seu" delegado Protógenes Queiroz, tendo ao lado o PSOL e seus falsos vestais, encenam o teatro da "CPI das privatizações" contra a direita moribunda no parlamento burguês! Aviso: o ingresso para o espetáculo é "grátis", pelo seu caráter distracionista tem o "patrocínio cultural" da OGX!