Kassab, com apoio do PT e PCdoB, faz operação de “limpeza social” contra os usuários de crack em mais um capítulo da guerra de classe contra o povo pobre!
Enquanto a burguesia e a elite palaciana usam e abusam de cocaína de alta qualidade em suas mansões e festas vips, com direito a bandeja de prata e “carreiras” de celebridades globais e “autoridades” usando o pó da “alegria”, obviamente sem nunca serem incomodados pela polícia, parceira e distribuidora da “farinha” pura, os consumidores do crack (mistura de pasta-base de cocaína com bicarbonato de sódio), pobres em geral, estão sendo alvo de uma verdadeira operação de guerra nas ruas das metrópoles brasileiras. Nesta semana, a chamada Cracolândia foi ocupada pela PM e a guarda municipal em uma clara ação de “limpeza social” na capital paulista. Quem tinha passagem pela polícia foi preso e os demais viciados, que já chegaram ao estado de verdadeiros “zumbis humanos”, dispersos para outras áreas próximas do centro. Foi a operação “Nova Luz”, encomendada por Kassab a pedido dos comerciantes da região, que não querem mais ver o que chamam de “dejetos humanos” atrapalharem seus negócios, ainda que os viciados só ocupem a área das calçadas a noite, na qualidade de moradores de rua. Esta ofensiva teve o apoio do PCdoB, que compõe o governo municipal do PSD e defende a entrega da área para consórcios privados explorarem o local em função da Copa do Mundo, assim como do PT, que via o Ministério da Saúde, propõe a internação dos viciados contra sua própria vontade em verdadeiras prisões ao estilo dos velhos manicômios, de fato aprisionando-os até a morte, o que do ponto de vista médico já se provou completamente ineficaz, porém muito útil como política de detenção social “justificada”!
A ideia é que com a dispersão em várias áreas do centro paulista, essa gente pobre, desempregada e marginalizada, que já chegou no fundo do poço da barbárie capitalista, seja literalmente eliminada fisicamente pelos grupos de extermínio formados por agentes da repressão a soldo dos empresários. Obviamente, não existe tratamento médico público para os viciados em crack, como de fato não há assistência médica nem para a população trabalhadora em geral, já que os hospitais públicos e o SUS são verdadeiras máquinas de produzir cadáveres. Da mesma forma que o consumo do tipo de droga é seletivo, tem seu corte de classe social, a assistência aos dependentes também o é: clínicas de luxo para os vips e a classe média que pode pagar, repressão e morte para os pobres.
Para os marxistas revolucionários, o fato de parcelas cada vez mais amplas da população consumirem drogas é um sintoma do estágio de barbárie social a que chegou o capitalismo. De um lado a alienação completa de uma classe dominante bestializada, que arrasta consigo para o atoleiro um amplo setor da classe média que já não tem qualquer referência ideológica e cultural progressiva depois de 20 anos do fim da URSS, um acontecimento contrarrevolucionário que muito vulnerabilizou Cuba, até então centro da resistência cultural anti-imperialista, principalmente na América Latina. Do outro, as camadas populares, sem emprego e marginalizadas, são presas fáceis do consumo de drogas baratas como o crack e o oxi (mistura de pasta-base de cocaína, querosene e cal virgem), que causa rápida dependência e morte em poucos meses.
Enquanto a esquerda pequeno-burguesa trata de dar ares “progressivos” ao consumo de droga, particularmente da maconha no interior do movimento estudantil (como a LER, por exemplo), nós da LBI não somos a favor de que a juventude e o povo pobre recorra ao uso de entorpecentes da consciência, além de falsas “euforias”, o que só aprofunda a sua alienação e desagregação social, sendo alvo fácil da ofensiva política, cultural e ideológica da burguesia, para não falar de sua repressão direta através do aparato estatal. Somos absolutamente contra a criminalização do uso de drogas e a repressão de seus usuários pelo Estado burguês, justamente o que vem ocorrendo no centro de São Paulo neste momento.
A própria sociedade capitalista vive um profundo processo de decomposição moral e espiritual, havendo uma demanda crescente do uso de cocaína para seus “cidadãos” sobreviverem em uma euforia artificial que amortize a barbárie imposta pela divisão das classes sociais que gera uma realidade cada vez mais agressiva, superficial e deprimente. Prova disso é que os EUA, o coração do monstro imperialista, é o país onde há o maior consumo do “pó” no planeta terra, porque sua classe dominante cada vez mais fútil e alienada vive dopada, enquanto as amplas parcelas do povo pobre, através do crack, sobrevive sem perspectiva futura na “meca do consumo”, esperando o fim da própria existência física. O “remédio” para esse mal que assola a humanidade reside na luta pela destruição do modo de produção capitalista e pela abolição da propriedade privada pela via da construção do socialismo, que será capaz de dar os passos concretos necessários para libertar o povo de suas amarras econômicas, políticas, culturais e espirituais.