sábado, 31 de agosto de 2013


O dia de (poucas) paralisações da CUT e CONLUTAS: Um primeiro balanço

O último dia “nacional de lutas” (30/08) convocado pela CUT e centrais pelegas, com apoio da CONLUTAS, conseguiu ficar bem aquém da própria mobilização anterior ocorrida em 11 de julho. O objetivo inicial do verdadeiro conluio estabelecido pela burocracia sindical, tanto de esquerda como de direita, era desviar o potencial de radicalidade das “jornadas de junho” para um dia de protestos “chapa branca”, onde pudessem barganhar com o governo Dilma uma pauta de reivindicações ultralimitada. Na primeira tentativa de sabotagem da organização de uma greve geral, em julho, as centrais sindicais ainda foram obrigadas a mobilizar suas bases no sentido de paralisações limitadas, mas na reedição de agosto já não foi necessário encenar o “teatro da greve”. A disposição real do movimento de massas em protagonizar uma verdadeira greve geral no país, impondo uma plataforma de reivindicações transitórias, foi torpemente traficada por “atos de protesto”, de pequena duração, onde sequer era denunciado o caráter neoliberal das recentes medidas adotadas pelo governo Dilma. Os sindicatos “Alfa” de cada central sindical se mantiveram totalmente à margem do dia 30, este foi o caso dos Metroviários de São Paulo e metalúrgicos do ABC. Parece mesmo que somente os pelegos “amarelos” da Força Sindical, a serviço dos Tucanos, tiveram intenção em “radicalizar” algumas ações para desgastar a Frente Popular.

sexta-feira, 30 de agosto de 2013


Reajuste miserável do salário mínimo: Mais um item do “pacote de bondades” do governo Dilma

A ministra do planejamento, a tecnocrata Miriam Belchior, anunciou nesta quinta-feira (29/08) que o projeto de lei orçamentária elaborado pelo governo prevê que novo valor do salário mínimo, para entrar em vigor a partir de janeiro de 2014, será de R$ 722,90. O novo valor representa um reajuste miserável de 6,62% em relação aos atuais R$ 678. Vale ressaltar que além de ínfimo o percentual do reajuste (o aumento nominal será de R$44,9) sequer repõe integralmente a inflação oficial do ano de 2013, prevista para alcançar o patamar de 8,5%. O salário mínimo do ano que vem deve ter o segundo menor reajuste real em 12 anos da gerência petista a frente do Estado capitalista, só perdendo para o ano de 2011 quando Dilma decretou o valor do seu primeiro salário mínimo. Não por coincidência, o anúncio do valor do novo mínimo foi feito um dia depois de o governo ter elevado a taxa básica dos juros e na esteira da alta do Dólar. Também não se descarta que a equipe econômica palaciana anuncie nas próximas semanas um significativo aumento dos preços dos combustíveis, em função do país ter que importar quase todos os derivados de petróleo para abastecer seu mercado interno. Parece mesmo que o governo Dilma caminha para reeditar a chamada “Era FHC”, com uma agressiva política neoliberal para favorecer o grande capital (incluindo o retorno das privatizações) e comprimir a renda dos trabalhadores assalariados. Portanto, o insignificante reajuste do mínimo é parte integrante do “pacote de bondades” (Agenda Positiva?) anunciado por Dilma ainda no curso das mobilizações populares de junho. Para o proletariado o saldo político das “jornadas de junho” foi o aprofundamento da ofensiva patronal, revelando que a correlação de forças entre as classes sociais continua abertamente favorável à burguesia.

quinta-feira, 29 de agosto de 2013


Nova alta da Selic: Dilma pretende dar garantias ao mercado mirando 2014

Por unanimidade o COPOM acaba de definir a quarta elevação consecutiva na taxa básica de juros, a SELIC. A alta de 0,5% colocou a remuneração da SELIC em um patamar muito próximo à casa de dois dígitos percentuais (passando para 9%), apontando que o viés de alta deve permanecer até meados de 2014. Para o final da cadeia de crédito na rede bancária os juros reais devem atingir a marca de pelo menos 34% ao ano para pequenas empresas e pessoas físicas. No topo da cadeia, os rentistas comemoram mais alguns bilhões de Reais no rendimento de seus títulos muito bem remunerados pelo Tesouro Nacional. Com esta nova taxa de juros os rendimentos da Caderneta de Poupança voltam a adotar os critérios anteriores de remuneração, bem mais atraentes, o que deverá manter em níveis aquecidos a captação de reservas monetárias nacionais pelo sistema financeiro. Por outro lado, deverá acontecer uma redução do consumo, pressionando ainda mais para baixo a previsão de crescimento do PIB para 2014. Mas o governo neoliberal do PT parece mesmo estar mais preocupado em sinalizar confiança e lealdade aos rentistas do cassino financeiro do que estimular melhores índices econômicos para o país. Nesta direção, Dilma tenta abafar o “descontentamento” dos banqueiros com a tímida política anterior de uma leve redução nas taxas de juros, praticada fundamentalmente pelos bancos estatais. Com a candidatura da eco-imperialista Marina Silva colada em seu calcanhar, bancada no Brasil pela família Setúbal proprietária do ITAÚ, Dilma se movimenta para “rachar” a direção da FENABAN e assegurar o importante apoio do Bradesco para sua reeleição.

quarta-feira, 28 de agosto de 2013



30 anos da CUT: A transformação da central operária em autarquia estatal a serviço do grande capital

Por: Hyrlanda Moreira*

A Central Única dos Trabalhadores (CUT) celebra nesta quarta-feira, 28 de agosto seus 30 anos com um ato político com a presença de Lula. Fundada no Pavilhão Vera Cruz, em São Bernardo, durante a ditadura militar na época sob o comando do general Figueiredo e opondo-se, via o chamado “novo sindicalismo”, aos pelegos do PCB, PCdoB e MR-8, a CUT hoje está completamente integrada ao Estado capitalista. Enquanto o ascenso das greves operárias no final dos anos 70 provocou o nascimento da CUT, uma central operária que centralizava a luta dos trabalhadores contra a ditadura militar, defendendo liberdade e autonomia sindical, significando um acontecimento histórico progressivo, a ascensão do governo de frente popular do PT, por sua vez, é um acontecimento político importante porque completou o processo de integração e cooptação política e material da CUT ao Estado burguês. Tal fato representa também um marco histórico que decretou a morte e a falência política dessa entidade como instrumento de luta das massas exploradas. Coube, por exemplo, ao VIII CONCUT em 2003 inaugurar essa nova etapa histórica em que a CUT dá um salto de qualidade no caráter de classe da Central. Se antes a CUT era um braço sindical do PT, depois de 10 anos da gestão da frente popular se consolidou como numa sucursal do próprio governo de centro-esquerda, intervindo como guardiã dos interesses econômicos e políticos da burguesia. O dia nacional de paralisação de 11 de julho e o teatro montado para este 30 de agosto só comprovam o que afirmamos.

terça-feira, 27 de agosto de 2013


Médico xenófobo que liderou protesto racista no Ceará é ex-vereador do PT!


As imagens falam por si mesmas e provocaram indignação e revolta por todo país. Um verdadeiro “corredor polonês” formado por jovens médicos brasileiros de classe média alta sob o comando do presidente do Sindicato dos Médicos do Ceará, José Maria Pontes, hostilizou os médicos cubanos que haviam chegado ao Ceará para integrar o programa “Mais Médicos”. Urrando como uma horda fascista, os reacionários da elite de branco, sob o grito de “escravos”, “voltem para a senzala” e outros impropérios racistas e xenófobos, intimidaram os cubanos que chegaram ao Brasil e estavam sendo recepcionados nesta segunda-feira, 26 de agosto, na Escola de Saúde Pública do Ceará. O que poucos sabem é que José Maria Pontes foi vereador do PT durante dois mandatos, de 2005 até 2012. Como se observa nos vídeos e fotos, Pontes agora de jaleco atua como porta-voz da reação burguesa que busca atacar Cuba e suas conquistas sociais, patrocinando o aberto anticomunismo.



Sob orientação da CIA, Itamaraty comanda operação para resgatar narco-criminoso para o Brasil

Há 15 meses o governo Dilma, por meio do Itamaraty, havia concedido asilo diplomático ao ex-senador boliviano Roger Pinto Molina abrigando-o na embaixada brasileira em La Paz mesmo depois de ele ter sido cassado e condenado por corrupção e assassinato pela justiça de seu país. Roger Pinto Molina é um dos dirigentes da oposição pró-imperialista no estado de Pando e comanda um setor da máfia que controla o tráfico de drogas no país, responsável por vários assassinatos e outros crimes bárbaros. No último domingo, 25 de agosto, com a ajuda do embaixador interino do Brasil na Bolívia, Eduardo Sabóia e com o aval oficioso de Antonio (nada) Patriota, então Ministro das Relações Exteriores, o mafioso conseguiu cruzar a fronteira de seu país em dois carros oficiais da embaixada brasileira escoltado por fuzileiros navais que fazem a segurança do prédio! Já em território brasileiro, na cidade de Corumbá (MS), Roger Pinto Molina embarcou em um moderno jato ao lado de seu “colega” brasileiro Ricardo Ferraço (PMDB-ES), presidente da Comissão de Relações Exteriores do Senado e foi recebido em Brasília como herói por uma alinhada claque de plantão. Roger Pinto Molina logo foi apresentado pelo PIG como um perseguido político da “ditadura bolivariana de Evo Morales” e seu resgate foi saudado como uma “vitória da democracia e dos direitos humanos” pelo PSDB e outros asseclas. Cinicamente, o embaixador brasileiro que operou a fuga chegou a dizer que havia resgatado o fascistoide burguês boliviano se inspirando na presidente Dilma, perseguida política da ditadura militar durante os anos de chumbo. Desta forma, colocou um sinal de igual entre Evo e os gorilas brasileiros, forçando Dilma a declarar que a embaixada em La Paz não se compara ao Doi-Codi. Sem sombra de dúvidas, uma operação desta envergadura só poderia ter ocorrido sob orientação direta da CIA. O imperialismo ianque pressionou Patriota primeiro a conceder asilo diplomático mesmo diante dos protestos do governo Evo (que não deu o salvo-conduto para o senador sair do país) e depois para dar seu aval oficioso ao resgate de Roger Pinto Molina, tanto que Sabóia já havia comunicado anteriormente sua intenção ao comando do Itamaraty de libertar o ex-senador criminoso. Patriota, mesmo sabendo da delicadeza do caso, deixou o caminho livre para o resgate ser levado adiante de forma sigilosa e aparentemente sem comunicar o Palácio do Planalto.

segunda-feira, 26 de agosto de 2013


“Operação 7 de setembro”: Anonymous, neonazistas e PIG organizam manifestação patrioteira reacionária para desmoralizar o governo Dilma

Três meses depois das denominadas “jornadas de junho”, quando multidões saíram às ruas para protestar em todo o país, que pela ausência da intervenção organizada do movimento operário com suas próprias reivindicações classistas abriu espaço tanto para demandas direitistas (contra a PEC 37, prisão dos “mensaleiros” do PT) como para manobras distracionistas por parte das centrais “chapa branca”, vem se conformando uma ampla frente política em torno da convocação de manifestações no dia 07 de Setembro, cuja pauta tem um caráter abertamente reacionário, apesar de estar camuflada em torno do ponto central de “Abaixo a corrupção no Brasil”. Grupos como o Anonymous, bandos neonazistas e o PIG, que tiveram relativo sucesso em pautar o final das manifestações de junho de um sentimento patrioteiro e anticomunista, articulam uma “grande manifestação” nas capitais do país para o Dia da Independência, cujo eixo central na verdade é o desgaste do governo da frente popular, visando claramente atacar o PT para fortalecer em 2014 a oposição conservadora (PSDB) e a “nova” direita (Marina). No lastro da sanha contra a gestão petista e seus aliados, atacam tudo que simboliza a “esquerda”! Os acólitos deste setor pregam através da internet em várias páginas do facebook e diariamente pela boca dos comentarias da Rede Globo, como Merval Pereira, que este ato de protesto será apartidário e patriótico, já que representa a vontade “autônoma da cidadania por um Brasil melhor”. Esta tese como se observa não se sustenta nem por um segundo sequer!

domingo, 25 de agosto de 2013


Obama prepara intervenção da OTAN na Síria, enquanto o PSTU avaliza a farsa terrorista montada pela oposição pró-imperialista!

O governo do chacal Obama organiza pacientemente a intervenção militar da OTAN na Síria, colocando seus dois “cães de guerra”, Cameron e Hollande, como vanguarda na defesa de uma imediata invasão ao país governado há mais de 40 anos pela oligarquia nacionalista da família Assad. Como já havíamos denunciado em artigo anterior (http://lbi-qi.blogspot.com.br/2013/08/siria-um-massacre-sobencomenda-do.html), a oposição pró-imperialista montou, com a ajuda direta do reacionário governo Turco, uma operação terrorista de grandes proporções contra a população civil dos subúrbios de Damasco. Armas químicas letais fabricadas pelos EUA (ver foto abaixo) foram utilizadas por grupos ligados a Al Qaeda no sentido de incriminar o regime Assad pela morte de crianças e mulheres, um total de 1400 vítimas fatais. Não por coincidência, alguns dias antes dos covardes atentados terroristas desembarcava em Damasco uma equipe de inspetores da ONU com a “missão” de inspecionar a utilização de armas químicas na guerra civil síria. Com o anúncio do massacre, a mídia “murdochiana” internacional desatou uma infame campanha contra Assad, exigindo que a ONU tomasse imediatamente uma posição pela intervenção militar. O governo sírio atendeu de imediato o pedido feito pelo Secretário Geral Ban Ki-Moon para que uma nova delegação de inspetores da ONU fosse autorizada a vasculhar a periferia de Damasco em busca de provas sobre a autoria dos atentados, um pequeno “detalhe” é que esta “comissão independente” é chefiada pelo sueco Ake Sellstrom, o mesmo líder do seleto grupo de inspetores de armas químicas da ONU no Iraque... Os militares leais a Assad vinham impondo uma série de derrotas aos “rebeldes” pró-OTAN, que em vias de baterem definitivamente em uma vergonhosa retirada, montaram uma covarde operação fraudulenta para chamar pelo socorro das tropas imperialistas. Também é bastante interessante para os regimes facínoras da Turquia e Egito, agora alinhados pelos EUA, saírem dos holofotes mundiais e descarregarem a pecha de “ditadura sanguinária” na conta do governo Assad. Mas o que parece evidente e óbvio para qualquer militante anti-imperialista, minimamente lúcido, representa o oposto para os canalhas revisionistas do PSTU, que chancelaram integralmente sem a menor observação crítica toda versão mentirosa montada pela OTAN para justificar uma nova intervenção militar na região. Não satisfeitos com sua conduta criminosa na Líbia, os Morenistas agora fazem coro com a Casa Branca e seus lacaios franceses para afirmarem: “Na madrugada desta terça para quarta, a ditadura de Bashar Al Assad desferiu um brutal ataque com armas químicas na periferia de Damasco, matando centenas de pessoas, entre mulheres, idosos e, sobretudo, crianças, na região de Ghouta, subúrbio da capital. Este pode ter sido o ataque mais letal lançado por Assad contra a população civil. As imagens das vítimas fatais e do desespero do povo sírio frente ao ataque do governo estão provocando indignação em todo o mundo e revelam a verdadeira face dessa ditadura genocida. Segundo o Observatório Sírio de Direitos Humanos, o governo sírio lançou o armamento químico através de foguetes, atingindo as cidades de Ain Tarma, Zamalka e Jobar, região sob domínio do Exército Livre da Síria (ELS)” (Sítio do PSTU, 21/08/2013). O cretinismo desta organização corrupta, que enlameia o Trotsquismo, é tão grande que sequer se envergonham das “fontes” que utilizam para assacar as acusações contra o governo Assad, o tal “Observatório Sírio de Direitos Humanos” é um organismo sediado em Londres, sob os auspícios financeiros do Governo Britânico. Já o “ELS” não esconde de ninguém que não passa de uma colateral militar da OTAN, recebendo armamento (inclusive químico) diretamente do Pentágono. Para quem tem as mãos sujas do sangue do povo egípcio, a LIT caracterizou como “progressivo” o recente golpe militar, não deve ser muito difícil juntar-se a Obama, Cameron e ao rato Hollande para “exigir” a renúncia de Assad e a transferência do poder para os assassinos “rebeldes”, afinal seria uma repetição do que ocorreu na Líbia onde a tal “revolução” da OTAN dilacerou o país entregando todos os seus recursos naturais para as transnacionais do petróleo!

A condenação de Manning e a perseguição a Snowden: duas faces públicas da rede de espionagem da contrarrevolução mundial

Nos últimos meses uma onda de “revelações” sobre a espionagem do imperialismo ianque no planeta ganhou as manchetes da mídia global, particularmente depois que o ex-agente Edward Snowden tornou pública suas denúncias acerca do sistema de monitoramento na internet pela NSA. Veio à tona que as agências de inteligência estadunidense, em cooperação direta com o serviço secreto britânico, têm bases de espionagem espalhadas em todos os continentes e que o Pentágono e a CIA podem acessar a dados e informações “sigilosas” de absolutamente qualquer país ou cidadão, além da própria ONU. A reação da Casa Branca ao vazamento das informações foi incrementar o cerco ao que chamou de “delatores”, tanto que o soldado Bradley Manning, acusado de fornecer arquivos secretos dos Estados Unidos ao WikiLeaks foi condenado a 35 anos de prisão. Já na Inglaterra, o brasileiro David Miranda, companheiro do jornalista do The Guardian, Glenn Greenwald, que havia publicado os documentos vazados por Snowder, foi sequestrado por mais de nove horas no aeroporto de Londres por policiais que confiscaram seu computador e celular sob a alegação de estarem agindo em cumprimento às leis antiterrorismo. Há mais de um ano Julian Assange, fundador do WikilLeaks, está em asilo forçado na embaixada do Equador em Londres, não podendo sair porque será preso e extraditado para os EUA! Essas ações ocorrem em meio a uma escalada da ofensiva imperialista nos últimos dias, com a preparação da intervenção militar a Síria e o apoio da Casa Branca aos golpistas assassinos do Egito, em um claro sinal de que os EUA pretendem incrementar seu controle sobre as informações que circulam no planeta para impor seu domínio político, militar e ideológico, aprofundando a etapa de contrarrevolução mundial em curso.

sábado, 24 de agosto de 2013


A falência do sistema público de saúde e o virulento ódio aos médicos cubanos

As duas questões que dão o título a este artigo estão intimamente relacionadas, fazendo parte integrante do mesmo bloco de interesses da classe dominante. A primeira questão é a completa falência da saúde estatal “gratuita” destinada a atender a população mais carente, obrigada a pagar qualquer arapuca chamada de “plano de saúde” para não acabar em um corredor imundo de um hospital público. Os dez anos da gerência neoliberal petista não alteraram em nada o péssimo atendimento hospitalar da população, seja nos setores de prevenção, emergência ou tratamento clínico. A razão é uma só, seguiram com o modelo capitalista, onde a saúde da população é apenas mais um lucrativo nicho comercial de acumulação de capital para a burguesia. E não estamos nos referindo somente à rede privada de clínicas e hospitais ou empresas de “seguro saúde”, o sistema estatal é um verdadeiro “filé mingnon” para um grande mercado de fornecimento de equipamentos e medicamentos, quase sempre superfaturados e de qualidade duvidosa. Neste quadro de um regime capitalista neoliberal, onde o sistema de saúde (público e privado) apresenta as melhores taxas de rentabilidade financeira para investimentos (somente ficando atrás no país do mercado de ações), falar de verdadeiros valores humanos como uma medicina voltada a defesa da vida e não do lucro deve provocar o mais profundo ódio de classe de uma elite podre e reacionária. A imagem da chegada dos médicos cubanos ao Brasil, dedicados a uma causa e a sua pátria, entra em contradição absoluta com um mundo onde tudo deve ser precificado, inclusive a vida humana, colocando em questão a mercantilização da saúde e a lógica comercial das grandes empresas do setor. Para o governo petista a adoção do programa “Mais Médicos” é um remendo na falida malha do sistema estatal de saúde, um recurso demagógico que tenta encobrir a carência nacional na formação universitária de profissionais de saúde e a insuficiência de hospitais públicos em regiões onde as “taxas de retorno” não compensam os investimentos. Já para a burguesia, o “debate” sobre a utilização dos médicos cubanos no incipiente SUS (que mal consegue atender 20% da demanda total da população brasileira) deve ser encarado como uma questão de “princípios”, ferindo profundamente a doutrina da religião do “Deus Mercado”, portanto, estamos diante da abertura de uma nova “guerra santa” para o PIG, onde todas as armas ideológicas devem ser usadas, inclusive a de rotular os médicos cubanos como “escravos” da “ditadura comunista totalitária” dos irmãos Castro.

sexta-feira, 23 de agosto de 2013

Leia o Editorial do Jornal Luta Operária nº 263, 1ª Quinzena de Agosto/2013

Que novo país surgiu após as “jornadas de junho”?

A pergunta que empresta o título a este artigo deverá ser respondida sem a menor demagogia ou concessão oportunista: Nenhum novo país surgiu desde as multitudinárias “jornadas de junho”! A correlação de forças entre as classes sociais continua exatamente a mesma, ou seja, o proletariado em completa defensiva diante da ofensiva capitalista neoliberal. Do ponto de vista do regime político vigente não ocorreu o menor abalo em nenhuma das instituições republicanas, o governo petista já recuperou a popularidade temporariamente perdida e a oposição burguesa conservadora em nada avançou em seus planos de recuperar a presidência nas eleições de 2014. Tampouco economia não entrou em default, mantendo praticamente os mesmos níveis de emprego, renda e consumo do início do ano. A decantada crise inflacionária, por parte do PIG, não ultrapassou as páginas da delirante fascistóide “VEJA”, embora a alta do Dólar atue como um fator de pressão sobre os insumos básicos. O governo Dilma sequer deu-se ao trabalho de impulsionar uma “agenda positiva” após as jornadas, atendendo não as demandas populares, mas sim as reivindicações dos banqueiros e empresários, que conseguiram a elevação da taxa de juros e a ampliação da renúncia fiscal em vários setores da economia. Na esteira do “reformismo sem reformas” o PT arquivou sumariamente a bandeira de uma constituinte limitada à legislação político-eleitoral, sacada como manobra distracionista no ápice das manifestações de junho, e deslocou a “engessada” CUT para protagonizar um ensaio diluído de “greve geral”, contando com a valorosa colaboração do PSTU e PSOL. Mas, se ausência de uma direção classista nas jornadas abriu espaço para a direita reacionária “pautar” as mobilizações, levando o movimento para um impasse político e arrefecimento da luta de massas, não podemos negar que o “legado” de junho repousa hoje nos ombros  de uma nova vanguarda juvenil que persiste em manter vivo o movimento das ruas, ainda que em uma escala bem mais reduzida e depurada tanto da direita tradicional (induzida pelo PIG) como dos “agentes” sindicais “chapa branca”. Sem a menor dose de ufanismo oportunista podemos afirmar que no Brasil a “revolução” não andava pelas “esquinas” em junho, assim como na Líbia e Egito o que assistimos é o desencadear da brutal ofensiva imperialista contra os povos e suas conquistas históricas. As heroicas lutas de resistência do proletariado quase sempre ocorrem para defender o que está sendo atacado pela burguesia e desgraçadamente acabam sendo derrotadas pela ausência de uma direção revolucionária. Esta é a característica principal da atual etapa mundial da luta de classes (contrarrevolução em toda linha), aberta com a histórica derrota da classe operária soviética em 1990. Esta dinâmica internacional determinou os rumos do esvaziamento das “jornadas de junho” em nosso país, cedendo lugar a todo tipo de charlatanice política que afirma que estamos “melhores e mais conscientes” (O gigante despertou!?), ainda que esta falsa consciência concentre as ilusões nas instituições mais corruptas do regime ou em sinistros personagens criados pelo PIG, como o novo “herói caçador” dos “mensaleiros” petistas.

quinta-feira, 22 de agosto de 2013


Em defesa dos “Black Blocs”! Abaixo o pacifismo pequeno-burguês dos revisionistas pró-OTAN!

Em meio às diversas passeatas e marchas que sacodem o país desde junho ganhou destaque a presença de jovens encapuzados, geralmente vestidos de preto, os chamados “Black Blocs” (Bloco Negro). Em geral eles se colocam a frente das manifestações e junto com os setores classistas e mais avançados do movimento de massas enfrentam a repressão policial, conformando uma espécie de “milícia de autodefesa” em meio aos protestos populares. Muitas vezes destroem bancos e símbolos de ostentação do capitalismo. A mídia burguesa, tão logo viu nos “Black Blocs” o centro de uma resistência minimamente organizada aos ataques policiais e o questionamento à sacrossanta propriedade privada, acusou-os de “vândalos” e tentou isolá-los, insuflando nas manifestações o brado de “sem violência” para assim colocar a maioria dos manifestantes contra os “mascarados de preto”. Que os porta-vozes da reação como a Globo e a Veja tenham essa conduta venal não há nada a estranhar, afinal de contas representam os interesses do grande capital, mas que um partido que se reivindica “revolucionário” como o PSTU se some a esse coro arquirreacionário é uma conduta escandalosa que deve ser repudiada energicamente pelo conjunto do ativismo classista. Desde a LBI nos colocamos publicamente em defesa dos “Black Blocs” diante dos virulentos ataques direitistas do PSTU, que de forma abominável os acusam de “provocar a violência policial”. Como leninistas dizemos claramente que tais “críticas”, próprias do mais arraigado pacifismo pequeno-burguês, não fazem parte da tradição do marxismo revolucionário. Como genuínos trotskistas, mesmo se delimitando com o limitado programa anarquista dos “Black Blocs”, jamais condenamos suas ações quando voltadas a atacar o Estado burguês, pelo contrário, na medida de nossas forças militantes sempre estivemos em “frente única” com estes companheiros para responder aos ataques policiais e questionar a ordem capitalista no vivo campo de batalha. Nossa crítica Leninista a este setor anarquista sempre partirá do mesmo campo da batalha e nunca para justificar a repressão estatal, como se esta necessitasse dos desvios “ultra-esquerdistas” dos “Black Blocs” para atacar o conjunto do movimento de massas. O Leninismo delimitou-se historicamente do anarquismo sempre pela esquerda e nunca denunciando os métodos da conspiração e clandestinidade na organização de ações, próprios do Partido Bolchevique. Também não passa de uma grosseira falsificação do Trotsquismo a tese Morenista (na verdade um misto de espontaneísmo sindical e oportunismo) de que somente as “massas” poderiam radicalizar ações contra o Estado burguês, negando a possibilidade de destacamentos avançados da classe preparem ações como sabotagem e ataques militares contra “símbolos” do capitalismo. Trotsky comentando a conduta terrorista de um jovem anarquista, Grynszpan, que atacou uma embaixada nazista, afirmou o seguinte: “Todas nossas emoções, nossa simpatia estão com os vingadores sacrificados, ainda que eles são incapazes de descobrir o caminho correto.” (Em defesa de Grynszpan, L. Trotsky).

quarta-feira, 21 de agosto de 2013


Síria: Um massacre sob encomenda do imperialismo para tirar do foco as atrocidades cometidas pelos golpistas
no Egito

Só idiotas, filisteus a soldo do império ou incautos poderiam acreditar na versão fantasiosa de que o governo sírio lançou neste 21 de agosto um ataque de armas químicas (gás Sarin) contra seu povo (particularmente dezenas de crianças), matando mais de 200 pessoas, justamente quando o país é “visitado” por 20 inspetores da ONU que desembarcaram no dia 18 de agosto em Damasco com o proclamado objetivo de “investigar” o uso desse tipo de arma em meio à guerra civil. A notícia do genocídio se espalhou rapidamente pela mídia (a ONG ianque Human Rights Watch - HRW chegou a anunciar 2.000 mortos) e logo a “oposição” formada por grupos financiados pelas potências capitalistas exigiu uma reunião urgente do Conselho de Segurança da ONU sobre o suposto massacre cometido por Bashar Al-Assad. No mínimo, a ONU deve aprovar novas sanções contra a Síria ou uma retaliação ainda maior. O chefe da Coalizão Nacional Síria, Ahmed Jarba, homem diretamente manietado pela Casa Branca e a UE, declarou que o Exército havia lançado foguetes com agentes químicos nos subúrbios de Damasco de Ain Tarma, Zamalka e Jobar durante a madrugada, pondo a nu o plano dos mercenários: “Esta é uma oportunidade para (os inspetores da ONU) verem com seus próprios olhos este massacre e sabemos que este regime é criminoso”. Reforçando esse coro, os governos dos EUA, França e Inglaterra exigiram que os inspetores visitassem o local do ataque imediatamente. Como uma trama bem arquitetada, não resta dúvida de que estamos diante de uma operação montada pelos “rebeldes” sob a encomenda do imperialismo para incriminar o governo sírio e assim retirar o foco das atrocidades cometidas pelos golpistas no Egito, apoiados pelo Pentágono. Desta forma, com um alto grau de manipulação midiática e sem informações minimamente confiáveis, se consegue colocar um sinal de igual entre Bashar Al-Assad e os generais golpistas do Egito, afinal de contas segundo as grandes potências capitalistas, os “rebeldes” e os revisionistas do trotskismo, Assad comanda uma “ditadura sanguinária”.

Barbosa o herói furioso do PIG, acalentado pelas oposições tucana e de “esquerda”

Recomeça hoje, quarta ( 21/08), as seções do plenário do STF para julgar os pedidos de recursos jurídicos (embargos) dos envolvidos no chamado esquema do “mensalão”. Na semana passada a Globo News transmitiu ao vivo para todo o país a primeira seção do STF sobre os recursos, com direito a um “show” particular do presidente Joaquim Barbosa, que devidamente “focado” pelas câmeras descarregou sua ira neoliberal contra seu colega de corte, o ministro Lewandowski. A polêmica entre os ministros do STF teve como pano de fundo o ritmo que Barbosa quer imprimir na Casa para rejeitar sumariamente todos os recursos impetrados pelos réus na ação penal 470. Amparado pelo circo da mídia “murdochiana” Barbosa quer promover sua imagem de carrasco impiedoso contra os dirigentes históricos do PT, responsáveis, segundo o novo “capitão do mato”, por toda a corrupção existente no país. A operação política montada pelo PIG em conluio com a maioria do STF e a PGR, em torno do espetaculoso julgamento do “mensalão”, tinha por objetivo depurar o PT de qualquer vestígio de ligação com o movimento de massas, atacando a liberdade constitucional de lideranças da esquerda reformista. Passa bem longe das intenções do STF “caçar” os verdadeiros corruptos que liquidaram o patrimônio estatal deste país ou mesmo “intimidar” as oligarquias regionais que se refestelam com os “gordurosos” caixas dos governos estaduais, como o Tucanato paulista, por exemplo. Com o desfecho da ação penal 470, a burguesia e sua corte “privada” colocaram na defensiva a corrente “Articulação” e o próprio Lula, deixando o caminho livre para os neomonetaristas do PT (Dilma e sua anturragem) tomarem conta do partido e assegurarem a indicação da reeleição da “gerentona” neoliberal. No curso deste processo, não por coincidência, o governo Dilma adota um rumo ainda mais à direita na política econômica, retomando as privatizações, aumentando a taxa SELIC e provocando um déficit histórico (interrompendo uma sequência de dez anos) em nossa balança comercial. Mas se os aplausos do Tucanato e da mídia canalha para os “surtos” de ódio de classe do “Barbosão” (que acaba de “comprar” um apartamento em Miami Beach) não causam surpresa à militância de esquerda, muito nos surpreende o fascínio que este reacionário desperta entre os revisionistas do PSTU e PSOL.

terça-feira, 20 de agosto de 2013


73 anos após seu assassinato, legado de Trotsky segue vigente para enfrentar a ofensiva da contrarrevolução mundial

Estamos há exatamente 73 anos da morte de Leon Trotsky. No dia 20 de agosto de 1940 ele foi covardemente atingido na cabeça com golpes de picareta por um agente da KGB no México. O velho bolchevique logo entrou em coma e morreu no dia seguinte. Estes 73 anos correspondem a um período relativamente curto para a história da humanidade, mas de intensa transformação no planeta, onde desgraçadamente a “roda da história” moveu-se no sentido contrário aos interesses do proletariado mundial e da revolução socialista. No curso deste intervalo de tempo somos obrigados a constatar que a causa do comunismo sofreu um duro revés. O maior deles foi justamente a liquidação contrarrevolucionária da URSS no começo dos anos 90, com o fim do Estado operário soviético que o velho bolchevique ajudou a construir ao lado de Lênin com vitória da Revolução de Outubro. O próprio assassinato de Trotsky no México, depois de vagar pelo planeta desde sua expulsão da União Soviética em 1928, foi uma expressão dramática da situação de perseguição e isolamento que sua corrente política estava sofrendo por parte do stalinismo e do imperialismo. Para os que até hoje defendem seu legado político e as lições programáticas que deixou o velho bolchevique há o imenso desafio de manter de pé a construção do partido revolucionário internacionalista em meio a uma etapa histórica de profundo retrocesso político e ideológico das massas. Os dias de hoje estão marcados por uma brutal ofensiva imperialista mundial que ganhou ainda mais impulso com o fim da URSS e foi reforçada na atualidade com a fantasiosa “revolução árabe” que acabou por possibilitar que a Casa Branca fizesse uma transição conservadora em países estratégicos como o Egito, fato que agora se revela em toda sua plenitude com a imposição do golpe militar pelos generais financiados pelo Pentágono e pusesse fim a regimes adversários como o comandado por Kadaffi na Líbia. O cerco imperialista ao Irã, a Síria e a Coreia do Norte fazem parte desta nefasta estratégia que está ancorada em uma perda de referência da vanguarda nos postulados políticos e teóricos do comunismo.

segunda-feira, 19 de agosto de 2013


Alta do Dólar, “O céu é o limite”?

O Dólar voltou a crivar a maior cotação desde março de 2009, fechando os negócios de “compra e venda” no dia de hoje (19/08) com a cotação de R$2,41. De nada adiantaram os leilões realizados pelo Banco Central (Swaps cambiais) onde o país “torrou” mais de 3 bilhões de Dólares em um só dia para segurar a alta na cotação da moeda norte-americana. Perguntado acerca de qual é a projeção do mercado para a cotação do Dólar até o final do ano, um corretor de uma “agência de risco” afirmou o seguinte: O céu é o limite! Mas este “céu” tem teto, bem alto por sinal, e a equipe econômica do governo estima que um Dólar cotado a 3 Reais seria o ideal para compensar a previsão de um déficit da balança comercial em 2013. O governo neoliberal do PT resolveu mesmo “surfar” na onda da recuperação da economia ianque, provocando a elevação global do Dólar e a redução dos “incentivos” do FED aos monopólios imperialistas. Mas colado a “onda” do Dólar vem logo a “arrebentação”, ou seja, o aumento das taxas básicas de juros pelo FED deverá provocar uma drástica redução de investimentos financeiros nos países semicoloniais como o Brasil. Para agravar a situação, as notícias de recuperação da economia ianque (crescimento do PIB e retomada do nível de emprego) vêm acompanhadas de índices econômicos “preocupantes” da “locomotiva” chinesa, o que empurra a burguesia nacional na perspectiva de voltar a direcionar as exportações brasileiras para abastecer o mercado norte-americano. Em resumo, para potencializar as exportações de commodities agrominerais para os EUA (em substituição ao mercado dos BRICs), o governo Dilma “sonha” com o Dólar nas alturas. Com o Real subvalorizado aumentam as pressões inflacionárias, além de desvalorizar nossos ativos industriais e atrofiar a evolução do PIB. O novo cenário econômico aberto parece bem favorável ao “modelo” neoliberal (Dólar valorizado, déficit da balança comercial, PIB nanico, juros em viés de alta etc.), mas o governo do PT continua a fazer a demagogia vazia do “desenvolvimentismo” e afirmar que os únicos neoliberais do país são os Tucanos...

Egito e Síria: dois exemplos da vergonhosa política pró-imperialista dos revisionistas do trotskismo

Quando escrevemos estas linhas, batalhas sangrentas estão ocorrendo no Egito e na Síria. No país dos faraós, o exército patrocinado diretamente pelo Pentágono massacra os apoiadores da Irmandade Muçulmana (IM), com um banho de sangue que já deixou mais de mil mortos. Foi imposto o toque de recolher e o Estado de Emergência como nos tempos de Mubarak. Os setores de “esquerda” que saudaram o golpe, apresentando-o como expressão da vontade popular contra os “islâmicos reacionários” da IM, agora fingem condenar a ação repressiva das FFAA, ainda que mantenham a caracterização geral que está em curso uma “revolução” no Egito. Já na Síria, o governo de Bashar Al-assad, apresentado pelos mesmos revisionistas com uma “ditadura sanguinária”, vem conseguindo derrotar os mercenários “rebeldes” financiados e armados pelas potências capitalistas, justamente porque tem amplo apoio popular. Em resumo, enquanto a canalha revisionista se coloca no terreno militar e político dos golpistas aliados da Casa Branca no Egito, na Síria se embloca com a reação “rebelde” aliada de Israel e das petromonarquias contra um governo de corte nacionalista burguês. Nestes dois países a luta de classes vem destroçando as frágeis posições destas correntes que enlameiam o nome do trotskismo, ao ponto delas começarem a acusar-se de estarem abandonando a canoa furada da fantasiosa “revolução árabe”.

domingo, 18 de agosto de 2013


Receita cobra dívida atrasada de R$18,7 bilhões ao ITAÚ, este é o “preço” da vitória de Marina Silva para a família Setúbal!

A dívida com o Fisco de cerca de um bilhão de Reais das “organizações” mafiosas Globo parece uma bagatela diante do que está sendo cobrado ao banco ITAÚ: R$18,7 bilhões. O volumoso montante que a Receita Federal espera receber da família Setúbal diz respeito a impostos não pagos referentes ao processo de fusão entre o UNIBANCO e o ITAÚ finalizado em 2008, resultando na formação do maior conglomerado financeiro da América Latina. Mas a direção do ITAÚ parece tranquila e em um comunicado oficial já avisou que não irá provisionar os recursos (o que obrigaria o banco a se desfazer de ativos), “acreditando" que a Receita se equivocou em seus cálculos. Ainda mesmo com o processo “estacionado” na primeira instância da Receita, as ações do ITAÚ na BOVESPA já começaram a despencar, enquanto o presidente Roberto Setúbal afirmou que as chances de seu banco pagar a multa aplicada são “próximas de zero”. Mas será que a suposta “certeza” da impunidade fiscal dos Setúbal atende pelo nome de “Marina presidente”?

sexta-feira, 16 de agosto de 2013

Leia a mais recente edição do Jornal Luta Operária, nº 263, 1ª Quinzena de Agosto/2013



EDITORIAL
Que novo país surgiu após as “jornadas de junho”?


“TRENSALÃO” TUCANO
Atos contra Alckmin não alcançam dimensão de massas, limitando-se a reivindicar uma “CPIZZA” na ALESP!


CRISE NA CÚPULA DO PSDB
Marina consolida-se como porta-voz da oposição conservadora “reciclada” em 2014


CONJUNTURA PÓS-“JUNHO”
Gerentona petista “sai das cordas” e se prepara para o embate com a candidata do “REDE”


SOB A ORIENTAÇÃO DE LULA...
Dilma “manobra bem” e descarrega o ônus do desgaste político nas costas de Cabral e Alckmin


AMEAÇA AO PROJETO NACIONAL DO PT
Política neoliberal da PETROBRAS provoca déficit histórico na balança comercial


“ONDE ESTÁ AMARILDO?”
Junto aos Chico, João, Pedro e Maria... Assassinados pela PM de Cabral “Caveirão” no massacre diário ao povo trabalhador, pobre e negro!


LUTA EM DEFESA DO PARQUE ECOLÓGICO DO COCÓ-CEARÁ
Abaixo a brutal repressão dos governos “socialistas” de Cid Gomes e Roberto Cláudio aos manifestantes


30 DE AGOSTO, DIA DE GREVE?
Uma continuidade da manobra distracionista da burocracia sindical


BANCÁRIOS EM LUTA
Organizar a campanha salarial como alavanca para a construção da Greve Geral unificando todas as categorias!


FORO DE SÃO PAULO
Um instrumento dos governos da centro-esquerda burguesa


PRIMÁRIAS ARGENTINAS
Governo CFK perde terreno para a “nova” direita, enquanto revisionistas da FIT “festejam” dividendos de sua domesticação eleitoral


20 ANOS APÓS OS “ACORDOS DE OSLO”
Obama monta nova farsa para impedir retomada da luta revolucionária do povo palestino


“GOVERNO REVOLUCIONÁRIO” NO EGITO MOSTRA A QUE VEIO
Repressão a Irmandade Muçulmana, colaboração com Israel e perseguição aos palestinos...


BANHO DE SANGUE NO EGITO
Golpistas massacram apoiadores de Mursi, decretam Estado de Emergência e toque de recolher


LIGA BOLCHEVIQUE INTERNACIONALISTA

quinta-feira, 15 de agosto de 2013



Controlados pela frente popular, atos contra Alckmin não alcançam dimensão de massas, limitando-se a reivindicar uma “CPIZZA” na ALESP!
As manifestações ocorridas nesta quarta-feira (14/08) contra Alckmin (PSDB), envolvido até o pescoço no escândalo do cartel do Metrô de São Paulo desde o primeiro governo tucano de Mário Covas, agruparam apenas cerca de 3 mil pessoas e concentraram-se na Câmara dos Vereadores e na Assembleia Legislativa de São Paulo. Convocados pelo MPL, manifestantes chegaram a ocupar a Câmara dos Vereadores e foram duramente reprimidos pela PM. Já o protesto convocado pela CUT teve como alvo a Assembleia Legislativa, concentrando seus esforços no pedido da “CPI do Cartel”. Em ambos os casos, ficou claro que a pressão sobre o parlamento burguês pela investigação do esquema de desvio de recursos no transporte público foi o eixo central das manifestações, já que sua direção estava hegemonizada pela frente popular tendo a Conlutas/PSTU (que dirige o Sindicato dos Metroviários) como coadjuvante. A pequena afluência de manifestantes e o pedido de CPI demonstraram que os protestos estão apenas voltados a desgastar o tucanato para que o PT tire dividendos eleitorais em 2014, estando ausente uma estratégia classista para colocar em xeque não só o governo Alckmin, mas o conjunto das apodrecidas instituições políticas, chamadas a investigar o chamado “trensalão” em uma “CPIZZA” na ALESP!

quarta-feira, 14 de agosto de 2013


Banho de sangue no Egito: Golpistas massacram apoiadores de Mursi, decretam Estado de Emergência e toque de recolher

As FFAA promoveram um novo massacre no Egito durante as primeiras horas da manhã desta quarta-feira, 14/8. Em uma verdadeira operação de guerra mais de 600 apoiadores da Irmandade Muçulmana foram mortos pelo exército, que acaba de decretar o toque de recolher e o Estado de Emergência por um mês como nos tempos de Mubarak. Mais de 10 mil apoiadores de Mursi ficaram gravemente feridos quando protestavam contra a ampliação do prazo de prisão do presidente deposto. A resistência ao golpe vem se ampliando no Egito e o massacre provocou uma crise no gabinete golpista a ponto do vice-presidente “interino” do Egito, Mohamed ElBaradei, homem de confiança do imperialismo ianque, anunciar sua renúncia. Tal decisão demonstra que os EUA resolveram aparentar que estão contra a repressão enquanto, de fato, apoiam a medida de força tomada pelos generais que não agem sem o aval do Pentágono. Segundo a imprensa local, houve intensos confrontos na capital do país com as FFAA atacando os manifestantes e acusando-os de “terrorismo”. As forças de segurança - com policiais, metralhadoras, blindados e helicópteros - atacaram acampamentos dos seguidores do deposto presidente, deixando um rastro de sangue e destruição pelas ruas de Cairo. Frente a mais este massacre, o que nos dizem os apoiadores do “golpe revolucionário” no Egito?

terça-feira, 13 de agosto de 2013


Primárias argentinas: Governo CFK perde terreno para a “nova” direita, enquanto revisionistas da FIT “festejam” dividendos de sua domesticação eleitoral

O resultado do PASO (Primárias Abertas, Simultâneas e Obrigatórias) realizadas na Argentina no último domingo, 11 de agosto, apontou para a derrota dos candidatos apoiados por Cristina Fernandes Kirchner (CFK) nos maiores distritos do país, apesar da governista Frente para a Vitória (FpV) ter se mantido como principal força política em nível nacional. Como já é costume na mídia “murdochinana”, os principais jornais fizeram críticas direitistas à atual administração e chegaram a anunciar o fim dos dez anos do “kirchnerismo”. Vale esclarecer aos incautos que as eleições do PASO não elegem ninguém, por isso são apenas prévias, e que as eleições para “valer” acontecerão em outubro. A “vitória” preliminar mais comemorada pelo “PIG” argentino foi a de Sergio Massa, chefe de gabinete do governo entre 2008 e 2009, que obteve uma diferença de seis pontos percentuais (35 a 29%) na Província de Buenos Aires sobre Martín Isaurralde, o candidato a deputado nacional que encabeçou a lista apoiada por Cristina Kirchner. Líder da chamada Frente Renovadora, um racha de centro-direita do “kirchnerismo”, Massa adotou durante a campanha um discurso que se aproximou dos setores mais conservadores. Agora, até as eleições de 27 de outubro que renovarão parte do Senado e da Câmara dos Deputados, busca galgar a simpatia de um espectro político ainda mais reacionário que votou em De Narváez (10%). Já a FIT - Frente de Izquierda y de los Trabajadores (PO, PTS, IS), aliança política formada e apoiada por quase todo arco revisionista argentino obteve mais de 900 mil votos em nível nacional, um resultado eleitoral que expressa sua profunda domesticação ao sistema da democracia dos ricos, cujo único “eixo” é “coloque deputados de esquerda no Congresso”, adotando um programa de reformas pseudodemocráticas dentro da institucionalidade burguesa. Para se ter uma noção do nível da renúncia programática da FIT, nem sequer a palavra “socialismo” foi utilizada em seus spots televisivos, tudo para não “chocar” a conservadora classe média portenha.

segunda-feira, 12 de agosto de 2013


Dilma “sai das cordas”, sobe nas pesquisas, e se prepara para o embate com a candidata “ungida” pelo capital financeiro: Marina Silva!

A pesquisa divulgada pela Folha de São Paulo neste domingo, 11 de agosto, demonstra o que já afirmávamos logo após as “jornadas de junho”, quando amplos setores da “esquerda” e particularmente os “catastrofistas” do PSTU e PSOL diziam que a reeleição de Dilma estava totalmente comprometida: o governo da frente popular comandado pelo PT conseguiria sair das cordas justamente porque detém o controle do movimento de massas e se apoiaria no quadro econômico favorável para reagir. Não deu outra! Depois do “esfriamento” dos protestos populares com a entrada em cena das centrais “chapa branca” em 11 de julho, Dilma retomou a iniciativa e agora volta a subir nas pesquisas de opinião. Quem, na verdade, foi nocauteada nos últimos dois meses foi a oposição demo-tucana, abatida em pleno voo depois do escândalo do Metrô de São Paulo. Tanto que Aécio e Serra aparecem bem atrás de Marina Silva nas sondagens, mas a eco-capitalista, “queridinha” de Obama, está tendo sérias dificuldades para legalizar o “Rede”, apesar de que tudo leva a crer que irá conseguir às vésperas do prazo legal. Como também já havíamos previsto, o grosso da burguesia nacional (agora ainda mais contentes com a política cambial de desvalorização do Real) e as oligarquias regionais já optaram por Dilma, que vence em segundo turno em todos os cenários. A vinda ao Brasil do Secretário de Estado ianque, John Kerry, nesta semana e a retomada do julgamento dos recursos do chamado “mensalão” para manter o núcleo histórico do PT como refém do PIG, além da crise no tucanato, apontam no sentido de flexionar ainda mais à direita a Frente Popular. Marina carece de uma estrutura real partidária, sua postulação ao Planalto é produto da vontade de setores burgueses descontentes, em particular do mercado de capitais que se sentiram ameaçados com o populismo da efêmera política de redução dos juros. Agora com o debate lançado pelos ultraneoliberais que defendem o retorno do Brasil ao “porto” econômico norte-americano e um brusco afastamento dos BRICs, Marina passou a catalisar segmentos representativos no seio das classes dominantes internacionais que pretendem realizar uma ofensiva contra a China a partir do nosso país. Sem um arco de alianças formais com os Tucanos e “socialistas”, Marina terá que buscar nas legendas da “oposição de esquerda” (PSOL, PSTU e PCB) uma coligação “básica” que possa lhe garantir o mínimo de tempo de propaganda gratuita na TV. O mais escandaloso até o momento é o fato do PSTU, que reivindica o Trotsquismo, manter um silêncio sepulcral acerca do caráter pró-imperialista do REDE, deixando margem para seguirem com o PSOL na campanha de Marina presidente.

sexta-feira, 9 de agosto de 2013



Abaixo a brutal repressão dos governos “socialistas” de Cid Gomes e Roberto Cláudio aos manifestantes que defendem Parque Ecológico do Cocó em Fortaleza

Em uma verdadeira operação de guerra articulada pelo governador Cid Gomes e executada pelo prefeito de Fortaleza, Roberto Cláudio, ambos do PSB, que empregou mais de 300 homens armados (Grupo de Operações Especiais da Guarda Municipal, tropa de choque da PM e Gate), manifestantes que estavam acampados no Parque do Cocó desde o dia 12 de julho, uma área verde e de mangue incrustada na cidade como zona de preservação ambiental, foram expulsos com extrema violência por parte do aparato repressivo do estado no último dia 8. O prefeito da capital cearense, obedecendo determinações de seu chefe Cid, quem visitou o acampamento três dias antes para parecer um “negociador simpático” perante a população, colocou em marcha a guarda municipal para atacar e expulsar os ativistas que protestavam contra a destruição do Parque do Cocó em decorrência de obras destinada à construção de viadutos na região. Assim, na calada da noite, as quatro horas da manhã, sem respeitar sequer as próprias leis burguesas de ter um “mandato” ou pedido de “reintegração de posse”, a guarda municipal e a tropa de choque invadiram o acampamento enquanto todos dormiam, utilizando gás pimenta, bombas de efeito moral, pistolas “taser” e tiros com balas de borracha (ver o vídeo). Vários ativistas foram perseguidos mesmo fora do acampamento resultando em inúmeros feridos e muitos foram presos. Os policiais, para aterrorizar, não apenas “desalojaram” os manifestantes, como também saquearam todos os seus pertences pessoais (barracas, roupas, celulares, computadores...). A repressão se estendeu durante quase todo o dia. O “plano de mobilidade urbana” da oligarquia Ferreira Gomes não está voltado para beneficiar a cidade como querem fazer crer estado e prefeitura; ao contrário, está a serviço dos grandes negócios imobiliários que querem tomar de assalto o já degradado parque e também faz parte das “dívidas de campanha” contraídas durante o período eleitoral junto às grandes empreiteiras que parasitam e dividem entre si o botim do Estado capitalista através das grandes “obras públicas”.

quinta-feira, 8 de agosto de 2013


30 de agosto: Uma continuidade da manobra distracionista da burocracia sindical

As centrais sindicais marcaram conjuntamente para 30 de agosto um novo “dia nacional de luta”. Como em 11 de julho, prometem “paralisações e atos” supostamente em defesa da “pauta dos trabalhadores”. Na verdade, o protesto marcado para o final do mês tem como objetivo demonstrar alguma iniciativa da burocracia sindical antes do início das campanhas salariais do segundo semestre, tentando forçosamente apresentá-lo como a continuidade das “jornadas de junho”. Nada mais falso! O 30/08 não passa de uma continuidade da manobra distracionista impulsionada pela CUT em conjunto com as outras centrais “chapa branca” (parte da FS, CTB, UGT, CGTB) em apoio ao governo Dilma, que teve após os protestos uma relativa queda em sua popularidade. Tanto que o MST propõe que esta data seja uma “paralisação pelas reformas” defendendo a realização de um plebiscito popular por Constituinte para Reforma Política. Desta forma, direções governistas ajudam o governo da frente popular a sair das cordas e a desgastar a oposição demo-tucana, abalada pelo escândalo do Metrô de São Paulo. A Conlutas e o PSTU, apesar de formalmente se oporem a esta pauta, foram completamente cooptados pela política das centrais governistas, já que se opõem à radicalização do movimento de massas, sempre optando por mobilizações ordeiras e pacíficas controladas pelo aparato sindical e que não fujam ao script de capitalizar no futuro a crise nas urnas. Frente a esta realidade é preciso intervir na base das categorias alertando acerca do caráter distracionista da atividade do dia 30, buscando que o movimento de massas atue com independência política e com um programa de luta combatendo tanto o governo do PT e a direita, como a orientação da chamada “oposição de esquerda”.

quarta-feira, 7 de agosto de 2013


Política neoliberal da PETROBRAS provoca déficit histórico na balança comercial, ameaçando projeto nacional
do PT


O último mês de julho registrou o pior resultado da Balança Comercial Brasileira (BCB) desde o ano de 1959 quando se formalizaram as estatísticas pelo Banco Central. O déficit aferido alcançou a marca histórica de US$1,89 bilhão, superando os resultados negativos de julho de 1974 e 1997 na ordem de US$ 550 milhões. O período acumulado de janeiro a julho de 2013 apresenta outro recorde de déficit na balança comercial, somando US$ 4,98 bilhões. No mesmo período de 2012 o superávit da BCB cravou a marca de US$ 9,9 bilhões, finalizando o ano com um resultado positivo de US$ 19,43 bilhões. Para 2013 as projeções não são nada animadoras, podendo ocorrer um déficit anual da BCB na ordem de US$ 2,5 bilhões, quebrando uma sequência positiva atingida pelos governos da Frente Popular. Sob a gestão do PT o Brasil conseguiu em 2006 um saldo positivo histórico em sua balança comercial, atingindo a consistente cifra de US$ 46,07 bilhões, em um quadro econômico do Real fortalecido frente ao Dólar, este fato explica em grande parte o apoio da burguesia nacional à reeleição de Lula apesar da profunda crise política provocada pelo escândalo do chamado “Mensalão” neste mesmo ano. No governo Dilma a BCB registrou respectivamente nos anos de 2011 e 2012 resultados positivos de US$ 29,79 e 19,43, sendo este último o menor saldo comercial em dez anos. Um “desastre” anunciado da BCB em 2013 terá um impacto político enorme nas eleições presidenciais de 2014, ainda mais com a escalada de hipervalorização do Dólar, facilitando em muito as exportações das commodities agrominerais brasileiras. Mas afinal, qual é mesmo o verdadeiro motivo do declínio no saldo de nossa balança comercial, já que as exportações se mantêm em um patamar razoável apesar da retração do mercado mundial (em particular dos BRICs)? A resposta encontra-se na política neoliberal da direção da PETROBRAS, responsável por um rombo imenso na BCB, em função da importação integral de combustíveis e derivados para abastecer o país, além da quase “falência” do atual modelo entreguista de exploração de nosso petróleo e gás natural. A orientação absolutamente pró-imperialista da PETROBRAS ameaça nossa parca “soberania” econômica e até militar (um país que não produz combustíveis refinados é completamente impotente em todos os sentidos), inclusive colocando em risco a continuidade do próprio projeto nacional de “poder” do PT, hoje representado pelo “híbrido” governo Dilma.

terça-feira, 6 de agosto de 2013


Acusado pela direita de ser “antro do comunismo mundial”, Foro de São Paulo demonstrou que não passa de um instrumento dos governos da centro-esquerda burguesa!

Chegou ao fim neste domingo, 4 de agosto, a 19ª edição do Foro de São Paulo, evento que reuniu cerca de 300 representantes de partidos e organizações políticas ligadas a centro-esquerda burguesa de 39 países da América Latina e Caribe. Tendo o PT como anfitrião, o Foro foi literalmente atacado pela extrema-direita, com um grupo de 20 nazi-fascistas protestando contra sua realização, chegando mesmo a ameaçar a integridade física de seus participantes quando atacaram um restaurante em que estavam se alimentando delegações do evento. O fascistizóide Olavo de Carvalho lançou suas diabrites contra o que chamou do “antro do comunismo mundial”. O grosso da burguesia latino-americana e sua mídia, entretanto, tratou o Foro com mais “serenidade” até porque a classe dominante sabe que “a seu modo” os governos da centro-esquerda cujos partidos participaram da atividade gerenciam o Estado burguês defendendo os interesses do grande capital, ainda que com suas políticas tenham em muitas vezes fricções com o imperialismo ianque. São justamente estes conflitos com o “amo do norte” e a aproximação econômica com destes países com os BRICs, além do controle que seus governos têm do movimento operário, que fazem destas gerências um “contraponto” político às gestões tradicionais, ainda que estejam plenamente inseridas no leque de opções que têm na manga a burguesia mundial.

segunda-feira, 5 de agosto de 2013


Sob a orientação de Lula, Dilma “manobra bem” e descarrega o ônus do desgaste político nas costas de Cabral e Alckmin

A radicalidade das jornadas de junho apontavam inicialmente para um claro e inequívoco “defunto político”: A presidenta Dilma! Tudo indicava que o governo da Frente Popular estaria com os dias contados a partir da massiva explosão de descontentamento social manifestado nas principais ruas e praças do país, afinal é o PT quem gerencia há dez anos a crise estrutural deste regime de acumulação capitalista, incapaz de atender as demandas mais elementares da população marginalizada e oprimida. A grande questão aberta com as multitudinárias mobilizações nacionais (que logo foram pautadas por forças estranhas ao movimento operário), era se Dilma cairia logo (pela via de um golpe constitucional) ou “sangraria” até as eleições de 2014. A abrupta queda da popularidade da presidenta parecia não deixar dúvidas sobre a falência precoce de seu governo, catalisador da insatisfação generalizada dos protestos da classe média, que passaram a rasgar as bandeiras vermelhas e agredir militantes da esquerda organizada. Os governos de São Paulo e Rio de Janeiro responsáveis pela violenta repressão do movimento nas duas maiores cidades do país ,mas também pela negativa em atender as reivindicações da população trabalhadora de seus respectivos estados, conseguiram no primeiro momento das manifestações uma certa “trégua” política em função do foco da “ira” popular ter sido estrategicamente direcionada pelo PIG na “conta” exclusiva do PT. Mas se é absolutamente correto debitar na gestão estatal petista a responsabilidade política pela medíocre “administração” da massa falimentar histórica capitalista, não podemos afirmar que o Brasil sob o governo Dilma atrevesse um momento conjuntural de “caos econômico” (a suposta “catástrofe social” tão sonhada pelos revisionistas e Tucanos) ou mesmo que o PT tenha perdido sua capacidade de manobra e cooptação dos movimentos sociais. Com o arrefecimento das mobilizações (que careciam de uma direção consequente e revolucionária), o governo conseguiu sair das cordas e até superar parcialmente as trapalhadas sugeridas pela inexperiente anturragem Dilmista (como uma constituinte especifica para a reforma política), agora sob a orientação direta de Lula, Dilma contorna a crise de sua base de apoio (já tratando o PMDB como semialiado), transferindo o ônus do desgaste político para os governos Cabral e Alckmin, emparedados neste momento por uma avalanche de ódio popular e crise institucional.

sexta-feira, 2 de agosto de 2013


O escândalo tucano do Metrô consolida Marina como porta-voz da oposição conservadora “reciclada” em 2014

O escândalo envolvendo os governos do PSDB de São Paulo, desde Mário Covas até Alckmin, passando por Serra, tem como principal saldo político o fortalecimento de Marina Silva como principal porta-voz da oposição conservadora nas eleições de 2014. Além das pesquisas de opinião já indicarem esta tendência, o fato do tucanato ser alvo de denúncias de desvio de mais de 500 milhões em um esquema de superfaturamento em 30% das obras e compras de trens do Metrô paulista reforça que a candidata eco-capitalista e sua “Rede” vêm pouco a pouco se firmando como a opção preferencial do imperialismo ianque e de um setor da burguesia nativa, apesar da fragilidade da estrutura partidária que a cerca. O amplo espaço que a Folha de São Paulo, Estadão e os órgãos de imprensa ligados à “famiglia” Marinho estão dando ao fato revela que o PIG decidiu centrar seus esforços em uma alternativa política mais “antenada” com a realidade nacional de desgaste do governo Dilma após as jornadas de junho, onde Marina aparece como “ética” e portadora de uma aura de independência diante dos desgastes dos grandes partidos políticos burgueses.