Abaixo a brutal repressão dos governos “socialistas” de Cid Gomes e Roberto Cláudio aos manifestantes que defendem Parque Ecológico do Cocó em Fortaleza
Em uma
verdadeira operação de guerra articulada pelo governador Cid Gomes e executada pelo prefeito de
Fortaleza, Roberto Cláudio, ambos do PSB, que empregou mais de 300 homens
armados (Grupo de Operações Especiais da Guarda Municipal, tropa de choque da
PM e Gate), manifestantes que estavam acampados no Parque do Cocó desde o dia
12 de julho, uma área verde e de mangue incrustada na cidade como zona de
preservação ambiental, foram expulsos com extrema violência por parte do aparato
repressivo do estado no último dia 8. O prefeito da capital cearense,
obedecendo determinações de seu chefe Cid, quem visitou o acampamento três dias
antes para parecer um “negociador simpático” perante a população, colocou em
marcha a guarda municipal para atacar e expulsar os ativistas que protestavam
contra a destruição do Parque do Cocó em decorrência de obras destinada à
construção de viadutos na região. Assim, na calada da noite, as quatro horas da
manhã, sem respeitar sequer as próprias leis burguesas de ter um “mandato” ou
pedido de “reintegração de posse”, a guarda municipal e a tropa de choque
invadiram o acampamento enquanto todos dormiam, utilizando gás pimenta, bombas
de efeito moral, pistolas “taser” e tiros com balas de borracha (ver o vídeo). Vários
ativistas foram perseguidos mesmo fora do acampamento resultando em inúmeros
feridos e muitos foram presos. Os policiais, para aterrorizar, não apenas “desalojaram”
os manifestantes, como também saquearam todos os seus pertences pessoais
(barracas, roupas, celulares, computadores...). A repressão se estendeu durante
quase todo o dia. O “plano de mobilidade urbana” da oligarquia Ferreira Gomes
não está voltado para beneficiar a cidade como querem fazer crer estado e prefeitura;
ao contrário, está a serviço dos grandes negócios imobiliários que querem tomar
de assalto o já degradado parque e também faz parte das “dívidas de campanha”
contraídas durante o período eleitoral junto às grandes empreiteiras que
parasitam e dividem entre si o botim do Estado capitalista através das grandes “obras
públicas”.
O Parque do Cocó é uma região onde a especulação imobiliária vem destruindo gradativamente a área verde. A construção do Shopping Iguatemi (do “coronel” ex-governador Tasso Jereissati) em 1982, por exemplo, promoveu um verdadeiro “rasgo” mata adentro, aterrou lagoas periféricas e boa parte do mangue, tudo de forma completamente ilegal amplamente avalizado pela justiça burguesa. Após a construção deste shopping, o bairro no qual ele se situa passa a ser a menina dos olhos do grande capital cearense: construtoras e imobiliárias fazem de tudo para penetrar com condomínios de luxo e “grandes empreendimentos” nesta área de preservação ambiental. Hoje, a situação parece muito similar, uma vez que a derrubada de parte da mata nativa está sendo contestada na “justiça” federal, mas mesmo assim a prefeitura leva a cabo seu projeto que, aliás, foi aprovado durante a gestão da prefeita petista Luizianne Lins, que convivia até pouco tempo atrás em harmonia com a oligarquia “socialista” dos Ferreira Gomes!
O Parque do Cocó é uma região onde a especulação imobiliária vem destruindo gradativamente a área verde. A construção do Shopping Iguatemi (do “coronel” ex-governador Tasso Jereissati) em 1982, por exemplo, promoveu um verdadeiro “rasgo” mata adentro, aterrou lagoas periféricas e boa parte do mangue, tudo de forma completamente ilegal amplamente avalizado pela justiça burguesa. Após a construção deste shopping, o bairro no qual ele se situa passa a ser a menina dos olhos do grande capital cearense: construtoras e imobiliárias fazem de tudo para penetrar com condomínios de luxo e “grandes empreendimentos” nesta área de preservação ambiental. Hoje, a situação parece muito similar, uma vez que a derrubada de parte da mata nativa está sendo contestada na “justiça” federal, mas mesmo assim a prefeitura leva a cabo seu projeto que, aliás, foi aprovado durante a gestão da prefeita petista Luizianne Lins, que convivia até pouco tempo atrás em harmonia com a oligarquia “socialista” dos Ferreira Gomes!
Não se trata apenas da luta
contra a derrubada de algumas centenas de árvores (como também não foram os “vinte
centavos” que detonaram as manifestações de massa de junho), mas de como os
revolucionários devem encarar a questão da ecologia nos grandes centros urbanos
e os desmandos da classe dominante. Os já “estrangulados” parques e áreas
verdes das grandes cidades são a expressão mais acabada do caráter predatório
dos grandes capitalistas, a quem não interessa o bem-estar da população, ou
seja, trata-se também de uma questão de classe: a dos grandes proprietários dos
meios de produção que não tem o menor escrúpulo para destruir tudo a sua volta
e a maioria da população pobre, a qual muitas vezes é expulsa de suas próprias moradias
pressionada pela especulação imobiliária, sendo obrigada a morar em áreas de
risco (ribeirões, favelas, morros etc.). Logo, a luta consequente contra a
depredação do meio ambiente e a exploração capitalista só pode se dar com a entrada
em cena do proletariado, caso contrário ficará preso aos limites da legalidade
burguesa como fazem os “ecossocialistas”, tal como afirma o vereador João
Alfredo (PSOL-Ce) que Roberto Cláudio “Rasgou o Plano Diretor e atropelou o
Estatuto da Cidade” ou atuam centrados apenas às questões ecológicas
despregadas da realidade da luta de classes, como prega o grupo Crítica Radical
sob a direção de Rosa da Fonseca. Apesar de nossa irrestrita solidariedade aos
companheiros quem estão acampados no Cocó desde o início da luta, nós da LBI
que estivemos várias vezes no local e apoiamos o movimento compreendemos que
estes setores tendem substituir a luta de classes e a necessidade histórica do
socialismo pela questão ambiental, chagando ao ponto de afirmarem que o
proletariado está “superado” como vanguarda política da revolução socialista. Desta
forma, há espaço para que o governo da oligarquia “socialista” “desdenhe” a
luta em defesa do Cocó, quando Cid cinicamente declarou sobre a ocupação: “é
muito próximo de zero na preocupação da população... Se você pega um monte de
maluco para fazer... [merda]” (O Povo, 9/8). Para a burguesia, áreas de
preservação ambiental são um “empecilho” à expansão de seus lucros e ao
capitalismo que explora e oprime. O grito dos militantes e ativistas deve ser
abaixo a repressão dos governos Cid Gomes/Roberto Cláudio, fortalecimento do
acampamento, chamando a solidariedade do movimento operário e popular, já que
neste exato momento várias desocupação de terrenos ocupados por sem-tetos estão
sendo alvo também da repressão de Cid e seu filhote, Roberto Cláudio.
Os marxistas
revolucionários de modo algum se opõem a que o Homem interfira na Natureza em seu
benefício, mas sim à forma irracional e predatória que o capitalismo impõe, já
que os recursos da biosfera são limitados. É impossível haver qualquer
preservação do meio-ambiente sob o tacão dos grandes monopólios transnacionais,
do latifúndio, já que o capitalismo leva à barbárie e às guerras de espoliação
gerando as forças destrutivas do planeta. Assim, o desenvolvimento de que
necessita a Humanidade e a defesa das reservas naturais só poderá ser levado a
cabo com a edificação de um novo modo de produção, por meio da ação consciente
e revolucionária do proletariado mundial, urbano e rural, e seus aliados
históricos como o campesinato pobre, balizados estrategicamente pelo programa
da revolução socialista e a destruição do capitalismo.